Tópicos | Câncer Infantil

Hoje (15) é dia Nacional  e Combate contra o Câncer Infantil.  O Instituto Nacional de Câncer (Inca) avalia que entre os anos de 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil, 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis.

Mas com o auxílio do crescimento no tratamento nas últimas décadas, neste tempo mais de 84% das crianças com câncer sobrevivem cinco ou mais anos. Mundialmente, esse é um aumento importante desde meados da década de 1970, quando a taxa de permanência em cinco anos era de apenas 58%, entretanto, essas taxas variam com o tipo de câncer e outros fatores. 

##RECOMENDA##

Para superar esse desafio para crianças e famílias, muitas instituiçoes oferecem apoio em diferentes âmbitos. A seguir, confira a lista de sete ONGs que ajudam na causa contra o câncer infantil em São Paulo:  

ABRACC - É uma Associação Humanitária, sem fins lucrativos, que tem como objetivo aliviar a dor, das crianças e adolescentes com câncer, em situação de vulnerabilidade social. Oferecendo conforto, tratamento e apoio na alimentação. Com doações de leites especiais, cestas básicas, medicamentos, brinquedos, fraldas descartáveis e equipamentos hospitalares. Além do apoio psicológico, assistência jurídica e funerária e campanha de sensibilização da opinião pública sobre as formas de prevenção. Com o diagnóstico precoce, a qualidade de vida e o tratamento adequado, costumam ser curados em 70% dos casos. 

GRAACCÉ uma associação filantrópica com a missão de garantir, dentro do avançado padrão científico, o direito de alcançar todas as chances de cura e atua com respeito às leis e repudia práticas antiéticas. Sua visão é ser reconhecido como centro de referência sustentável de ensino, pesquisa, diagnóstico e tratamento do câncer infanto-juvenil de baixa renda, promovendo assistência à saúde. O objetivo é ser viável ao cumprimento da lei, valores organizacionais, padrões éticos, garantir um bom ambiente de controles internos e uma gestão adequada dos riscos. 

Casa Hope - É uma instituição filantrópica fundada por Cláudia Bonfiglioli e Patrícia Thompson que oferece apoio biopsicossocial e educacional às crianças e adolescentes portadores de câncer e transplantados de medula óssea, fígado e rins, juntamente com seus acompanhantes. Durante esse período, a instituição oferece moradia, alimentação, transporte para hospitais e aeroportos, assistência social e psicológica, medicamentos, escolarização, terapia ocupacional, cursos de capacitação profissional, recreação dirigida e passeios culturais. Seus princípios são manutenção de ambiente domiciliar, garantir as condições adequadas de subsistência durante o tratamento, melhor aderência aos tratamentos.  

GPaci - É uma associação de direito privado, sem fins econômicos, de caráter filantrópico, assistencial, organizacional, cultural e educacional, sem cunho político ou partidário, com a finalidade de atender a todos. Eles ajudam porque as doações e prestações de serviços em diversas modalidades são básicas para que o hospital do GPACI funcione regularmente e com condições de acolhimento. Os recursos advindos dos atendimentos do SUS são insuficientes para a manutenção da corporação. 

Casa Ninho - É o lar de tratamento contra o câncer. Há regras e tarefas definidas em cada dia da semana. Todas as famílias colaboram com a organização da Casa, que oferece limpeza, refeições, ajuda na dinâmica de cooperação e as crianças para brincar, participar de programas culturais e aprender na escola da Casa.  Cabelegria - Fundada pelas amigas Mariana Robrahn e Mylene Duarte, é uma ONG que arrecada cabelos, confecciona e distribui perucas para pacientes com câncer via Correios e por meio de Bancos de Perucas (itinerante e fixos). Todo o processo é gratuito. Não exigimos comprovação de renda e nenhum tipo de pagamento pelas perucas. Por isso buscam aumentar as doações de perucas para pacientes e expandir o Banco de Perucas para os maiores centros de tratamento oncológico do Brasil. 

