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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ponderou, de acordo com a ata da reunião da semana passada - quando cortou a Selic para 7,25% ao ano, que as iniciativas recentes apontam o balanço do setor público se deslocando de uma posição de "neutralidade para expansionista".

"Por outro lado, o Comitê nota que se apresenta como importante fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional", trouxe o documento divulgado nesta quinta-feira pelo BC. De acordo com a ata, esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas. Isso, conforme o documento, tem como objetivo assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas.

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O Copom avaliou também que a demanda doméstica tende a se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias. Na opinião do colegiado, isso deve ocorrer, em grande parte, devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos." Para o Comitê, esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança dos empresários criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres.

Os números das contas públicas para o mês de julho mostram que a economia brasileira ainda não apresenta sinais claros de recuperação no início do segundo semestre.

Influenciado pela queda das receitas da União, Estados e municípios, o superávit do setor público recuou pelo quinto mês consecutivo e apresentou o pior resultado em 20 meses.

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Segundo o Banco Central, o setor público economizou R$ 5,6 bilhões para o pagamento de juros da dívida em julho, 60% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando o governo recebeu receitas extraordinárias.

O resultado em 12 meses caiu para R$ 108 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 138,9 bilhões para 2012 e o menor valor desde janeiro de 2011.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, disse esperar melhora nesse resultado ao longo do segundo semestre, diante da expectativa de aumento na arrecadação por causa da recuperação da atividade.

Preocupante

Para Felipe Salto, da consultoria Tendências, "o dado é preocupante" e indica que, provavelmente, o governo não cumprirá o objetivo fixado em lei para este ano. Na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB), a meta para 2012 é de 3,1%. Salto projeta um resultado entre 2,7% a 2,8%.

Na última quarta-feira, ao divulgar os resultados do Tesouro Nacional, o secretário Arno Augustin afirmou que o resultado do governo federal estava dentro da previsão de cumprimento da meta, mas que é cedo para avaliar se os governos estaduais e municipais conseguirão cumprir sua parte.

De qualquer forma, o governo ainda tem na manga a possibilidade de usar os dividendos das estatais para reforçar o caixa.

O BC destacou ainda que houve queda nos juros pagos pelo setor público por causa do recuo da inflação e da taxa básica (Selic) e que esse movimento deve prosseguir ao longo dos próximos meses.

Apesar da queda no superávit que o setor público faz para pagar juros, a dívida recuou novamente na comparação com o PIB e atingiu em julho o menor porcentual da série histórica iniciada em dezembro de 2001 pelo BC.

A dívida recuou para 34,9% do PIB em julho, e a previsão da instituição é que tenha fechado agosto em 34,8%. O mínimo anterior havia sido atingido em maio deste ano (35% do PIB). Na comparação com dezembro do ano passado, a dívida líquida apresenta redução de 1,5 ponto porcentual do PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de entidades empresarias ganhou participação no Cadastro Central de Empresas (Cempre) na passagem de 2009 para 2010, tanto no número de organizações quanto no pessoal ocupado assalariado e na massa salarial. No entanto, a Administração Pública ainda paga uma massa de salários proporcionalmente maior, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As entidades empresariais representaram 89,7% das companhias cadastradas no Cempre em 2010, empregando 71,7% dos assalariados com carteira assinada no ano, o equivalente a uma massa salarial de 62,3% do total pago no País. Já a Administração Pública, com uma fatia de apenas 0,4% do número de organizações inscritas no Cempre, empregaram 21,5% da força de trabalho assalariada, que recebeu 31,3% de toda a massa de salários paga no País em 2010.

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"As entidades empresariais são quase 90% das organizações e empregam mais de 70% dos assalariados no País. Mas a Administração Pública foi responsável por uma massa salarial importante, até maior do que a fatia de funcionários formais que emprega", informou Denise Guichard, gerente de Planejamento, Disseminação e Análise do Cempre. "Os salários mais altos foram pagos pela Administração Pública e os mais baixos, pelas entidades empresarias".

O salário médio real da Administração Pública subiu de R$ 2.234,33 em 2009 para R$ 2.268,12 em 2010. No mesmo período, o salário médio real nas entidades empresariais passou de R$ 1.448,91 para R$ 1.461,37.

