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Um festival de bandas independentes pernambucanas em um palco de teatro. Nesta quinta e sexta-feiras, 21 e 22 de setembro, parte dessa cena subirá ao palco do Teatro Luiz Mendonça, que fica no Parque Dona Lindu, zona sul do Recife. A 2ª edição do festival Som & Chuva reunirá seis artistas e bandas para apresentar ao público seu som.

Dunas do Barato, Jambre, Marcello Rangel, Dani Carmesim, PC Silva e Seu Pereira e Módulo Lunar integram a programação. “A proposta é trazer essa cena para um teatro, que é algo diferente do convencional para as bandas daqui do Recife”, diz Manolo, produtor do evento.

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A primeira edição do Som & Chuva aconteceu em 2008, na Budega do Matuto, no Bairro do Recife. Ao longo desses anos de hiato, Manolo ainda tentou fazer uma outra edição, já no Teatro Luiz Mendonça, em 2012.

“A pauta lá é muito concorrida. Fui catando, fui catando, fui catando, até que, enfim, conseguimos agora”, explica ele.

Programação

Na quinta-feira (21), subirão ao palco do Luiz Mendonça as bandas Jambre, Dunas do Barato e o cantor e compositor Marcello Rangel.

A programação será aberta com Jambre, trazendo influências do rock clássico, do Tropicalismo e dos batuques dos ritmos de matriz africana. Marcello Rangel se apresenta em seguida com o show Marcello Transa Caetano. A Dunas do Barato, conhecida por trazer um repertório tropicalista (com músicas de Gal Costa, Caetano Veloso,Gilberto Gil, Maria Bethânia, Moraes Moreira), apresentará várias canções de seu acervo de músicas próprias.

Na sexta-feira (22) a programação será aberta com a cantora e compositora Dani Carmesim, voz feminina do rock’n’roll pernambucano. PC Silva se apresenta na sequência, com suas composições. Encerrando a segunda noite e o festival, tocam o paraibano Seu Pereira e Módulo Lunar.

Serviço:

FESTIVAL SOM & CHUVA

Dias 21 e 22 de Setembro ás 19h

Teatro Luiz Mendonça - Parque Dona Lindu

Ingressos aqui

Em meio ao turbilhão emocional provocado pela quarentena, o cantautor pernambucano PC Silva mostra ao mundo o primeiro disco solo, Amor, Saudade e Tempo, com canções autorais costuradas pela tríade temática que titula o álbum compostas ao longo de uma década. Com as preciosas participações das cantoras Mônica Salmaso e Ceumar e do instrumentista Lui Coimbra, o álbum tem 11 faixas e está disponível nas principais plataformas digitais.

Desde o fim da bandavoou, em 2016, PC Silva se dedicou à composição, ao estudo da poesia e do instrumento, a shows individuais ou com parceiros, como na mostra coletiva Reverbo, um dos mais relevantes projetos musicais da cena pernambucana contemporânea. Foram dois anos de estruturação de um movimento de independência e amadurecimento artístico que culmina em um disco contemplativo, marcado por unidade melódica e temática e gravado no Estúdio Carranca com Juliano Holanda (guitarra, violão e baixo), Gilú Amaral (percussão), Diego Drão (piano). 

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O apreço pelas palavras e o domínio da rima por vezes subvertida em jogos melódicos é conduzido pelo violão do sertanejo de Serra Talhada, moldado pela técnica aprimorada ao longo dos últimos anos. Sentir-se à vontade permite brincadeiras com palavras não óbvias, como na música de abertura, Freegells, apelidada segundo um doce industrializado, na qual canta uma saudade leve e dançante, com alguns toques percussivos da música regional pernambucana.

O título do álbum, Amor, Saudade e Tempo, agrega os três universos nos quais PC Silva dividiu as canções escolhidas em um processo artesanal de análise dos versos e das expressões utilizadas. Algumas, o ouvinte perceberá, transitam por mais de um tema, frequentemente pinçados como força-motriz para a composição musical. É o caso de Boomerang, parceria com Juliano Holanda, também produtor do disco e de Ave Sangria, Almério, Martins e Bongar, gravada em dueto com a mineira Ceumar.

A possível delicadeza da saudade conduz Meu Amorzim, introduzida por uma oração da avó dele, a rezadeira Joaquina, falecida em 2018. Em sintonia com compositores como Gilberto Gil e Chico César, ele alude aos ritos religiosos de um cristianismo popular muito característico do sertão nordestino e vê na despedida uma espécie de encantamento. Joana Terra, Luiza Fittipaldi, Jr. Black, Marcello Rangel e Juliano Holanda fazem coro, como quem reza, na faixa.

Pitadas das influências sonoras e poéticas do sertanejo de Serra Talhada permeiam quase todo o disco, mas se tornam mais fortes em algumas, como Ciclone, com estrutura poética de um martelo, uma das mais queridas pelo público. O conceito de transitoriedade, reforçado diante da crise sanitária e a solidão por ela provocada, é explorado na épica Todas As Vidas Do Mundo, já gravada por Ceumar no álbum Espiral.

O mistério do tempo reaparece em Nigel Mansell - piloto rival de Ayrton Senna nas pistas -, no qual ele faz ode à incontrolável e enigmática grandeza física. O eu-lírico feminino ressurge em Moderna, uma canção de 2010 com falas feministas de tônica ora políticas ora irônicas. Já na parceria com Isabela Morais Saudade Arengueira, que carrega no nome uma gíria tão pernambucana, a ausência tem contornos trágicos, inspirados por um acidente que vitimou o parente de um grande amigo e pela angústia cortante da viúva.

A melodia ganha um toque especial com o charango introduzido por Lui Coimbra. O fim tem sua controversa beleza destacada em Adeus, Obrigado e Disponha, cantada com Mônica Salmaso e preenchida ainda pelo violoncelo de Lui Coimbra, cujo instrumento cresce ainda mais em Ímã, na qual os desencontros do amor ganham contorno de afeto e cuidado.

"Quando Mônica aceitou gravar, era 2018. Eu não tinha nada sólido ainda do disco, nem banda, nada. Mas eu sabia que teria Mônica Salmaso cantando no disco e isso era muito motivador", recorda PC, que arremata a estreia com pedidos de desculpas e a possibilidade do retorno em 'Quem Sabe Não Tem Volta?' - de um relacionamento, do disco ou de ambos.

*Da assessoria

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