Centro Oncológico Guarulhos - O mobiliário, os equipamentos médicos e os acessos foram desenvolvidos para o tratamento e assistência do paciente. O primeiro serviço de radioterapia de Guarulhos, com aquisição de equipamento de primeira linha para realização de radioterapia e Roentgenterapia associado a sistemas de planejamento que permitem a realização de radioterapia convencional, conformacional e IMRT (Radioterapia Modulada). Por meio de programas de coleta seletiva de lixo especial, educação ambiental e combate ao desperdício, trabalha na conscientização e sensibilização dos colaboradores e pacientes para contribuir diariamente com o alinhamento das qualidades e ações que se voltem a redução de consumo de materiais e o correto manuseio do lixo hospitalar, preservando o meio ambiente e dando aproveitamento dos recursos disponíveis.

Por Camily Maciel

 

Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estimaram que ao menos 50 mil e até 90 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer apenas nos primeiros meses da pandemia. Especialistas apontam que o diagnóstico do câncer infantil também sofreu uma queda.  No Centro de OncoHematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, no bairro de Santo Amaro, 46 crianças foram diagnosticadas com câncer, 29% a menos do que no ano de 2019, onde foram identificados 65 casos.

A oncologista pediátrica do CEONHPE e presidente do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer - Pernambuco (GAC-PE), organização social responsável por humanizar o tratamento dos pequenos que enfrentam o câncer, explica que a queda tem relação com o isolamento social. “A suspeição dos casos de câncer diminuiu. Nós, oncologistas pediatras, deixamos de receber os casos, porque a família passou a não procurar os postos de saúde, com medo de contrair o coronavírus”, afirma.

##RECOMENDA##

Os principais tipos de câncer que acometem crianças e adolescentes são leucemia, os linfomas e do sistema nervoso central, neuroblastoma, retinoblastoma e osteossarcoma. A médica conta que, muitas vezes, os primeiros sintomas são confundidos com os de doenças comuns na infância, como viroses e resfriados.

“É importante prestar atenção nos sinais que permanecem, como hematomas sem explicação, nódulos, caroços, cansaço extremo, palidez, perda de peso excessiva, mudança na visão e nos olhos e febre sem associação com inflamações”, pontua. “Quanto mais cedo descobrir, melhor. O diagnóstico precoce é essencial para elevar as taxas de cura”, complementa.

Para tentar facilitar na identificação precoce do câncer, o GAC-PE, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), realiza o programa Fique Atento Pode Ser Câncer. Em formato digital, profissionais e estudantes de saúde de todo Estado participam de palestras de capacitação para identificar possíveis sinais e sintomas da doença.

“Identificar a doença rapidamente é o primeiro grande passo do sucesso do tratamento e pode assegurar que o resultado do tratamento seja atingido de forma eficaz”, finaliza a médica Vera Morais.

*Da assessoria de imprensa

O Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil é comemorado nesta segunda-feira (15). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), a estimativa para o período 2020 a 2022 é de aparecimento de 8.460 casos novos de câncer por ano em crianças abaixo de 19 anos, que é a taxa etária pediátrica. Desse total, 4.310 serão casos novos no sexo masculino e de 4.150 no sexo feminino. No mundo, dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer estimam que 215 mil novos casos são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 19 anos. Mas, caso seja diagnosticado precocemente, o câncer infantil tem taxas de cura de até 80%.

A doutora Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria do Inca, disse à Agência Brasil que o câncer infantil constitui hoje um problema de saúde pública, porque é a principal causa de morte em crianças. “Por essa razão, tem que ser dado todo um cuidado até porque o câncer infantil, por outro lado, hoje em dia, é uma doença curável”. A médica esclareceu que se a criança chega a um centro de tratamento especializado no momento apropriado, ela tem “uma chance enorme” de ficar curada .

##RECOMENDA##

“Essa é a grande notícia e, por essa razão, nós temos que juntar todos os esforços no sentido de melhorar as condições de tratamento das crianças, para que elas possam ter um sucesso cada vez maior e ficarem curadas”. Sima Ferman salientou que além de ficarem curadas, a intenção é que as crianças tenham uma qualidade de vida boa. Segundo a especialista, não há como impedir o aparecimento do câncer em uma criança.

