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Milhares de mães amamentaram seus filhos em público nesta sexta-feira (3) em praças e parques da Colômbia, em uma campanha a favor da lactância materna e contra a desnutrição crônica que afeta 40.000 crianças no país.

As mães se reuniram em 18 municípios e cidades do país em "La Lactatón", uma iniciativa anual impulsada por autoridades locais e nacionais para quebrar o tabu de amamentar em público.

A mobilização coincide com a Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"É uma doença silenciosa, assintomática. A desnutrição aguda é iminente e leva à morte", disse Cristina Vélez, secretária de Integração da prefeitura de Bogotá.

A campanha busca reduzir a zero as mortes de crianças por desnutrição crônica até 2030.

A mobilização coincidiu também com o debate na OMS sobre a importância da lactância materna, após a defesa do presidente americano, Donald Trump, do leite em pó infantil.

"Os nutrientes do leite em pó não são comparáveis aos do leite materno, além disso o contato fortalece a relação e dá segurança", explicou Jimena Melo, uma mãe de 23 anos que estava com seu companheiro e seu filho Iker Santiago, de três meses.

Leydi Palacios, que trabalha como professora de um jardim de infância para pessoas de baixos recursos no sul da capital, coincide com a funcionária na importância de amamentar.

"Lactar gera um vínculo que vai além do nutritivo", afirmou esta mãe de 32 anos que alimentava seu filho Jaroslav, de cinco meses.

Que "as pessoas tirem os mitos da cabeça. Que não coíbam as mães que precisam alimentar seus filhos em público, porque não é um ato de desrespeito, é o alimento natural", acrescentou.

A OMS recomenda a lactância materna exclusiva nos primeiros seis meses de vida e sua manutenção até os dois anos de idade.

Na semana mundial do aleitamento materno, especialistas alertam para o uso do anticoncepcional durante amamentação. Além do uso da camisinha, a mulher pode evitar uma nova gravidez usando pílulas anticoncepcionais a base de progestagênio - hormônio que não interfere na qualidade ou no volume do leite.

O período do aleitamento também é crucial para a saúde psicológica da mãe e da criança. Segundo o Ministério da Saúde, dois copos de leite materno por dia até o segundo ano de vida da criança, suprem 95% das necessidades de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% de proteína e 3% do total necessário de energia. O leite materno também continua protegendo contra doenças como otites, meningites, diarreia e pneumonia.

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O ginecologista da Febrasgo e doutor pela Faculdade de Medicina da USP Luciano Pompei, responde sobre dúvidas freqüentes das mulheres que estão amamentando. Confira:

1- Amamentar é um método anticoncepcional 100% eficaz.

Mito. Embora tenha impactos na fertilidade da mulher, a amamentação não é um método contraceptivo 100% seguro. Quando a criança começa a mamar em horários mais espaçados as chances de ovulação e, portanto, de gravidez aumentam. Há diversos métodos anticoncepcionais como camisinhas, DIU, pílulas de progestagênio, ou implantes que podem ser empregados durante a fase de amamentação dando mais segurança à mulher. O melhor é consultar o seu médico para decidir pelo melhor método

2- A mulher que está amamentando pode tomar qualquer tipo de pílula.

Mito. As pílulas combinadas, que têm estrogênio e progestagênio, não devem ser tomadas durante a amamentação. O estrogênio prejudica a produção do leite. Nesse período as pílulas somente de progestagênio são as mais indicadas.

3- Engravidar enquanto está amamentando é benéfico.

Mito. Não existe um intervalo estabelecido entre uma gravidez e outra, porém, é aconselhável que a mulher não engravide enquanto estiver amamentando, porque a sobrecarga da amamentação somada a uma nova gestação pode comprometer a saúde materna.

4– A alimentação da mãe influencia o leite.

Verdade. Tudo o que a mãe come acaba passando para o leite materno. Por isso, é importante que a mulher faça uma dieta variada. É importante também ingerir bastante líquido nesse período. O consumo de bebidas alcoólicas ou cigarros é contra-indicado. Medicamentos, por exemplo, só devem ser tomados com orientação médica.

5- Mamadeira e chupeta prejudicam a amamentação.

Verdade. Como bicos artificiais e o bico do seio são diferentes, os bebês podem se confundir, acostumado a sugar a borracha e desaprendendo a mamar no peito, o que dificulta a amamentação. O bebê também pode abandonar o seio em favor dos bicos artificiais, provocando um desmame precoce. O uso de mamadeira como complemento deve seguir a orientação de um médico.

6- Estresse influencia a produção de leite.

Verdade. Quando a mulher está muito cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, que é o responsável pela vazão do leite, é bloqueada. O leite não seca quando se está estressada, mas a sua descida pode ficar prejudicada.

 7– O tipo de parto interfere na amamentação.

Mito. A anestesia de um parto cesariana não tem qualquer influência no processo de produção de leite. Independentemente do tipo de parto, a mulher normalmente já tem leite o suficiente para alimentar seu bebê entre o terceiro e o quarto dia após o parto.

8– Amamentar faz bem para a saúde da mãe e do bebê

Verdade. Os bebês alimentados exclusivamente por leite materno até os seis meses de idade ficam mais protegidos contra inflamações, otites e diarréias. Segundo o Ministério da Saúde, as chances de a mãe desenvolver câncer de mama diminuem em 5% a cada 12 meses de aleitamento.

Com informações de assessoria

Na próxima sexta-feira (2), o Hospital do Tricentenário e a Coordenação de Saúde da Criança de Olinda realizarão uma ação voltada para a Semana Mundial de Aleitamento Materno – celebrada na primeira semana de agosto. O programa visa tornar o atendimento na unidade mais humanizado e valorizar o ato da amamentação.

É a primeira vez que o Tricentenário recebe esta ação, e a meta é beneficiar cerca de 40 mães internadas no Hospital, através de orientações repassadas, de maneira descontraída, por educadores da Saúde da Criança.

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