Tópicos | Partícula de Deus

Físicos anunciaram neste domingo (22) ter aprendido mais sobre o bóson de Higgs, partícula subatômica que torna a existência de massa possível e por esta razão é apelidada de 'partícula de Deus', cuja descoberta revolucionária foi anunciada quase dois anos atrás. Experimentos feitos no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) - o acelerador de partículas situado na fronteira franco-suíça, onde a descoberta foi feita - responderam a antigas questões sobre como o Higgs se comporta, afirmaram.

A teoria sobre a existência do bóson de Higgs foi levantada nos anos 1960. Ele seria a partícula subatômica que dá massa a outras partículas. Sem ele, não haveria massa.

Décadas de trabalho se seguiram para explorar a ideia até que, em 4 de julho de 2012, duas equipes concorrentes no LHC anunciaram ter descoberto de forma independente uma partícula consistente com o bóson de Higgs. Mas, outras pesquisas foram necessárias para dar corpo a esta descoberta e ver como ela se encaixava no Modelo Padrão, o quadro conceitual utilizado para explicar a matéria visível no universo.

Em estudo publicado na revista Nature Physics, uma das equipes do LHC anunciou que o bóson se comporta conforme o previsto e que não é como um "impostor que se parece com ele". A análise da montanha de dados de colisões no LHC mostra que o bóson se decompõe em um grupo de subpartículas denominado férmions, em linha com a teoria do Modelo Padrão, destacou o estudo.

"É um avanço enorme", disse Markus Klute, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que chefiou a pesquisa no Solenoide de Múon Compacto (CMS), um dos detectores de partículas construídos no LHC. "Agora nós sabemos que partículas como os elétrons obtêm sua massa graças ao campo de Higgs, o que é muito empolgante", completou. Descobrir o bóson de Higgs só foi possível com a construção do LHC, o maior laboratório do mundo, construído em um túnel de 27 quilômetros em forma de anel.

Um exército de físicos de todo o mundo analisou cuidadosamente os vestígios deixados por bilhões de colisões de prótons, em busca de uma assinatura indicativa de uma partícula fugaz.

A descoberta inicial situou a massa do bóson de Higgs entre 125 e 126 Gigaelétron-volts, uma unidade de medida padrão em nível subatômico.

Análises de dados posteriores destes experimentos também revelaram que o bóson não tem "spin" e decai rapidamente em pares de fótons (partículas de luz), os chamados bósons W ou Z.

"Agora, estabelecemos as principais características desta nova partícula", afirmou Klute em um comunicado publicado pelo MIT.

"Todas estas coisas são consistentes com o Modelo Padrão", acrescentou.

Experimentos no LHC estão suspensos momentaneamente, enquanto o colisor passa por uma modernização, mas os cientistas ainda vasculham montanhas de dados gerados de colisões antes do desligamento.

As operações devem ser retomadas em 2015, com um programa de três anos no qual os cientistas usarão colisões mais potentes para explorar fenômenos teóricos, como a "super-simetria", que pode vir a explicar a matéria escura, substância que compõe a maior parte do universo.

O bóson recebeu o nome de Peter Higgs, físico britânico coganhador do Nobel no ano passado, juntamente com o belga François Englert.

Outros físicos que deram grandes contribuições à teoria foram Robert Brout, também belga, falecido em 2011, e a equipe americana-britânica integrada por Dick Hagen, Gerald Guralnik e Tom Kibble.

Cientistas acreditam que a chamada "partícula de Deus" ou "bóson de Higgs", que pode explicar os fundamentos do universo, é algo real e estão para apresentar as provas ao mundo. Físicos do maior colisor de partículas do mundo pretendem anunciar, na quarta-feira, que quase confirmaram o primeiro princípio da teoria que pode dar contorno ao conhecimento científico de toda a matéria.

O foco da atenção, o bóson de Higgs, é uma partícula subatômica, cuja existência poderia explicar por que alguns objetos no universo têm massa, enquanto outros possuem apenas energia. Trata-se de uma peça crucial, e ainda não encontrada, para a compreensão dos cientistas sobre como o universo foi criado e sua descoberta pode representar uma das maiores realizações da física moderna.

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Pesquisadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, também conhecida pela sigla Cern, dizem ter compilado grandes quantidades de dados que mostram pegadas e sombras da partícula, provando sua existência, embora a partícula em si numa tenha sido realmente vista.

Ninguém sabe qual seria a massa de um bóson de Higgs. Então, os cientistas buscam a partícula de forma indireta, chocando partículas umas contra as outras em gigantes colisores e observando quais outras partículas subatômicas são criadas no processo.

O colisor do Cern, uma instalação de US$ 10 bilhões conhecida como Grande Colisor de Hádrons, instalado na fronteira entre França e Suíça, realiza colisões de prótons para investigar a matéria negra, a antimatéria e a criação do universo, que segundo muitos cientistas ocorreu após uma enorme explosão, conhecida como Big Bang.

Oficialmente, o Cern apresenta as evidências da existência da partícula nesta semana, durante uma conferência sobre física na Austrália, mas planeja acompanhar o anúncio com reuniões em Genebra. Dois grupos independentes de cientistas que trabalham no projeto, ATLAS e CMS, pretendem anunciar publicamente mais dados sobre o bóson de Higgs durante reuniões em outubro e dezembro. Cada um dos grupos compreende milhares de pessoas, que trabalham independentemente, para assegurar a precisão dos dados. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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