Queixa persistente

A médica afirmou que o diagnóstico precoce é fundamental para que se consiga combater o câncer em tempo hábil. O grande problema é que, muitas vezes, os sinais e sintomas do câncer são muito similares aos de outras doenças comuns nas crianças. Isso pode levar o profissional de saúde a não suspeitar da doença na primeira consulta. “Por essa razão, algumas vezes, crianças chegam com a doença um pouco avançada”. Sima advertiu que se uma criança vai ser atendida três vezes com a mesma queixa, é importante avaliar a possibilidade de ser alguma coisa séria.

Sima Ferman recomendou que os pais sempre levem em consideração qualquer queixa que a criança apresente. “A criança, normalmente, não inventa sintomas. Se disser que não está bem é porque não está mesmo”. Também o pediatra e demais profissionais de saúde devem acompanhar a criança regularmente, principalmente se ela apresentar uma queixa persistente. Caso seja uma doença mais séria, o menor deverá ser levado para atendimento em um centro oncológico, para que seja feita uma investigação mais detalhada.

Doença rara

O câncer infantil é uma doença relativamente rara, disse Sima Ferman. O Inca recebe, a cada ano, cerca de 250 pacientes novos infanto-juvenis com câncer, cujo tratamento dura entre seis meses e um ano. Depois, eles continuam em acompanhamento pelas equipes do Inca. “Tem um número grande de crianças em acompanhamento o tempo todo, seja em primeiro tratamento ou em controle da doença”.

Os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas. A médica do Inca ressaltou que há vários outros tumores que ocorrem em crianças, mas são diferentes dos tumores que acontecem com adultos, que são relacionados com células mais amadurecidas. São carcinomas, muitas vezes. “As crianças têm tumores com células muito primitivas. São chamados, muitas vezes, tumores embrionários e têm alta taxa de proliferação celular mas que, também, por essa razão, respondem muito bem à quimioterapia e o resultado de cura em crianças é muito alto”, indicou a médica do Inca.

Confirmação

O médico oncologista pediátrico da Fundação São Francisco Xavier, Lucas Teiichi Hyodo, confirmou que a melhor forma de atuar sobre os tumores nas crianças é por meio do seu diagnóstico precoce, quando a doença ainda está em seus estágios iniciais. “Assim, há maior chance de sucesso no tratamento, muitas vezes menos agressivo, com um melhor prognóstico para a criança e com menor risco de efeitos colaterais", explicou.

Disse que os principais sinais e sintomas são febre, dores pelo corpo, aumento de linfonodos localizados ou generalizados, dores ósseas, manifestações hematológicas como pequenos sangramentos embaixo da pele ou espontâneos, palidez, alterações oculares, neurológicas e o aparecimento das massas palpáveis em qualquer segmento corporal.

Segundo Lucas Hyodo, os desafios do combate ao câncer no Brasil ainda são grandes com relação à conscientização e disponibilização dos melhores medicamentos utilizados no mundo para o tratamento dos diversos tumores pediátricos.

A Fundação São Francisco Xavier é uma entidade beneficente de assistência social, ligada à companhia siderúrgica Usiminas. Está presente em seis estados brasileiros, contabilizando mais de 70% de seus atendimentos feitos a pacientes do Sistema Único de Saúde.

Em todo o mundo, anualmente, 215 mil crianças de até 15 anos são diagnosticadas com câncer, sendo que o índice de cura é muito menor nos países pobres, conforme mostram dados da Agência Internacional para Pesquisa Sobre Câncer (IARC) deste ano.

Nos países de renda alta, 80% das vítimas de câncer infantil são curadas. Já nos países de renda média e baixa, como o Brasil, apenas 20% sobrevivem. A agência atribui essa desigualdade à falta de capacitação dos profissionais de saúde e à ausência de infraestrutura médica para atender os pacientes que enfrentam a doença.

##RECOMENDA##

Para mudar a situação, a Iniciativa Global para o Câncer Infantil, da Organização Mundial da Saúde (OMS), pretende alcançar uma taxa de sobrevivência de pelo menos 60% até 2030. Caso a meta seja alcançada, um milhão de crianças devem ser salvas ao longo dos próximos dez anos.

A Casa Hope, instituição filantrópica que apoia crianças e adolescentes com câncer, bem como seus familiares, lançou um pedido de ajuda para encontrar um novo patrocinador a fim de manter a escola do local funcionando.

Com capacidade para atender 200 crianças e jovens, a ONG apoia pacientes e famílias por meio de hospedagem, alimentação transporte e ensino gratuitos.

##RECOMENDA##

No entanto, a perda parcial do patrocínio coloca em risco a volta às aulas este ano. A presidente da organização, Claudia Bonfiglioli, gravou um vídeo, divulgado nas redes sociais, em que explica a situação.

"Perdemos parte do patrocínio da nossa escola, que seria a educação infantil, de onde vêm as crianças menores de mais baixa renda que ficam conosco enquanto terminam o tratamento. É muito difícil as crianças terem que interromper os estudos e ficar aqui para o tratamento e não ter acompanhamento pedagógico", disse.

A Casa Hope dispõe de estrutura para os quatro ciclos escolares - infantil, fundamental I e II e ensino médio. "É necessária uma média de 12 mil reais mensais para garantir as aulas em cada ciclo, por isso estamos apelando aos empresários e pessoas físicas", declarou a dirigente em comunicado enviado à imprensa.

Muitas crianças saem de outras cidades para fazer o tratamento em São Paulo, o que implica perder temporariamente o convívio com familiares, amigos e escola. O ensino na instituição não cumpre apenas o papel de evitar o atraso escolar.

"Ajuda (também) no pleno tratamento do câncer, pois 'descentraliza' o foco na doença. Faz-se importante o desenvolvimento de projetos que venham suprir essas necessidades e restabelecer a rotina e processo de ensino/aprendizado dessas crianças e adolescentes a fim de oferecer nova perspectiva de vida", diz Janice Schmidt, diretora pedagógica da escola da Casa Hope.

Janice afirma que a oportunidade de frequentar as aulas recupera o ânimo, a esperança, a confiança e a perspectiva de futuro das crianças e adolescentes. "Situação que, sem dúvida, impacta positivamente no tratamento", destaca.

Nos últimos quatro anos, a Casa Hope não pôde garantir as aulas para estudantes do ensino fundamental II e ensino médio. Os interessados em patrocinar os projetos que beneficiam os pacientes com câncer em tratamento no local podem realizar doações entrando em contato pelo telefone (11) 5056-9700, ramal 778, ou pelo e-mail faleconosco@hope.org.br.

A frequência do aparecimento do câncer em crianças é 13% mais alta nos anos 2000 do que nos anos 1980, segundo um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que atribui este aumento a uma melhor detecção, mas também a fatores ambientais.

Entre 2001 e 2010, a incidência do câncer em menores de 14 anos foi de 140 casos em um milhão por ano, indica este estudo internacional coordenado pelo Centro Internacional de Pesquisa contra o Câncer, a agência da OMS especializada nesta doença.

O câncer mais frequente nesta faixa de idade é a leucemia (quase um terço dos casos), seguido pelos tumores no sistema nervoso central (20%) e os linfomas, afirma o estudo, que analisou 300.000 casos diagnosticados em 62 países.

"Uma parte deste aumento se deve, talvez, a uma detecção melhor ou precoce deste cânceres", afirma o centro, sem precisar em que proporção.

Mas o aumento da incidência de cânceres pediátricos pode ter sido influenciado por "fatores externos, como infecções ou certas substâncias contaminantes presentes em certos ambientes", acrescenta a agência.

Entre os adolescentes (15 a 19 anos), a frequência está estimada em 185 casos em um milhão por ano, indica o estudo, publicado na revista britânica The Lancet Oncology. O linfoma é o mais frequente (23% dos casos), à frente dos carcinomas e dos melanomas (cânceres de pele, 21%).

"O câncer é uma causa significativa de falecimento entre as crianças e os adolescentes, apesar de raramente ocorrerem antes dos 20 anos", destacou Christopher Wild, diretor do centro de pesquisa. Wild espera que os dados deste estudo ajudem a "sensibilizar, compreender melhor e combater melhor este setor pouco atendido da saúde nos primeiros anos de vida".