O chefe do departamento econômico do Banco Central, Tulio Maciel, explicou nesta sexta-feira que o desempenho das contas públicas em março - que não repetiram recorde positivo visto em janeiro e fevereiro - refletem especialmente o aumento das despesas. Entre os gastos do governo, pesa o aumento do salário mínimo.

"Houve reflexo das despesas, especialmente o salário mínimo mais alto do que no ano passado. Isso tem impacto nos benefícios sociais, na Previdência", disse Maciel. Ele lembrou, ainda, que o desempenho do superávit primário - economia feita para o pagamento de juros da dívida - reflete, ainda, o aumento dos desembolsos para investimentos públicos.

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No trimestre, porém, o desempenho segue favorável e as receitas seguem com crescimento maior do que as despesas: enquanto o ingresso de recursos nos cofres do governo cresceu 13,8% nos três primeiros meses do ano, as despesas públicas aumentaram 12%.

Sobre o gasto com juros, Maciel avaliou como positiva a relativa estabilidade da despesa para o pagamento com o serviço da dívida. A leitura positiva tem como base o fato de a dívida bruta ter crescido 11% no período, o que deveria aumentar o gasto com juros.

Explicam o fato a Selic menor e a inflação inferior em 2012 na comparação com 2011. Sem esse efeito positivo, diz Maciel, o gasto com juros poderia ter crescimento de dois dígitos no trimestre ante igual período de 2011.

Resultado dos governos regionais abaixo do previsto

O chefe do Depec afirmou que o superávit primário da contas dos governos regionais e suas estatais acumulado em 12 meses até março está abaixo da meta para o ano. Mas ele ponderou que o superávit do governo central tem margem de folga para cobrir qualquer necessidade.

Pelos dados do BC, o superávit dos governos regionais e das suas empresas estatais soma 0,82% do PIB no acumulado em 12 meses até março: 0,77% (dos Estados e municípios) e 0,05% das suas empresas estatais. A meta fiscal é de 0,95% do PIB.

Já o governo central acumula no período um superávit de 2,38% do PIB, enquanto a meta para o ano foi fixada em 2,15% do PIB. "Os governos regionais estão abaixo, mas há margem nas contas do governo central para cobrir com folga o resultado", avaliou Maciel.

De acordo com Maciel, a dívida líquida do setor público poderá atingir em abril o menor patamar da série histórica do Banco Central (BC). Ele prevê um recuo da dívida líquida para 36% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, com o impacto da alta do dólar nos ativos que o setor público possui atrelados à moeda norte-americana, basicamente as reservas internacionais.

Essa previsão leva em conta uma cotação do dólar em abril de R$ 1,87. Em março, a dívida líquida chegou a 36,6% do PIB, com um recuo de 0,9 ponto porcentual em relação a fevereiro (37,5%). Até agora, o menor patamar da dívida foi registrado em setembro de 2011, de 36,3% do PIB.

A previsão do BC para o fechamento da dívida líquida em 2012 é de 35,7% do PIB. Esse valor pode cair, porque a instituição considerou uma taxa de câmbio de R$ 1,76 para fazer a previsão. O BC só faz revisão semestral da sua previsão para dívida líquida do setor público. Maciel previu ainda que a dívida bruta do setor público feche abril em 56,2% do PIB, ante 56,3% do PIB em março.

O superávit primário do setor público ficou em R$ 9,514 bilhões em fevereiro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC). O resultado é o maior para meses de fevereiro desde o início da série histórica, em 2001.

No mês passado, o governo central registrou superávit de R$ 5,317 bilhões, os governos regionais fizeram uma economia de R$ 5,070 bilhões e as estatais registraram déficit de R$ 872 milhões. No acumulado do ano, o superávit do setor público soma R$ 35,530 bilhões (5,38% do PIB). Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a economia do setor público foi de R$ 138,579 bilhões, o equivalente a 3,33% do Produto Interno Bruto (PIB).

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A dívida líquida do setor público terminou o mês de fevereiro em montante correspondente a 37,5% do PIB. O indicador apresentou elevação em relação a janeiro, quando correspondia a 37,2% do PIB. Em valores nominais, a dívida líquida do setor público somou R$ 1,563 trilhão no mês passado. De acordo com o BC, "a apropriação de juros nominais, o efeito da valorização cambial de 8,9% no ano e o reconhecimento de dívidas" contribuíram para a alta do indicador.

