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Keila da Silva Costa, 29 anos, pernambucana de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. Aparentemente, esses dados poderiam ser de qualquer pessoa, mas se tratam de uma das mais importantes saltadoras do atletismo brasileiro. Vinda de família humilde, a atleta de 1,70cm e 61 kg precisou vencer uma série de adversidades para chegar ao status atual. Em 2012, ela chegará a sua terceira olimpíada e além de ser uma das representantes do Estado no evento, também é uma das principais esperanças de medalhas brasileiras no salto triplo.

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Aos nove anos, Keila dava seus primeiros passos no esporte durante as aulas de educação física do professor Roberto Andrade, na Escola Professora Azinete Ramos Carneiro, no bairro de Caetés III. Logo, mostrou talento e foi chamada pelo docente, em 1994, para integrar o projeto “Atletas com Futuro” e mudou o local de ensino, passando a estudar e treinar no Colégio Professora Isaura de França.

Ela lembra o começo difícil. “Foi bem complicado. Não tínhamos o equipamento adequado. Faltava pista, sapatilhas, caixa de areia. Treinávamos no pátio da escola”, recorda. Mesmo assim, as dificuldades se tornaram apenas mais um obstáculo superado pela pernambucana, que relata o apoio que recebeu. “O Roberto foi quem mais me incentivou, ao lado da minha mãe. Mesmo sem condições, ela sempre nos levou para as competições, com o objetivo de que a gente continuasse no esporte”, afirmou.

Seu primeiro resultado importante foi em 2002, quando se tornou a primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha em campeonatos mundiais de atletismo. Na ocasião, Keila ficou com o bronze na World Junior Championships/IAAF, ao marcar 13,70m. Essa conquista é considerada a mais especial da carreira para a atleta. Depois disso, ela já iniciou participações em disputas para adultos.

Quando perguntada sobre o momento na qual achou que realmente a carreira ia deslanchar, ela não hesita. “Foi na minha primeira convocação para a seleção. O sonho virou realidade. Fui chamada no final de julho de 2004, quando segui para a disputa das Olimpíadas de Atenas, na Grécia, no salto em distância”. Nessa competição, a atleta terminou eliminada na fase de classificação, com a marca de 6,33m. Em 2008, mais madura, ela melhorou os resultados e chegou à final dos Jogos de Pequim, ficando com a 11ª posição, após fazer 6,43m.

Chegando para mais uma disputa, Keila não esconde que a medalha olímpica, no salto triplo, é um sonho. “Como todo atleta, o objetivo é estar no pódio. Estou treinando muito para isso. Nosso pensamento é ficar acima da marca de 14,70m para brigar por medalha”, completou. No entanto, para chegar ao resultado esperado, a atleta explica que terá fortes adversárias. Entre as principais estão a colombiana Catherine Ibarguen; Olga Rypakova, do Cazaquistão, além das cubanas e das russas que sempre são grandes rivais, segundo Costa.

A atleta deixou a equipe do Orcampi/Unimed (2010) e retornou este ano para a sua segunda passagem pela equipe da BM&FBOVESPA, na qual já tinha defendido em 2005. Dessa vez, ela está sob os olhares atentos do treinador Neilton Moura. Sobre a preparação para os Jogos de Londres, Keila revela algumas dificuldades superadas. “Começou um pouco mais tarde por causa da mudança de técnico, quando passei a ser comandada por Neilton. Adaptamos os treinamentos para superar o fator tempo e obter a melhor preparação. Venho treinando intensamente e já estou no ritmo forte”, analisou.

(No vídeo abaixo, a pernambucana fazia a sua melhor marca no salto em distância na temporada atual. No entanto, a própria saltadora superou o resultado neste mês, em São Paulo).

Assegurada em Londres no salto triplo, após conquistar a prata na etapa do Catar da Diamond League, com a marca de 14,31m, a atleta ainda não é presença certa na disputa do salto em distância. Para alcançar o índice, ela precisa saltar 6,75m e quase conseguiu no Grande Prêmio São Paulo, onde ficou com a marca de 6,68m.

A classificação é uma realidade, tendo em vista que o recorde pessoal da saltadora nessa prova é de 6,88m. A próxima chance para sacramentar a vaga será em duas etapas da Diamond League, a primeira em Roma, a partir de 31 de maio e a segunda em Nova York, com início em 9 de junho.

Mesmo se garantir a vaga no salto em distância, a sua participação na disputa não está assegurada. A decisão vai depender da ordem das provas. “É necessário saber o calendário. Se o salto triplo for o primeiro a ser realizado, competirei nas duas provas. Se o salto em distância iniciar os Jogos de Londres, não participarei para evitar desgaste e não atrapalhar o foco no salto triplo, que é a minha prioridade”, explicou.

Primeiro lugar no ranking brasileiro de salto triplo e segunda melhor no salto em distância, Keila sabe da responsabilidade de ser o principal nome brasileiro na modalidade, mas acredita no seu trabalho. “Não vejo isso como um peso. Sempre fui de me cobrar, de ter comprometimento. As coisas acontecem naturalmente, mas tudo é fruto de muito trabalho. Abri mão de muitas coisas para chegar até aqui”, ressaltou a saltadora – informando ainda que treina em média 4h por dia, chegando muitas vezes a fazer atividades aos domingo.

Keila acredita que a delegação brasileira vai à Londres terá um bom desempenho. “Eu acho que esse grupo é o mais forte desde que iniciei a minha participação nos Jogos Olímpicos, em 2004. A equipe é boa e tem muitas chances”, ressaltou.

Fora das pistas, ela garante que é uma pessoa comum. “É bem difícil se definir, né? (Risos) Sou tranquila, gosto de sair, de pagode, samba. Coisas que nem sempre faço por conta dos horários e dos treinamentos. Também amo praia. É o que eu mais sinto falta. Aqui em São Paulo, sempre que posso vou ao cinema e ao shopping. Fazer o que gosta é importante para a saúde mental do atleta”, comentou.

Pernambucana, ela também revela seu time do coração. “Para a tristeza da minha mãe, que é Santa Cruz, eu sou rubro-negra. Mas não sou muito de acompanhar. Não tem aquela história de que todo mundo precisa ter um time? Pronto, me identifiquei com o Sport”, afirmou sorrindo.

Por fim, ela deixou um recado para torcedores de seu Estado natal. “Gostaria de agradecer pela torcida, pelo carinho que sempre recebo. Acreditem mesmo, darei o meu melhor para trazer uma medalha para o Brasil e, principalmente, para Pernambuco”, pontuou.

Principais resultados de Keila Costa na carreira:

Salto em distância
Pentacampeã do Troféu Brasil (2004/2005/2007/2009 e 2010)
Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, com 6,73m
Prata no Sul-Americano de Buenos Aires, em 2011, com 6,45m
Bronze no mundial indoor de Doha/2010, com 6,63 m

Salto triplo
Pentacampeã do Troféu Brasil no Salto triplo (2004/2005/2007/2010 e 2011)
Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, com 14,38m
Prata no Sul-Americano de Buenos Aires, em 2011, com 13,96m
Bronze no Mundial Juvenil na Jamaica, em 2002, com 13,70m

De volta ao Brasil após um período de cerca de dez dias treinando em Madri, na Espanha, a campeã olímpica do salto em distância Maurren Maggi esteve na manhã desta sexta-feira no Estádio do Morumbi, onde realizou um treinamento em uma caixa de areia improvisada ao lado da pista de atletismo do local. Atleta do São Paulo Futebol Clube, a brasileira foi muito elogiada pelo seu técnico, Nélio Moura, pela eficiência na atividade, que foi mais uma visando o principal objetivo desta temporada: os Jogos Olímpicos de Londres.

Sem grande preocupação em obter resultados expressivos neste período de preparação para a Olimpíada, Maurren optou por não disputar o Mundial Indoor de Atletismo, encerrado no último domingo, em Istambul. Ela preferiu treinar, descansar por uma semana no Brasil e retomar o seu planejamento, que foi enfatizado pelo seu técnico. "Estou saindo daqui (do Morumbi) extremamente feliz, ela fez um dos melhores treinos dos últimos tempos", disse Nélio Moura, para depois enfatizar: "Pela experiência que tem, Maurren tem mostrado que não precisa de muitas competições para saltar bem".