Não obstante, as cifras observadas provavelmente estejam subestimadas, em particular nos países com menos recursos, já que nem todos os casos são declarados e por conta da falta de equipamentos para diagnóstico, afirma o centro.

A 4ª edição da Corrida Contra o Câncer Infantojuvenil do Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer – Pernambuco (GAC-PE) será realizada no dia 27 de novembro e evidencia um tema importantíssimo para a população: o diagnóstico precoce da doença que representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em parceria com o projeto Recife Antigo de Coração, a prova terá largada e chegada na avenida Alfredo Lisboa, com trajetos de 5 km e 10 km para os corredores, além da caminhada para adultos (2,5 km) e crianças (0,5 km).

A largada está marcada para às 7h e as inscrições podem ser feitas pela internet (SouCorredor) e presencialmente na sede do GAC-PE, no Shopping Paço Alfândega e Hi Academia de Boa Viagem e Graças. O kit corrida com camisa, mochila, número de peito e produtos promocionais custa R$ 50, para adultos e R$ 25, infantil. As inscrições seguem até o dia 23 de novembro. 

##RECOMENDA##

A prova servirá também para marcar o Dia Nacional de Combate ao Câncer InfantoJuvenil (DNCCI), 23 de novembro. O endereço do GAC-PE é Rua Arnóbio Marquês, 310, bairro de Santo Amaro, área central do Recife. 

O câncer infantil figura atualmente como a segunda causa de morte na faixa etária entre 1 e 19 anos, perdendo apenas para causas externas, como acidentes e violência. Apesar disso, o índice de cura pode chegar a 70% dos casos se houver diagnóstico precoce. O alerta é da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica que promove a campanha Setembro Dourado no intuito de ampliar a conscientização em prol da causa.

De acordo com a entidade, no Brasil, a taxa de cura do câncer infantil gira em torno de 50% dos casos – índice bastante distante de países como os Estados Unidos, onde a taxa é de 80%. A campanha destaca que o tratamento, nestes casos especificamente, vai muito além do papel exercido por hospitais e defende o empenho de diversos setores na luta contra a doença.

##RECOMENDA##

Câncer em crianças X câncer em adultos

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 12 mil novos diagnósticos de câncer infantil no Brasil a cada ano, com pico de incidência na faixa de 4 a 5 anos e um segundo pico entre 16 e 18 anos.

Os tipos mais comuns de câncer entre adultos são os carcinomas (como câncer de pulmão e câncer de mama), provocados, em parte, por fatores ambientais e estilos de vida. Já em crianças, os tipos mais comuns são leucemia, tumores no sistema nervoso central e linfomas (câncer dos gânglios linfáticos), geralmente com origem em células que se desenvolveram em estágios iniciais da gestação.

Câncer infantil é doença familiar

A campanha defende ainda que o profissional de saúde que atende uma criança com câncer deve estender o tratamento a toda a família do paciente, uma vez que o câncer infantil é visto por especialistas como uma espécie de câncer familiar e não de um único indivíduo apenas.

A proposta é que a sociedade civil organizada exerça papel fundamental de dar apoio psicológico, principalmente aos que estão em outra cidade para o tratamento e o acolhimento da família e da criança.

“A luta pelo câncer infantojuvenil é de todos – governantes de todas as esferas, pais, educadores, profissionais da saúde, voluntários, cidadãos. Assim, quanto mais informações sobre a doença forem disseminadas na sociedade e cada um assumir o papel de promoção pela cura, alcançaremos a meta, pois não há prêmio melhor do que uma criança curada.”

Sinais a serem investigados

Os principais sinais de investigação em relação ao câncer infantil são:

- vômitos associados a dores de cabeça (sem náusea)

- desequilíbrio ao andar

- dificuldade na visão

- dores ósseas ou nas articulações

- movimentos limitados

- palidez insistente

- febre persistente

- emagrecimento

- fraqueza

- irritabilidade

- sudorese excessiva

- manchas roxas no corpo ou em pálpebras

- sangramento em geral

- diarreias crônicas

- dores frequentes nos dentes, não associadas a cáries

- dores abdominais prolongadas

- ínguas, gânglios ou nódulos indolores, com rápido crescimento, principalmente no pescoço, axila ou virilhas

- nódulos ou pintas na pele, que crescem ou mudam de cor

- secreção crônica drenada pelo ouvido

- desenvolvimento precoce de caracteres sexuais

- na região dos olhos, pupila branca ou totalmente dilatada, protrusão do globo ocular.

