A saga “Prince of Persia” é conhecida por marcar a indústria dos jogos em diversos aspectos, seja pela qualidade das animações em 2D, por colocar o jogador em combates de espadas bem coreografadas ou pelo desafio elevado. O primeiro jogo foi desenvolvido pelo game designer Jordan Mechner e lançado em 1989, para os computadores Apple II e IBM-PC. Com o passar do tempo, a Ubisoft adquiriu os direitos da franquia e emplacou uma trilogia de sucesso no PS2, que aumentou ainda mais a base de fãs. Próximo de completar 35 anos, “Prince of Persia: The Lost Crown” chega em 15 de janeiro, em um formato que remete às origens da série.
O principal desafio da Ubisoft era desenvolver um game que não parecesse com um “Assassins Creed” com nome de “Prince of Persia”, afinal de contas, a ideia inicial que deu origem à franquia dos assassinos, surgiu a partir de um projeto de um novo “Prince of Persia”. Neste sentido, adotar um estilo de câmera em 2D, semelhante ao título de 1989 se mostrou um dos maiores acertos da Ubisoft nos últimos anos. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o título na versão de PS5.
##RECOMENDA##Pela primeira vez na franquia, o jogador não assume o controle do príncipe, mas sim do habilidoso guerreiro Sargon, que pertence a um grupo denominado de “Imortais”. Após vencerem uma batalha contra os Kushans, os campeões celebram o feito no castelo da Persia. Porém, o breve período de paz é interrompido quando um dos integrantes da equipe sequestra o príncipe Ghassan. Com isso, Sargon e seus companheiros partem em uma jornada para salvar a vida do futuro rei.
Apesar de “The Lost Crown” trazer de volta a câmera clássica, ele não se limita apenas às origens, mas também incorpora uma estrutura metroidvania (nome dado ao sub-gênero que mistura elementos das franquias Metroid e Castlevania), com foco na exploração do mapa. Por conta disso, será necessário ir e voltar aos mesmos lugares várias vezes e aprender novas habilidades, que vão permitir chegar a lugares que antes eram inalcançáveis. Para facilitar este processo, é recomendado usar e abusar dos marcadores de mapa, que ajudam a lembrar com mais precisão os pontos de interesse.
Além da exploração, o combate também é outro elemento que se mostrará presente ao longo de toda a aventura, com coreografias que transformam as lutas em uma verdadeira dança e impressiona pela fluidez dos movimentos, tal como o primeiro título da franquia. A novidade fica por conta da possibilidade de aparar os golpes dos inimigos, ao apertar o botão L2 no momento exato e realizar um contra-ataque. Essa é uma mecânica que será bastante útil tanto em inimigos comuns, quanto em chefes.
Vale destacar que para realizar um aparo, é necessário ficar atento ao tipo de golpe que o inimigo vai aplicar. Caso o ataque venha acompanhado de um brilho amarelo, significa que a defesa perfeita vai eliminar o adversário instantaneamente ou causar uma grande quantidade de dano. Por outro lado, as técnicas que acompanham um brilho vermelho são indefensáveis e para estes casos, a melhor escolha é a esquiva.
Outra mecânica que também deve ser bastante aproveitada ao longo da campanha, é o Athra, uma energia usada por Sargon e os demais guerreiros da equipe “Imortais”, que permitem a eles utilizar técnicas únicas durante os combates. Cada ataque especial consome uma barra de Athra, que é regenerada conforme o jogador ataca os inimigos ou realiza aparos perfeitos.
Desafio elevado
Por possuir diversos elementos de combates, não fica difícil imaginar que “The Lost Crown” não será um passeio no parque, principalmente nos níveis mais altos de dificuldade. Os inimigos encontrados ao longo da aventura não darão descanso e, até mesmo aqueles considerados mais simples são capazes de dilacerar Sargon com facilidade, caso o jogador cometa os mínimos erros.
Ao morrer, Sargon renasce no último ponto de controle ativado, que aqui é representado pelas árvores Wak-Wak, que são distribuídas em diferentes pontos do mapa. Embora no começo elas aparentam ser escassas, uma maior quantidade começa a ser revelada conforme o jogador desbrava o mapa. No entanto, se a morte acontecer durante uma luta de chefe, o jogador pode escolher renascer direto na arena, o que evita a frustração de ter que percorrer todo o caminho de volta até o local da batalha.
As árvores Wak-Wak também podem ser utilizadas para equipar as técnicas de Athra e os amuletos que melhoram os atributos de Sargon, como quantidade de vida, aumento de força dos ataques ou recuperação de energia.
A vida do protagonista pode ser recuperada ao coletar pequenas esferas douradas, que ocasionalmente dropam de inimigos derrotados; ou por meio de uma poção, que a princípio está disponível para ser usada apenas uma vez por tentativa, mas que com o tempo, permite aumentar a potência e a quantidade de usos. Uma mecânica semelhante à que é vista na franquia “Dark Souls”, da FromSoftware.
Além dos inimigos, também existe o fato de que level design faz questão de lembrar o jogador constantemente que ele ainda está jogando um “Prince of Persia”, já que os cenários estão repletos de áreas lotadas por espinhos, explosivos, areias movediças e armadilhas de lâminas.
Para superar esses desafios, será preciso dominar minimamente os controles e também ter uma boa coordenação motora. As habilidades adquiridas ao longo da aventura serão indispensáveis nesses trechos, pois são elas que permitem que Sargon deslize no ar, realize pulos duplos, alterne entre diferentes dimensões, se teletransporte de um ponto para outro ou faça acrobacias com o uso de um pano mágico.
“Prince of Persia: The Lost Crown” é o retorno de uma franquia que marcou a história dos videogames em diferentes momentos e, este novo capítulo não apenas abre 2024 de uma maneira positiva, como também promete trazer novos ares para a saga.
O título ficará disponível na próxima segunda-feira (15), para aqueles que obtiveram a versão com acesso antecipado e será lançado globalmente em 18 de janeiro, para as plataformas PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch por R$239,99; e PC por R$209,99.
Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá