Mesmo com o crescimento de 10% para 10,3% entre janeiro e fevereiro, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) ainda é a menor para o mês dos últimos 23 anos, segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A menor taxa é a de 8,1%, de fevereiro de 1990. No ano passado, a taxa ficou em 10,4%. O destaque na RMSP em fevereiro foi o desemprego no ABC, de 9,5%, o menor desde que o indicador foi incluído na PED, em 1998.
Segundo o coordenador da PED da Fundação Seade, Alexandre Loloian, o crescimento na taxa de desemprego em fevereiro é natural. "Normalmente, não se contrata no início do ano, ao contrário, demite-se gente", explicou. Na avaliação dele, o setor de serviços, após os ajustes iniciados em novembro, pode voltar a crescer.
##RECOMENDA##A indústria de transformação segue como a vilã na criação de empregos em termos anualizados, com uma redução de 72 mil postos, ou queda de 4,1% ante fevereiro de 2012. Foi o único setor com desempenho negativo. "Dos 67 mil postos fechados na indústria entre janeiro e fevereiro, 40 mil foram de postos na indústria metal-mecânica, queda de 6% no subsetor", ressaltou Loloian.
Se consideradas as sete regiões metropolitanas analisadas, a indústria de transformação também foi o único setor com desempenho negativo anualizado no nível de ocupação, com uma redução de 16 mil pessoas, ou 0,5%, queda puxada principalmente pelo desempenho ruim do setor na RMSP no ano passado.
O Seade e o Dieese informaram ainda que revisaram a base da População Economicamente Ativa (PEA) desde agosto de 2010, a partir do Censo daquele ano. Com isso, houve uma redução linear na PEA, para 10,813 milhões em fevereiro, uma queda de 200 mil pessoas se comparada ao número anterior.