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A Alemanha vive mais um escândalo no futebol. Nesta terça-feira, o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Reinhard Grindel, renunciou ao seu cargo com um pedido público de desculpas por ter aceitado um relógio de luxo oferecido pelo ucraniano Hryhoriy Surkis, vice-presidente da Uefa. A sua saída acontece depois de acusações de que o dirigente teria recebido receitas suspeitas de uma afiliada da DFB em benefício próprio, mas também devido a um descontentamento geral com a sua liderança à frente da entidade.

"Todos que me conhecem sabem que não sou ganancioso. O preço do relógio era de 6 mil euros (cerca de R$ 25,9 mil). Não sabia a marca e o seu valor quando ganhei. O senhor Surkis não tinha a intenção de usar isso com a DFB. Ele nunca me pediu qualquer apoio. Foi um presente particular sem qualquer relação com a federação ucraniana ou empresas comerciais. Fui apenas educado em aceitar. Não posso explicar por que não agi logo para esclarecer isso", disse Grindel, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Berlim.

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"Estou atordoado por esse erro, renuncio como presidente da DFB e peço desculpas por meu comportamento menos do que exemplar ao aceitar o relógio", completou o dirigente alemão. A DFB já informou que os vice-presidentes Rainer Koch e Reinhard Rauball vão assumir a gestão interna da entidade até setembro deste ano. A Alemanha foi escolhida sede da Eurocopa de 2024, depois da edição itinerante do ano que vem, com fase final na Inglaterra.

Nos últimos dias, a revista alemã Der Spiegel revelou que Grindel tinha recebido também 78 mil euros (cerca de R$ 337 mil) antes de iniciar o cargo na DFB, na qualidade de membro de um conselho próximo da federação, além do relógio. O agora ex-presidente também é membro do Comitê Executivo da Uefa e do Conselho da Fifa.

Grindel havia chegado à presidência da DFB em abril de 2016 para substituir Wolfgang Niersbach, que renunciou depois de ter sido acusado de manipulação de votos para que a Alemanha ganhasse a eleição para ser a sede da Copa do Mundo de 2006.

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Reinhard Grindel, afirmou que é contra o aumento no número de países que participam da Copa do Mundo. A declaração foi publicada nesta quinta-feira (5) em formato de entrevista no site da entidade, às vésperas da primeira reunião do Comitê Executivo da Fifa em 2017, que acontece na semana que vem em Zurique, na Suíça.

"Na DFB estamos fundamentalmente convencidos de que o comprovado modelo de 32 nações participantes deveria ser mantido. A Copa do Mundo sempre foi um torneio muito popular entre torcedores, jogadores e patrocinadores. Por que isso deveria mudar?", questiona o dirigente.

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Os dirigentes do Comitê Executivo da Fifa receberam a proposta há poucas semanas e, para Grindel, seria necessário mais tempo para analisar uma reforma de tamanha magnitude. "Uma decisão ainda não será tomada. As associações receberam as propostas um pouco antes do Natal. Eu acredito que nós precisamos de um período prolongado para discuti-las, como associações individuais, depois como confederações e então como um todo. Essa decisão não deveria ser apressada", analisou.

O Mundial é disputado com 32 equipes desde 1998 e a Fifa estuda a implementação de uma nova forma com 40 ou 48 países para desenvolver o esporte em continentes como África e Ásia, assim como, principalmente, para faturar muito mais com a competição.

Cálculos feitos pela Fifa indicam que, com 48 seleções, a Copa pode ter uma renda de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões). Isso seria mais de 25% superior ao que gerou o Mundial de 2014 no Brasil, o mais rico da história.

Os custos de organização também aumentariam. Mas apenas em 15%, para um total de US$ 2,3 bilhões (R$ 7,6 bilhões). Ao final, os cofres da entidade poderiam garantir lucros de US$ 640 milhões (R$ 1,47 bilhão).

Grindel acredita, porém, que a Copa do Mundo inflada com essa justificativa de desenvolver estas nações que estão fora do grupo das maiores potências do futebol pode minar a real importância do evento. "Primeiro de tudo, é importante que as associações europeias trabalhem em conjunto para ajudar a desenvolver o futebol na África e na Ásia. Entretanto, não tenho certeza de que inflar a Copa do Mundo seja a melhor maneira de fazer isso", ponderou. "Eu acho que poderia aumentar o conflito entre clubes e seleções por conta do aumento de partidas dos atletas. Eu também acho que tamanha mudança teria um impacto na atratividade do torneio", finalizou.

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