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A dupla espera que a saltadora chegue ao seu auge em agosto, quando acontecerão as provas de atletismo da Olimpíada. O planejamento visa a participação em competições preparatórias em maio e junho, quando Maurren participará do Troféu Brasil. No início do mesmo mês ela disputará o Prefontaine Classic, em Eugene, nos Estados Unidos, que é uma das etapas da Diamond League. Já para maio está prevista a participação da brasileira nos GPs de Belém e de São Paulo e no GP Brasil, que será no Rio.

Ao comentar o treino realizado por Maurren nesta manhã de sexta, Nélio Moura destacou que o mesmo serviu para aperfeiçoar "alguns aspectos de técnica". "Ela deu saltos equilibrados. Isso quer dizer que ela teve uma fase de impulsão boa e fez alguns saltos bons", analisou.

Maurren, por sua vez, comemorou o bom desempenho na atividade de preparação. "Foi um treino muito bom, tive o quadril equilibrado e consegui cair bem (após o salto). Isso faz com que eu ganhe alguns centímetros", disse a campeã olímpica dos Jogos de Pequim, em 2008, que espera brilhar na competição que será realizada nos Estados Unidos, em junho, quando deverá ter pela frente algumas de suas principais adversárias em Londres. "Acho que é preciso saltar longe na hora certa. O que vier antes é lucro, mas eu quero saltar bem lá", destacou.

Antes deste final de semana, poucas pessoas comentavam sobre as chances de Mauro Vinícius da Silva no Mundial Indoor de Atletismo, que está sendo realizado em Istambul, na Turquia. Depois de se classificar para a final do salto em distância com a melhor marca do ano em uma prova indoor, ao saltar 8,28 metros na sexta-feira, o brasileiro voltou a surpreender e, neste sábado, conquistou a medalha de ouro, com 8,23 metros. Henry Frayne, da Austrália, levou a prata e Aleksandr Menkov, da Rússia, completou o pódio.

Talvez nervoso pela responsabilidade de ter se classificado com o melhor salto para a final, Mauro não começou bem neste sábado. Após conseguir a marca de 7,73 metros na primeira tentativa, que o colocava na sétima e penúltima colocação naquele momento, o brasileiro queimou os dois saltos seguintes.

Depois de nova marca ruim na quarta tentativa, com 7,77 metros, Mauro mostrou porque havia ido tão bem na sexta-feira. Em seu quinto salto, conseguiu a marca de 8,23 metros, que o deixava na liderança, e voltou a saltar a mesma distância na sexta e última tentativa.

Quando parecia que o ouro estava garantido, o australiano Henry Frayne conseguiu um grande salto e empatou a marca de Mauro. No entanto, o brasileiro continuou na frente por ter conseguido duas vezes a distância de 8,23 metros, enquanto a segunda melhor marca de Frayne havia sido 8,17. Aleksandr Menkov, em sua última tentativa, também ameaçou o título do brasileiro, conseguiu uma distância maior, mas queimou o salto.

Apesar de ter surpreendido a todos, Mauro já vinha de uma boa temporada em 2011, quando saltou 8,27 metros em São Paulo, em estádio aberto, se colocando entre as dez melhores marcas do mundo no ano. Por isso, foi pré-convocado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) para a Olimpíada.

Com o título, o saltador torna-se uma real esperança de medalha para o país nos Jogos de Londres, do qual só não participará se outro brasileiro fizer um salto melhor que o dele até a data limite de classificação. Com os 8,28 metros conseguidos em Istambul, no entanto, esta tarefa ficou ainda mais difícil. Desta forma, Mauro deve participar de sua segunda Olimpíada, já que esteve em Pequim, em 2008, quando saltou 7,75 metros e terminou na 14.ª colocação. Na ocasião, um salto de 8,28 metros lhe garantiria a prata.

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