Tópicos | setor atacadista

Uma pesquisa realizada pela Serasa Experian com 1.905 empresas mostra que a lucratividade do setor atacadista brasileiro cresceu fortemente durante a pandemia, apesar dos desafios impostos pelas medidas de distanciamento social. O lucro líquido das empresas pesquisadas saltou para R$ 18,8 bilhões em 2020, 63,5% acima do registrado no ano anterior.

De acordo com o gerente de estratégia de dados da Serasa Experian, Ademildo Oliveira, o resultado reflete o bom desempenho das receitas e o controle de custos e despesas operacionais.

##RECOMENDA##

O faturamento líquido do setor somou R$ 603,4 bilhões no ano passado, o que representou avanço de 6,7% na comparação a 2019. Os dados incluem atacarejo e distribuidoras.

"Seguindo as projeções que realizamos, o ano de 2021 apresenta perspectivas favoráveis e as empresas devem encerrá-lo novamente com bons resultados. Essa atuação e performance dos empreendedores é também um reflexo do aprendizado e da superação adquiridos frente aos diversos desafios que o ano 2020 impôs aos donos de negócios", disse o gerente da Serasa Experian.

O setor atacadista brasileiro, um dos poucos que conseguiram registrar crescimento real de vendas em meio à pandemia, também vai se digitalizar. Em julho deste ano deve começar a funcionar um marketplace para venda de grandes volumes, como acontece em suas lojas físicas. O shopping virtual será destinado a pequenos supermercados, bares, restaurantes e até ao consumidor final, que compra em atacarejos.

"Estamos na fase de escolha da empresa que irá operar o nosso marketplace", afirma Leonardo Miguel Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), que desenhou o projeto, aberto a 3 mil empresas.

##RECOMENDA##

A iniciativa de criar um shopping virtual para vendas no atacado, que comercializa um grande volume de alimentos e produtos de higiene e limpeza, se deve aos números significativos que o comércio online tem registrado desde o início da pandemia. O presidente da Abad ressalta que o comércio online representou 15% do movimento em lojas de alimentos e produtos de perfumaria em 2020.

Além disso, com tantas ondas de covid-19, os atacadistas acreditam que a tendência de menos compras presenciais é irreversível e enxergam boas perspectivas para esse novo canal. Tanto é que uma pesquisa feita pela empresa de consultoria Nielsen com 660 atacadistas, que respondem por mais da metade do faturamento do setor, constatou que o comércio online lidera as intenções de investimento para este ano.

De acordo com a enquete, 54,2% dos entrevistados pretendem expandir os investimentos no e-commerce. Esse resultado está muito à frente do segundo maior foco de atenção dos atacadistas, que é o investimento em novos formatos de lojas, com 49,2% das respostas.

Contramão

Em 2020, o setor atacadista faturou R$ 287,8 bilhões e cresceu 0,7% em termos reais, já descontada a inflação, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas geradas no País, encolheu 4,1%. "O número pode parecer pequeno, mas comparado ao encolhimento do PIB, é um resultado robusto frente a desorganização da economia provocada pela pandemia", afirma o economista Nelson Barrizzelli, pesquisador da Fundação Instituto de Administração (FIA).

No ano passado, o varejo tradicional, atendido por 95% do setor atacadista, caiu 0,4% sobre o ano anterior e os bares e restaurantes, a maioria abastecida pelo atacado, registraram queda de 18,6% nas vendas em razão do abre e fecha por causa da pandemia.

Dentre os vários tipos de atacado, o autosserviço, onde o cliente faz sozinho as compras, registrou o maior avanço nas vendas, 24,9%, com faturamento de R$ 64,7 bilhões, segundo ranking da Abad/Nielsen. O crescimento se deve à abertura de novas lojas e por continuarem funcionando enquanto outros comércios pararam de funcionar em razão da pandemia.

No ranking geral da Abad, o Atacadão se manteve na liderança, com R$ 51,8 bilhões de vendas em 2020 e crescimento de 23,2% sobre o ano anterior, seguido pelo Grupo Martins, de Minas Gerais, que faturou R$ 6,5 bilhões e expandiu em 28,3% a receita em igual período.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando