Em campo e nas arquibancadas, em cada presença de quem esteve, nesse domingo, no José do Rego Maciel, apenas um gesto: o da solidariedade. Na 3ª edição do “Um jogo pela vida”, evento já faz parte do calendário do futebol pernambucano, foram arrecadados mais de 300 quilos de alimentos para uma bela ação. Os donativos serão doados para o Hospital do Câncer de Pernambuco.
O futebol era apenas um atrativo, uma diversão. Na primeira partida, um show de... Horrores. Imprensa x Artistas. Um 2x2 que, como diria o matuto, deu “calo na vista”. Em seguida, um desfile de craques. O jogo principal foi entre os Atletas de Cristo x Convidados. Zé do Carmo, Nildo, Adriano, Carlinhos Bala, Albérico e assim por diante. Resultado: 3x2 para os Atletas de Cristo.
##RECOMENDA##Os protagonistas
Quem esteve dentro das quatro linhas foram estrelas do passado, presente e futuro do futebol pernambucano. Mas o destaque fica por conta dos torcedores e, principalmente, cidadãos que estiveram presentes nas arquibancadas do Arruda. Muitas famílias escolheram o evento “Um jogo pela vida” como o lazer do domingo.
Escolha imprescindível para a dona de casa Rosângela Lima. “É sempre importante ajudar, praticar a solidariedade. A satisfação é doar e saber que as pessoas vão receber isso e passar um final de ano melhor”, contou.
“Sócios” do evento, a família Rodrigues também destacou a iniciativa. “É o terceiro do jogo pela vida, é o terceiro ano que estamos aqui. Juntamos o útil ao agradável. Assistimos os craques do passado e também ajudamos ao próximo”, explicou o comerciante Ricardo Rodrigues, que brincou com a primeira partida: “Duro é assistir vocês da imprensa”.
Atletas de Cristo x Convidados
As expectativas, também, nesses jogos beneficentes são os (re)encontros entre os amantes do futebol e os jogadores do passado, presente e futuro. O discurso dos boleiros não poderia ser diferente dos demais. Claro, o jogo é pela vida, pela solidariedade. O resultado, 3x2 para os Atletas de Cristo, pouco importou. Elvis (2) e Gaúcho, para os “donos da casa”, e Edson Miolo e Carlinhos Bala, para os Convidados, saíram com esse “prêmio extra”.
O ex-jogador Nildo, ídolo do Sport, e com passagens no Santa Cruz e no Náutico, opinou sobre o evento. “O jogo é só um detalhe, existem coisas mais importantes. A gente vem aqui dar a nossa parcela de contribuição para ajudar pessoas que necessitam”, disse. Nildo também revelou o sonho em relação a essa solidariedade. “Isso é um evento que vem ganhando proporções maiores e a gente espera que possamos ainda fazer um evento aqui e ver esse estádio cheio para tentar ajudar as pessoas que precisam”, explicou.
Ex-Seleção Brasileira, Santa Cruz e Vasco da Gama, Zé do Carmo é conhecido, também, pelas atitudes fora dos gramados. Ídolo do futebol pernambucano, Zé contou da importância dos jogadores para a mobilização popular. “Um dia antes de um Clássico das Multidões pedi para os torcedores levarem um quilo de alimento e foi preciso de três caminhões para levar toda a comida para as instituições de caridade. Nunca imaginei que isso ia acontecer. Então, nós temos o poder de mudar e o sonho é fazer isso sempre”, explicou.
O atacante Carlinhos Bala, também esteve entre os presentes. “O importante é fazer presença nesse evento de solidariedade. Que cada ano a gente possa aumentar mais ainda e possa encher esse estádio. Que isso multiplique mais e mais. É sempre importante prestigiar esse tipo de evento”, disse.
Imprensa x Artistas
Se o futebol não era o mais importante no jogo dos atletas, imagine a partida entre a Imprensa e os Artistas. 2x2, ruim de assistir. Claro, nós fomos prejudicados pela arbitragem. Acostumados a criticá-los, sofremos com a perseguição dos ‘homens do apito’. Brincadeiras a parte, os homens da escrita, voz e imagem, com os protagonistas da cultura pernambucana, também prestigiaram e ajudaram no “Um jogo pela vida”.
Um dos poucos que sabem tratar bem a gorduchinha, o músico Canibal contou a felicidade em participar do evento. “A ideia é essa, fazer essa intervenção social dentro dos esportes, também”, disse. Tricolor, Canibal não poderia esquecer da emoção de jogar no Arruda. “E essa emoção de ficar aqui dentro do Arruda, onde a gente vê os nossos ídolos jogando e de repetente jogar aqui. Mas é mais do que isso, estamos ajudando ao próximo, ajudando quem mais necessita. Se fizer um golzinho no estádio do clube de coração, melhor ainda”, explicou.
Camisa 10, diretor, capitão, técnico e... Jornalista, Carlyle Paes Barreto, também ressaltou a importância da solidariedade no evento. “Só não sei jogar bola. Mas foi bom, foi bom. O que vale é a campanha, a atitude de ajudar, de doar”, disse. Carlyle também brincou com o resultado da partida. “Viramos o primeiro tempo ganhando por 2x0, mas combinamos para dar uma chance já que ganhamos as últimas três partidas, fica chato ganhar todas. Então, deixa um empatezinho o que vale é a brincadeira”, tentou explicar.