A briga interna no Santa Cruz, sobre a reforma do estatuto do clube, teve um fator novo e de certa forma inesperado. O substitutivo apresentado por Antônio Luiz Neto, a 24 horas da votação do texto da reforma no Conselho Deliberativo, revoltou torcedores e alguns conselheiros. Nesta quarta-feira (18), ALN, que é presidente do Conselho de Administração coral, falou sobre o assunto na Rádio Clube.
“Nós já havíamos tentado modificar esse encaminhamento da comissão que considerávamos uma comissão limitada, formada por poucas pessoas, a maioria inexperiente dentro do clube que não conhece a história e não fomos aceitos para compor”, revelou.
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“Tratamos de reunir o conselho de administração e foi combinado que buscaríamos notórios tricolores da área jurídica. Analisaram a proposta, elaboraram um anteprojeto onde há o aproveitamento de algumas propostas da reforma, mas mantém a estrutura que deu ao Santa Cruz a condição de um grande clube”, afirmou, sobre o substitutivo apresentado.
A pressão da torcida em relação ao texto liderado por ALN é a discordância nos números de conselheiros, considerado alto pelos reformistas e também sobre o item a respeito do direto a voto. Nesse caso a minuta apresentada segue o atual estatuto do clube que prevê apenas algumas categorias de sócios votantes.
“Nós estamos mantendo o processo eleitoral. O Santa Cruz tem o seu modelo de eleição consagrado, que é adotado na maioria dos grandes clubes do Brasil, se um ou outro adota outro tipo não é obrigado o Santa Cruz estar copiando ninguém”, disse.
“O Santa Cruz tem personalidade própria, escreveu sua história com sua imensa torcida, construiu seu patrimônio com sua imensa torcida. Querer fazer com que todos os torcedores, os sócios mais baratos também participem, isso é demagogia, isso não é uma maneira de encarar com seriedade uma sociedade como o Santa Cruz”, conclui.
ALN ainda ressalta que o atual estatuto do clube passa por mudanças em um período de 10 anos o que para ele é suficiente para considerar o estatuto moderno: “O estatuto do Santa Cruz já foi copiado por muitas instituições do Brasil inteiro por sua modernidade. Não podemos pegar o Santa Cruz e transformar em um clube que vai fazer 'assembleismo'”, salientou.
O ex-presidente do clube terminou seu comentário afirmando que o estatuto não é um problema no clube: “Democrático esse clube já nasceu. O problema da gente é no futebol, a gente tem que buscar um time que não temos hoje”, finalizou.