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Estudo realizado pela plataforma ‘Quero Bolsa’, ferramenta que oferece oportunidades de estudos em graduações, detalhou o ingresso de indígenas em faculdades brasileiras. Segundo o levantamento, desde 2010 o percentual de entrada em cursos desse grupo avançou 842%.

Nesse mesmo período, de acordo com a pesquisa, o total de ingressantes no ensino superior brasileiro aumentou 48%. A análise levou em consideração dados do Censo da Educação Superior.

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“Em 2010 ingressaram 2.723 alunos que se declararam indígenas. Em 2017, dado mais recente disponível, foram 25.670. A participação da etnia passou de 0,12% do total de alunos ingressantes para 0,79%, com pico de 0,87% em 2016”, informou a assessoria de comunicação da Quero Bolsa.

Para o diretor de Inteligência de Mercado da plataforma Quero Bolsa, Pedro Balerine, existem políticas de incentivo responsáveis pelos dados. “Isso é resultado de duas políticas de inclusão oferecidas a esta população. A primeira vem do trabalho da Funai (Fundação Nacional do Índio) de garantir acesso à Educação Escolar Indígena, oferecida por estados e municípios. A outra é a elevação do percentual de vagas destinadas a cotistas em instituições federais, que passou de 12,5%, em 2013, para 50%, em 2016”, explica Balerine.

A pesquisa ainda detalhou os Estados com os maiores números de estudantes indígenas que ingressaram em graduações no ano de 2017. São Paulo lidera a relação, aparecendo em seguida Pará, Pernambuco, Bahia e Ceará.

Em outro recorte, o levantamento identificou os cursos que mais interessam aos estudantes indígenas. Confira, a seguir, as formações no formato presencial:

1 - Direito

2 - Enfermagem

3 - Administração

4 - Psicologia

5 - Pedagogia

6 - Farmácia

7 - Fisioterapia

8 - Engenharia civil

9 - Ciências contábeis

10 - Educação física

Veja, a seguir, os cursos preferidos na modalidade EAD:

1 - Pedagogia

2 - Ciências contábeis

3 - Administração

4 - Nutrição

5 - Gestão de pessoal/Recursos Humanos

6 - Formação de Professor de Língua/Literatura Estrangeira Moderna

7 - Empreendedorismo

8 - Engenharia civil

9 - Formação de Professor de Língua/ Literatura Vernácula (português)

10 - Formação de professor de matemática

A questão da permanência

Apesar dos avanços, Pedro Balerine acredita que a permanência dos indígenas nos cursos ainda é um sério desafio. “Esbarram em questões como dificuldades linguísticas, preconceito e problemas financeiros, já que muitos estudantes passam a conviver com despesas que nunca tiveram na vida, como gastos com moradia e alimentação”, diz o diretor.

O Ministério da Educação (MEC), como estratégia para contribuir em prol da permanência dos estudantes indígenas na educação superior, realiza o Programa Bolsa Permanência. Por meio da iniciativa, é oferecida bolsa de R$ 900 mensais aos alunos.

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