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A União Ciclística Internacional (UCI) se manifestou nesta sexta-feira após a entrevista em que o norte-americano Lance Armstrong admitiu ter se dopado durante a sua carreira. A entidade avaliou a confissão como um importante passo na reparação aos danos causados ao esporte pelo ciclista e também ressaltou que as acusações contra ela foram negadas pelo ciclista.

O presidente da UCI, Pat McQuaid, disse que a admissão de Armstrong foi uma ação bem-vinda. "A decisão de Lance Armstrong de finalmente confrontar seu passado é um passo importante no longo caminho para reparar o dano que foi causado ao ciclismo e para restaurar a confiança no esporte", afirmou, em um comunicado oficial.

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Armstrong disse para Oprah Winfrey que tomou substâncias proibidas durante cada uma dos sete títulos da Volta da França, que lhe foram retirados pela UCI após um relatório publicado pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA, na sigla em inglês) detalhar o seu esquema de utilização de substâncias proibidas.

A postura de McQuaid foi a mesma adotada por Hein Verbruggen, ex-presidente e presidente honorário da UCI, que também disse que se sentiu inocentado após anos de "teoria da conspiração" de que ele teria ajudado a ocultar casos de doping de Armstrong. Ele avaliou ser "bom que Lance Armstrong finalmente admitiu que se dopou".

Na entrevista para Winfrey, Armstrong declarou que os depoimentos de alguns companheiros de que a UCI escondeu um resultado positivo de exame realizado durante a Volta da Suíça de 2001 foram falsos. "Estou de acordo com as suas conclusões, em particular o fato de que não houve encobrimento", afirmou Verbruggen, que presidiu a UCI entre 1991 e 2005.

"Eu estou contente que anos depois de acusações feitas contra mim as teorias da conspiração tenham se mostrado nada mais do que isso", afirmou o holandês. "Eu não tenho nenhuma dúvida de que os responsáveis por tais acusações e conspirações ficarão desapontados com este resultado".

Segundo depoimentos de Floyd Landis e Tyler Hamilton à USADA, Armstrong teria doado US$ 125 mil para a UCU em troca da ocultação do seu teste positivo para EPO. "Eu não estou surpreso que Lance Armstrong confirmou isso na entrevista", disse Verbhuggen.

McQuaid insistiu que "não houve testes positivos que foram acobertados e ele confirmou que as doações feitas à UCI eram para auxiliar na luta contra o doping". "Lance Armstrong confirmou que não houve conluio ou conspiração entre

UCI e Lance Armstrong", disse.

As ligações da UCI com o caso Armstrong serão examinada por uma comissão independente ao longo de três semanas de audiências em Londres, em abril. McQuaid, que se tornou presidente da UCI em 2005, e Verbruggen disseram que vão apresentar provas ao painel.

McQuaid afirmou que foi "perturbador" assistir a entrevista Armstrong. "Foi perturbador vê-lo descrever um rosário de crimes incluindo entre outros doping ao longo de sua carreira, a liderança de uma equipe que se dopava, bullying, consistentemente mentindo para todos e produzindo uma prescrição médica retroativa para justificar um resultado", disse o chefe da UCI, referindo-se ao teste positivo de Armstrong para um corticosteroide durante sua primeira vitória na Volta da França, em 1999.

"No entanto, Lance Armstrong justamente também disse que o ciclismo é um esporte completamente diferente hoje do que era há 10 anos", lembrou McQuaid. Para Verbruggen a entrevista ajudou a mostrar que "a UCI tem estado na linha de frente da luta contra o doping no esporte".

Pat McQuaid, presidente da União de Ciclismo Internacional (UCI) confirmou nesta segunda-feira (22) que Lance Armstrong está banido definitivamente do esporte e perdeu todos os sete títulos que conquistou na Volta da França. O dirigente anunciou que a entidade seguirá as normas da Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada).

"A UCI não apelará à Corte Arbitral (do Esporte) e reconhecerá as sanções que a Usada impôs", disse McQuaid, com referência a Armstrong. "A UCI apoiará o banimento e tirará dele os sete títulos da Volta da França".

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"Quando assumiu (como presidente) em 2005 fiz da luta contra o doping minha prioridade. Eu reconhecia que o ciclismo tinha a cultura do doping", completou McQuaid, que negou ter qualquer intenção de se demitir do cargo. O dirigente, 63 anos, é natural de Dublin, na Irlanda, e competiu como ciclista entre 1966 e 1982.

Armstrong, de 41 anos, deixou o ciclismo em 2005, mas retornou em 2009, despedindo-se novamente no início do ano passado. O ciclista sempre se definiu inocente e falou que em toda a carreira nunca testou positivo em um exame antidoping, mas disse em 23 de agosto de 2012 que não iria mais se defender das acusações da Usada, considerando injusto o modo como a entidade dirigia o processo relacionado ao assunto.

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