O BC também informou que a dívida bruta do governo geral alcançou 55,7% do PIB em fevereiro, o equivalente a R$ 2,322 trilhões. Em janeiro deste ano, o indicador estava em 55,0% do PIB.

Juros
Os gastos com juros do setor público somaram R$ 18,269 bilhões em fevereiro. Em janeiro, o gasto foi de R$ 19,661 bilhões. No acumulado do ano, foram gastos R$ 37,930 bilhões (5,74% do PIB) com pagamento de juros. No acumulado em 12 meses, o valor com desembolso com juros equivale 5,67% do PIB, totalizando R$ 236,208 bilhões.

O pagamento de juros no mês apenas por parte do governo central foi de R$ 14,362 bilhões. Os governos regionais tiveram uma despesa de R$ 3,725 bilhões. As estatais tiveram despesa de R$ 181 milhões. De acordo com o BC, a redução dos juros em fevereiro na comparação com janeiro se deve ao menor número de dias úteis no mês.

Nos dados acumulados no ano em 12 meses, as quedas estão relacionadas à redução da taxa Selic e nos principais índices de preços que corrigem a dívida pública.

Déficit nominal
O setor público consolidado encerrou o mês de fevereiro com déficit nominal de R$ 8,755 bilhões. Com esse desempenho, as contas públicas voltam a ter resultado nominal negativo, após terminar janeiro deste ano com R$ 6,355 bilhões positivo.

Entre os fatores que levaram ao resultado deficitário do mês passado, o governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) encerrou o período com déficit nominal de R$ 9,046 bilhões. Já os governos regionais fecharam o mês com caixa positivo, em R$ 1,345 bilhão, sendo que a maior contribuição foi dos governos estaduais, que contribuíram com R$ 1,996 bilhão de superávit nominal. Ainda no mês passado, as empresas estatais (excluindo Petrobras e Eletrobras) registraram déficit nominal de R$ 1,053 bilhão.

No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, o déficit nominal do setor público soma R$ 2,400 bilhões, resultado inferior ao saldo negativo de R$ 12,735 bilhões verificado no primeiro bimestre de 2011. Já no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, o déficit nominal alcançou R$ 97,628 bilhões, o equivalente a 2,34% do PIB.

O setor público consolidado registrou em novembro superávit primário de R$ 8,204 bilhões, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC). O resultado foi melhor do que o esperado por analistas consultados pelo AE Projeções, que previam valor entre R$ 6,1 bilhões a R$ 7,8 bilhões.

Com o resultado do mês passado, o setor público alcançou um esforço fiscal de R$ 126,777 bilhões, o que corresponde ao cumprimento de 99,9% da meta para o ano, que é de R$ 127,9 bilhões. De janeiro a novembro, o superávit primário equivale a 3,36% do PIB.

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Segundo o BC, a maior parte do esforço fiscal do mês passado foi gerado pelo governo central, que economizou R$ 4,808 bilhões para pagamento de juros da dívida. Já os governos regionais contribuíram com R$ 2,623 bilhões e as estatais, com R$ 773 milhões.

No acumulado em 12 meses até novembro, o esforço fiscal do governo alcançou R$ 137,630 bilhões, o equivalente a 3,34% do PIB.

Recuo em novembro

A divida líquida do setor público recuou em novembro para 36,6% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançando R$ 1,508 trilhão. De outubro para novembro, a dívida caiu 0,8 ponto porcentual. O principal motivo da queda foi a depreciação cambial de 7,3% no mês.

No ano, a dívida líquida do setor público já apresenta queda de 2,5 ponto porcentual. Em dezembro do ano passado, a dívida equivalia a 39,1% do PIB (R$ 1,475 trilhão).

O superávit acumulado de janeiro a novembro, segundo o BC, contribuiu para uma redução da dívida de 3,1 ponto porcentual. A desvalorização cambial de 8,7% acumulada no ano contribuiu com queda de 1,1 pp.

Já a variação na paridade das moedas que compõem a dívida externa líquida contribuiu com redução de 0,2 ponto e o efeito do crescimento do PIB corrente com 3,3 ponto.

Segundo o BC, essas reduções foram compensadas parcialmente pelo impacto dos juros no estoque da dívida, que elevou em 5,2 ponto a dívida líquida. A dívida bruta subiu em novembro para R$ 54,5% do PIB, alcançando R$ 2,245 trilhões, com aumento de 0,2 ponto ante outubro.

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