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Ostentando seus 6% de aprovação, segundo dados do Ibope de dezembro de 2017, o presidente Michel Temer (MDB) já afirmou diversas vezes que não se preocupa com a impopularidade. Nos últimos meses, contudo, isso vem mudando e é possível notar uma maior presença dele nas redes sociais como estratégia para tentar amenizar a imagem do chefe de Estado preocupado apenas com reformas e cortes de gastos. 

A mudança vem, inclusive, em ano eleitoral; quando, apesar dele não ser tão bem visto pelos brasileiros, seus aliados vão querer ter o presidente como apoiador das suas candidaturas. E, para buscar atrair mais confiança, Michel Temer trocou a equipe que administrava as mídias digitais em junho, deixando-as sob a batuta do marqueteiro Elsinho Mouco.

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O Twitter é a rede mais utilizada pelo presidente, lá são publicados trechos de discursos e entrevistas em tempo real e é a ferramenta que normalmente o presidente utiliza para externar, por exemplo, o pesar diante de alguma tragédia, morte de políticos ou atentados terroristas. O que não deixa de lado o Facebook e o Instagram, onde os pronunciamentos e atos são exibidos ao vivo, além de vídeos e mensagens aos internautas sobre as ações de governo. 

Além disso, o que vem chamando a atenção nos últimos meses, entretanto, é que ele passou a publicar imagens que tentam transmitir mais pessoalidade em suas ações, como fotos com crianças, populares que recebem benefícios federais e momentos com a primeira-dama Marcela Temer. Sem falar, ainda, na exposição da caminhada de rotina pelo jardim do Palácio do Jaburu, para garantir a normalidade da sua saúde, já que precisou passar por procedimentos cirúrgicos nos últimos meses. 

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A estratégia é uma tentativa de gerar mais proximidade do presidente com os brasileiros que usam as redes. “Recentemente tem tido uma presença mais forte de agenda positiva nas redes sociais do presidente, de expor a economia de forma melhor. Ele está querendo colar que não está na Presidência apenas para fazer reformas, com isso gerar menos apatia e diminuir desgaste”, avaliou o especialista em marketing digital e consultor da Caisnovo, Jader França. 

“Ele tem equilibrado [as publicações] por causa dos protestos, vomitaços digitais e ataques”, acrescentou o estudioso, lembrando que em nenhum momento o presidente aborta o discurso de necessidade de apoio a reforma da Previdência, por exemplo, que deve ser votada em fevereiro na Câmara dos Deputados. 

Nem sempre, porém, essa estratégia dá certo. A publicação de uma foto de Michel Temer ao lado do seu cachorro, Thor, com a legenda: “a jornada é difícil, mas sempre há tempo para o Thor”, é um exemplo disso. Os internautas não perdoaram. “Sua cara de felicidade é contagiante. Parece a minha sendo governado por uma junta golpista”, comentou um. “Thor recebendo energia ruim, tadinho, olha a cara do dog. Deve ser uma zica danada esta mão de traíra de gente e da pátria”, publicou outro. 

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Isso pode ser explicado pelo arquétipo já atribuído ao presidente, uma vez que internautas se habituaram a um presidente com dificuldades de falar coloquialmente e usando apenas terno e gravata.  

“Pelo assédio que o presidente tem, nas redes sociais dele existe uma tensão muito grande nos comentários. Tem que haver um diálogo mais forte neste ambiente para querer contornar alguma situação, o contato mais direto poderia proporcionar um maior retorno positivo”, considerou Jader Freire.

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