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Em semana de esforço concentrado antes da Copa do Mundo, os deputados conseguiram aprovar - entre projetos e Propostas de Emenda à Constituição (PEC) - somente 12 das 38 proposições pautadas para votação em plenário. As discussões concentraram-se em apenas dois dos quatro dias programados para sessões deliberativas. Nesta quinta-feira, último dia do esforço, apenas um texto foi aprovado: o tratado de extradição entre China e Brasil.

Com sessões até tarde da noite, os deputados votaram o Plano Nacional de Educação (PNE), a revisão do Simples Nacional, a Lei de Informática, a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos e a legislação que trata da criação de novas cidades. Foram aprovadas, em votações simbólicas, a lei que disciplina a prevenção de acidentes em piscinas, a que cria um disque-denúncia nacional para violência contra mulher, a que veda o uso de animais em testes laboratoriais e até um projeto que inscreve o nome do ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria.

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Projetos polêmicos que não foram à votação nesta semana podem ser votados numa semana mais curta por causa do início da Copa. Permanecem na pauta a PEC do Orçamento Impositivo, a que assegura salário integral ao funcionário público que se aposentar por motivo de invalidez e o projeto que regulamenta o direito de resposta. Pelo calendário aprovado para o período do torneio, em junho, só haverão sessões deliberativas na terça-feira (10), na quarta (11) e na última semana de junho (dias 24 e 25).

Imprensa

Considerada uma das matérias mais polêmicas da semana, o projeto do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que trata da regulamentação do artigo 5º da Constituição tem consenso no Senado para ser votado. A proposta estabelece que os cidadãos que se sentirem ofendidos por reportagens jornalísticas veiculadas nos meios de comunicação social podem requerer o direito de resposta.

O texto, que passou pela Casa, prevê que qualquer um que se sentir ofendido na honra, reputação, imagem ou intimidade, pode exigir a retificação da informação em espaço proporcional à notícia divulgada. O cidadão poderá reivindicar o direito diretamente ao meio de comunicação ou acionar a Justiça num prazo de 60 dias a partir da data de publicação do conteúdo jornalístico. O projeto não se aplica aos comentários feitos por internautas nas páginas eletrônicas dos veículos de comunicação.

Alguns pontos do projeto ainda podem ter alterações e, se forem aprovados, a proposta retornará ao Senado. Os deputados devem apresentar destaque desobrigando as empresas jornalísticas de rádio e televisão da retificação pessoal. Essa regra prevista na proposta de Requião dá a possibilidade de o ofendido aparecer no telejornal ou no programa de rádio se defendendo da ofensa.

O segundo ponto sujeito à mudança é o que prevê a possibilidade de efeito suspensivo da decisão de Primeira Instância, desde que seja por colegiado. Algumas bancadas querem que o efeito suspensivo seja por decisão monocrática do juiz de Segunda Instância. Os deputados também querem aumentar o prazo para que as empresas jornalísticas se defendam na Primeira Instância.

Uma das partes que não deve ter alteração é o item que impede o ofendido de fazer outras demandas na ação de direito de resposta, como indenização por danos morais. A proposta diz que a ação judicial deve ser individualizada - não pode ser feita por entidades e representações. O projeto de lei destaca ainda que o juiz poderá impor multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor da ação. "Esse projeto não é apenas para políticos ou notoriedades, é para o cidadão que muitas vezes é ofendido e precisa ter o seu direito de resposta", defendeu a relatora do projeto na Câmara, Luciana Santos (PC do B-PE).

O Senado desistiu de realizar uma semana de esforço concentrado de votações antes da Copa do Mundo e do início das convenções partidárias e, após mudar a prioridade das pautas, apreciou apenas nove projetos de lei em plenário. A expectativa inicial era de que os senadores votassem de segunda a sexta-feira 17 propostas legislativas. Contudo, a intenção fracassou e os parlamentares votaram apenas nos dias tradicionais - nas tardes de terça e quarta e na quinta-feira pela manhã - e já retornaram para seus Estados.

