Após cinco anos da sua saída da rede Globo, a apresentadora Xuxa Meneghel reapareceu na emissora no programa Conversa com Bial, exibido na madrugada deste sábado (23). A Rainha dos Baixinhos relevou episódios da intimidade e analisou a relação da sensualidade presente na década de 80, quando despontou com seu programa infantil.
Atualmente na Record, Xuxa participou de um papo descontraído com Pedro Bial e garantiu que a intenção do seu programa nunca foi sensualizar para as crianças. Criticada por usar roupas curtas e body cavados em um show intanfil, ela explicou que a moda ganhou outro conceito com o avanço da indústria cultural.
##RECOMENDA##"As roupas eram bem cavadas. Pra seguir a moda, eu tinha que seguir a coisa sensual e sexual. Eu não estava querendo sensualizar, sexualizar ou estimular isso para as crianças, mas se eu não fizesse isso estaria fora do que estava acontecendo diariamente da porta pra fora. Todo mundo fazia isso na praia, na piscina, nas músicas, videoclipes, na TV, nas aberturas de novela", comentou.
Quanto as críticas, a apresentadora mostrou-se consciente e acredita que o programa seria taxado como 'politicamente incorreto' se fosse ao ar nas manhãs de hoje. "Se você parar pra pensar e ver meus programas, 80% das coisas que eu fazia no Xou da Xuxa era politicamente incorreto. Da maneira como eu falava com as crianças, coisas que eu fazia, o jeito que eu me vestia, as músicas que tocavam. Eu teria sido crucificada se tivesse feito isso hoje em dia", avaliou.
"Quem quer pão" na cama
Em meio ao sucesso que lhe coroou diante de outras apresentadoras do gênero como Angélica, Eliana e Mara Maravilha, a Rainha dos Baixinhos comentou sobre a dificuldade que o público tinha para desatrelar a imagem de celebridade e compreender que ela era uma pessoa 'normal'. Ao relembrar uma relação sexual, em tom de riso, ela revelou um dos episódios que evidenciaram esse entendimento: "o cara na transa falar: 'canta quem quer pão'", se referindo à música lançada no álbum Xou da Xuxa de 1986.
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Xuxa ainda comparou a carreira de modelo da sua época e entende que colocá-la na TV foi uma jogada audaciosa. "Essa coisa de botar uma modelo pra trabalhar com criança foi audaciosa. Eu não estava preparada, e a televisão também não estava. A minha sensualidade era muito maior. Nas fotografias naquela época, nos anos 1980, a mulher era mais sensual e tinha que fazer caras e bocas. Hoje em dia é mais natural, antigamente era mais forçada. A sensualidade era muito presente, e foi um risco muito grande que o Sherman correu em dar esse espaço pra mim na TV", concluiu.