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Sigmund Freud, o pai da psicanálise, nasceu em 06 de maio de 1856 – há exatos 160 anos. O Google não deixou a data passar em branco e homenageia, nesta sexta-feira (6), uma das figuras mais polêmicas e influentes do século XX. Na página inicial do buscador, Freud é representado como a ponta de um icerberg – simbolismo que reflete uma das suas principais teorias.

Sigismund Schlomo Freud, ou apenas Freud, ficou conhecido pelo seu método de resolução de doenças mentais através de um diálogo entre médico e paciente. "O consciente é apenas a ponta do iceberg", dizia Freud. O pensador chocou o mundo ao assegurar, em 1886, que os homens poderiam ser afetados pela histeria que até então era atribuída apenas às mulheres.

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"Com uma vasta base escondida, o iceberg referencia as profundezas obscuras da mente inconsciente. Mais importante ainda, o projeto atrai o nosso olhar para o horizonte, lembrando-nos como o gênio Freud repousa no espaço entre médico e paciente, leitor e texto, humano e mundo", diz o Google, em comunicado.

Na Argentina, país com maior concentração de analistas do mundo, pesquisadores descobriram três cartas escritas à mão pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, que serão expostas a partir desta sexta-feira (25). As três cartas, que datam de 1911, 1916 e 1917, foram descobertas no início deste ano, mas a confirmação de autenticidade levou vários meses. Finalmente, elas estarão expostas na mostra "Construções da psicanálise na Argentina", organizada pela Universidade de Rosário (300 km ao norte de Buenos Aires).

A descoberta ocorreu quando os pesquisadores faziam um trabalho de digitalização de arquivos pessoais de um dos pioneiros da psicanálise na Argentina, Angel Garma. "A gente estava fazendo um trabalho rápido, porque havia 3.000 documentos e tínhamos que devolvê-los, quando disse para minha colega: essa aqui está assinada por Freud, com o endereço de Berggassen 19, em alemão e acho que é uma original", contou à AFP Guillermo Ferragutti, que trabalha no Centro de Documentação da Unidade de Investigações Sócio-históricas Regionais de Rosário.

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Ainda surpreso com o alcance da descoberta, Ferragutti lembrou o momento em que viram a famosa assinatura: "todos levantamos a cabeça e nos demos conta de que estávamos em outra escala de descoberta". "Quase não nos demos conta logo no início, mas agora vemos que impacto real da nossa descoberta", agregou.

Embora a descoberta das cartas só tenha se tornado pública esta semana, foram necessários vários meses para constatar a veracidade de sua origem, assim como decifrar seu conteúdo, escrito numa antiga grafia alemã chamada Sütterlin - que lembra as fontes góticas. Ferragutti explicou que o Sütterlin era um sistema de caligrafia germânico instituído na Prússia em 1911. Em seguida, a escrita se popularizou na Alemanha, onde foi utilizada até 1941, quando o partido nazista baniu todas as fontes góticas. "Foi adotada como fonte oficial para as comunicações do governo e da burocracia estatal, assim como nas escolas primárias, onde era obrigatória", disse o pesquisador à AFP.

O percurso para conseguir decifrar o que diziam as três cartas de Freud foi longo: viajaram de Rosário para Viena, onde foram traduzidas e confirmadas como originais. Ferragutti também confirmou que, embora tenham sido encontradas no arquivo de Garma, as cartas não se dirigiam a ele.

"Mas ainda não sabemos porque elas estavam com Garma e uma de nossas hipóteses é de que foram um presente dado por Theodore Reik, que foi analista de Garma e discípulo de Freud", contou. Outra tese é de que teriam chegado às mãos de Garma através de Marie Bonaparte, amiga do argentino e encarregada de compilar a correspondência de Freud.

A terceira opção sustenta que Garma teria comprado as missivas de algum circulo de colecionadores. Em Buenos Aires é difícil encontrar entre os moradores de classe média alguém que nunca tenha feito análise - e muitos portenhos batem recordes de anos de tratamento.

Na Argentina há mais de 50.000 psicólogos de diferentes correntes, o que equivale a uma média de um profissional para cada 690 habitantes, três vezes mais do que nos Estados Unidos, segundo a Associação Psicanalítica Argentina (APA). Mas em Buenos Aires o número é ainda mais contundente: há um em cada 120 portenhos.

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