A mudança de pauta do esforço concentrado adiou a análise de projetos polêmicos que constavam da pauta. Dois deles, de autoria do senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), reformavam o Código de Defesa do Consumidor, criando, entre outras modificações, regras para proteger o consumidor no comércio eletrônico. Outro projeto descartado da semana instituía a Lei da Responsabilidade Orçamentária, alterando normas do processo orçamentário com a unificação de conceitos.

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Havia a previsão ainda de que hoje os senadores votassem a reforma da atual Lei de Licitações. A proposta prevê o fim do uso da carta convite e da tomada de preços nas concorrências públicas e amplia as possibilidades de uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC).

O plenário do Senado aprovou nesta semana uma proposta que garante a estabilidade no emprego para quem detiver a guarda de bebês órfãos. O texto seguirá para sanção presidencial porque não sofreu alterações durante sua tramitação na Casa. Na mesma sessão, a Casa aprovou um projeto que altera a jornada de trabalho dos motoristas profissionais. A proposta determina que eles poderão trabalhar em um dia por até dez horas (com duas horas extras inclusas). Nesse período, terão de fazer um descanso diário obrigatório de quatro horas, que pode ser fracionado durante a jornada, a critério do condutor. Como houve modificação no Senado, o texto voltará para a Câmara.

Na sessão de ontem, com a presença da apresentadora Xuxa Meneghel, foi aprovada a proposta que estabelece o direito de crianças e adolescentes serem educados sem o uso de castigo físicos, conhecido popularmente como Lei da Palmada. A matéria vai para sanção presidencial. Os senadores também aprovaram um projeto que cria uma gratificação para todo procurador que acumula a unidade de trabalho de um colega. Na prática, a proposta, válida para todos os ramos do Ministério Público da União, permite a eles ganhar mais do que o teto do funcionalismo público, atualmente em R$ 29.462,25. Como foi modificada no Senado, terá de voltar para a Câmara.

Na manhã desta quinta-feira, mesmo sem constar da lista original do "esforço concentrado" anunciado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a Casa aprovou um projeto de lei que aumenta a pena para quem praticar o crime de contrabando. A punição para aqueles que forem condenados por importar ou exportar mercadorias proibidas subiu de um ano a quatro anos para dois anos a cinco anos de prisão. A proposta segue para a sanção presidencial, porque já passou pela Câmara dos Deputados. Ao todo, foram votadas 14 matérias, entre projetos de lei, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e mensagens.

Diante de um plenário vazio, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-PB), decidiu na tarde desta segunda-feira adiar para amanhã o início do "esforço concentrado". A pauta de votações, que iria de hoje até a sexta-feira, previa a votação de 17 propostas ao longo da semana. Esse esforço ocorrerá antes da Copa do Mundo e do início das convenções partidárias.

Renan disse que vai realizar uma reunião com os líderes partidários para se redefinir a pauta de votações. "O papel do presidente é fazer a pauta, mas o parlamento funciona pela maioria. Se não tivermos maioria, não vamos ter como deliberar. O fundamental é que tenhamos um momento antes das convenções (que começam no dia 10 de junho) para avançarmos na deliberação de matérias que são importantes", afirmou.

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Na pauta inicial, o Senado previa analisar uma série de matérias: a reforma do Código de Defesa do Consumidor (CDC); a chamada Lei do Descanso, que permitiria a mudança na jornada dos motoristas profissionais; a Lei da Palmada, para estabelecer o direito de crianças e adolescentes serem educados sem o uso de castigo físicos; e a reforma da atual Lei de Licitações (projeto de lei do Senado 559/2013), que acaba com a carta convite e a tomada de preços nas concorrências públicas e amplia as possibilidades de uso do Regime Diferenciado de Contratações (RDC).

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