A região Agreste de Pernambuco tem sofrido com as condições das estradas e rodovias. Desde 2009 a população espera a duplicação da BR-104, entre os municípios de Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, trecho de 51 quilômetros entre as cidades que fazem o pólo de confecções do Estado.

A BR-104 foi iniciada com verba do PAC, e deveria ser concluída até dezembro de 2013. Com os inúmeros erros no perímetro urbano de Caruaru, o Departamento de Estrada e Rodagem de Pernambuco (DER), que gerencia a obra, havia informado que apenas o trecho de Caruaru à Toritama seria entregue este mês. A obra separou a zona Leste do centro da cidade, através de viadutos, sem trechos onde pedestres possam atravessar.

Além de poucas opções para veículos, um erro ao entrar na cidade pode gerar um acréscimo de 4km ao itinerário, há pouca sinalização e iluminação. Mesmo as lombadas eletrônicas funcionaram, por muito tempo, sem que motoristas soubessem se estavam ou não ligadas. O limite de velocidade também não facilita, já que muda de um equipamento para outro.

Ao todo são seis redutores de velocidade para 50km/h e 60km/h, com possibilidade de chegar a 80km/h, conforme regras do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), uma faixa de pedestres pouco visível e uma placa que indica a preferência dos pedestres. As placas que informam a entrada da cidade são muito em cima do local, não dando espaço para o motorista seguir a orientação, caso não conheça a cidade.

Além do problema central, as rodovias estaduais (PEs) que se ligam à BR-104 também estão com problemas de manutenção. Em Santa Cruz do Capibaribe, a PE-160, que leva diretamente ao Moda Center Santa Cruz, coração econômico da cidade e maior pólo de confecções da América Latina, está com buracos, apesar das intervenções feitas pelo Estado.

Em Caruaru, a PE-095, que liga o município a vizinha Riacho da Almas, está com problemas de manutenção, apesar de ter indicação no site do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) como uma estrada boa para viajar (Foto). Quase a totalidade da estrada não tem acostamento, são muitos os lugares onde o asfalto está se desgastando rapidamente, além de lixo, animais, falta de placas de sinalização – as poucas que existem estão enferrujadas ou tomadas pelo  mato. A própria BR-104, no trecho já duplicado de Caruaru fica pior a cada chuva, com buracos capazes de rasgar o pneu dos carros.

A duplicação tem causado grandes transtornos para a população do Agreste. Em Santa Cruz, a sociedade esperava que a duplicação ajudasse os compradores a chegar com facilidade. Os 51 quilômetros entre o município e Caruaru eram percorridos em 1h, hoje, com o atual estado da obra, nos dias em que acontecem a feira da Sulanca, o motorista pode passar até 3h preso no trânsito. A cidade berço da confecção chega a receber 200 ônibus por dia, de pessoas de várias partes do país.

De acordo com a assessoria do DER, as PEs 160 e 095 estão em processo de construção de projeto para recapeamento. Através de nota o DER informou que a duplicação, no trecho urbano de Caruaru, passará por uma pequena obra esta semana e que, o perímetro do município será entregue em março de 2014. Confira:

O DER informa que a partir da próxima quarta-feira, 11, será interditada a via marginal direita da BR-104, entre os viadutos da Linha Férrea e João Mota, para a execução de serviços na altura da Rua Leor Virgílio de Melo e próximo ao viaduto João Mota. A interdição tem previsão de duração de 10 dias e será apenas no trecho citado, o restante da via marginal estará liberado para o tráfego normal. A previsão é que todo trecho da duplicação seja concluído até março.

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