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A situação da Oi piorou nos últimos meses e o futuro da empresa, uma das maiores operadoras de telefonia do País, voltou a preocupar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável por regular o setor. Autoridades do governo Jair Bolsonaro foram avisadas esta semana de que, caso o comando da companhia não consiga reverter os maus resultados, a agência pode ser obrigada a intervir na empresa. Há receio de que regiões do País fiquem sem serviços de telefonia fixa prestados pela operadora no ano que vem.

Duas reuniões já foram realizadas na agência reguladora para discutir o assunto. Executivos da Oi devem ser chamados em Brasília para falar sobre como planejam manter a empresa de pé. O governo foi envolvido no debate diante do risco de que uma decisão mais dura tenha de ser tomada nos próximos meses.

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O Estado apurou que, caso a empresa não melhore seu desempenho no curto prazo, uma das alternativas em estudo é tirar da Oi a concessão que a permite oferecer telefonia fixa em todos os Estados do País, com exceção de São Paulo - processo chamado de "declaração de caducidade". A alternativa chegou a ser estudada durante o governo do presidente Michel Temer, mas foi descartada.

Os serviços de telefonia móvel e de banda larga são autorizações e a Anatel não pode interferir nem cassar o direito da empresa de oferecê-los. A natureza do problema na Oi, porém, sinaliza que a empresa pode ter dificuldades para manter seus serviços como um todo nos próximos anos.

A Oi vem executando seu plano de recuperação judicial, aprovado em 2017 pelos credores, para que a empresa, que acumulava dívida de R$ 65 bilhões, escapasse da falência. Em janeiro, a operadora recebeu a injeção de R$ 4 bilhões de seus acionistas, uma das condições do plano de reestruturação acordado com seus credores, que envolveu desconto na dívida e um prazo mais longo de pagamento.

Com isso, ficou com um saldo em caixa que era considerado confortável pela Anatel, de R$ 7,5 bilhões. Desde então, porém, vem gastando muito mais do que consegue acumular.

Foram sacados R$ 3,2 bilhões do caixa para custear operações, pagar salários, bancar investimentos, entre outras despesas, até junho, segundo dados divulgados pela Oi.

A seguir nesse ritmo, e sem novos aportes, a empresa se inviabilizaria até o ano que vem. Por essa razão, além de avaliar se será preciso tirar a concessão da Oi, a Anatel debate se, enquanto busca nova empresa para assumir a concessão, será necessário intervir na operadora.

Riscos - Há dois riscos que Anatel e governo desejam afastar. O primeiro é o de um apagão em parte dos serviços de telefonia do País. O outro é de a União ser chamada a arcar com custos para manter a operação da Oi - a medida seria mal vista pela equipe econômica de Bolsonaro.

A intervenção cria um problema grande para o governo, mas, no limite, seria um desfecho que livraria a empresa de cumprir com obrigações assumidas para manter a concessão, mas que geraram ao longo dos anos elevado custo e multa, como a manutenção de orelhões.

A Oi ainda será ouvida por governo e Anatel. Ontem, porém, a empresa voltou a expor aos investidores seu plano de sobrevivência. O diretor financeiro, Carlos Brandão, afirmou que a queima de caixa não foi uma surpresa e que o comando da operadora está confiante. Disse, porém, que a Oi tem alternativas, como emitir debêntures e solicitar novo aporte, de até R$ 2,5 bilhões, de seus acionistas.

Em outra frente, a Oi se movimenta para levantar dinheiro com a venda de ativos. O plano tem como objetivo arrecadar de R$ 6,5 bilhões a R$ 7,5 bilhões. Neste ano, seriam passados à frente torres de telecomunicações e ações da Oi na empresa angolana Unitel.

Há dúvidas entre representantes do governo e da Anatel, porém, se as vendas serão suficientes e se esse reforço no caixa chegará a tempo.

Procurada, a Oi disse que não iria se pronunciar. Na Anatel, o conselheiro Vicente de Aquino, relator da matéria, declarou sigilo no processo e não comentou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República (SAC-PR) reabriu consulta pública sobre a proposta de Plano Geral de Outorgas (PGO) de infraestrutura aeroportuária, que define as regras para gestão dos 270 aeroportos regionais contemplados no plano do governo federal de estímulo à aviação regional. A consulta foi aberta em março e receberia contribuições até o dia 17 de abril. Agora, com a reabertura, os interessados poderão enviar sugestões até o dia 16 de maio.

O Plano Geral de Outorgas permitirá à SAC escolher o modelo de exploração para cada um dos aeroportos brasileiros. Atualmente, há cerca 720 aeródromos públicos no País, dos quais 270 escolhidos para compor o programa de incentivo à aviação regional, com investimentos inicialmente previstos em R$ 7,3 bilhões. Esse grupo de terminais terá regras específicas dentro do PGO e a escolha do modelo para cada aeroporto irá considerar aspectos operacionais, mercadológicos, econômicos e geográficos.

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A proposta do governo é delegar aos Estados a gestão de aeroportos regionais. Para isso, é preciso que fiquem comprovadas as capacidades técnicas da estrutura estadual. Os municípios também poderão administrar aeroportos, desde que tenham Produto Interno Bruto (PIB) superior a R$ 1 bilhão. Caso nem o Estado nem o município queiram explorar um determinado aeroporto, a União precisará assumir a gestão do empreendimento, seja por meio da Infraero Serviços ou ainda por meio de parcerias com a iniciativa privada.

Os documentos da consulta pública estão disponíveis no site da SAC. As contribuições serão recebidas apenas pelo e-mail pgo@aviacaocivil.gov.br.

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