Uma simples brincadeira mudou a vida da pequena Manuela Sobreiro. Logo no início de setembro deste ano, a menina, de apenas nove anos, brincava na rua com seu cachorro quando caiu e precisou ir ao médico porque estava sentido muita dor na perna direita.

O diagnóstico mostrou que Manu, como é chamada, estava com câncer na perna. A família toda ficou em choque. A criança, por sua vez, ainda não tem noção da tamanha gravidade do problema. Internada no Grupo de Ajuda a Criança Carente com Câncer (GAC), em Santo Amaro, área central do Recife, há mais de dois meses, a pequena continua feliz e sorridente, como sempre foi. "Não sinto dor nenhuma", garante.

##RECOMENDA##

Quem sente a dor, na verdade, é a mãe de Manu, Francelma Guerra. "Dá um aperto no coração ver minha filha internada. A gente nunca acha que essas coisas podem acontecer com nossos filhos, não é?, questiona. A menina já fez três sessões de quimioterapia e deve passar por mais algumas. Apesar de responder bem ao tratamento, ainda não há previsão de alta para a pequena Manu.

Diferente dela, a jovem Lavínia de Araújo, 15, também internada no GAC, entende bem a doença e fica triste em saber que tem linfoma, câncer no sistema linfático. "Eu sentia muita dor no tórax e os médicos diziam que eram gases. Apenas em janeiro deste ano, depois de um novo exame, descobri que estava com câncer. Foi uma sensação horrível", lembra a jovem.

A pior parte do processo para Lavínia foi perder os cabelos, que passavam da cintura. "Eu chorei muito quando vi meus cabelos caindo. Me tranquei no banheiro e não queria que ninguém me visse. Agora estou melhor. Tenho fé em Deus que um dia vou sair daqui e ficar boa", completa. 

Descobrir se uma criança tem câncer é fácil, de acordo com especialistas. Neste domingo (23), Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, médicos da área fazem questão de bater na mesma tecla: o diagnóstico precoce. “Precisamos alertar a população quanto a isso. Muitos pais só descobrem que o filho está com câncer depois de anos, porque deixou de fazer simples exames no pequeno, como a coleta de sangue. Os pais também devem ficar sempre atentos às queixas dos filhos, porque os sintomas do câncer são muito parecidos com os de outras doenças. A frequente visita ao pediatra é muito importante", alerta a oncologista infantil do GAC, Vera Morais.

De acordo com a médica, os sintomas mais comuns que levam os pais a se confundir com outras doenças, como febre e dor óssea, que podem ser facilmente encontrados em uma virose. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mostram que, atualmente, cerca de 12 mil crianças têm câncer em todo Brasil. "Em Pernambuco,  este número é de aproximadamente 700 vítimas", diz VeraO caso mais comum entre os pequenos é a leucemia, doença que atinge os glóbulos brancos. “Cerca de 30% das crianças e adolescentes com câncer têm leucemia”, alerta Morais.

Além do diagnóstico precoce, outras medidas também podem ser adotadas para a verificação da doença em seu estágio inicial. “Se alguém da família tem algum tipo de câncer, os pais devem redobrar os cuidados com o filho. A hereditariedade influencia muito no desenvolvimento da doença. Outro ponto que também deve ser observado é a alimentação da criança. Evitar enlatados e conservantes é uma boa. Estas substâncias têm poder de desenvolver as células cancerígenas”, conclui a oncologista.

[@#video#@]

No Programa Vencer desta semana, o jornalista James Alcides conversa com o casal Leila e João Eduardo, eles são autores da campanha “Vem Cuidar de Mim”, que luta pela inclusão do direito de afastamento do trabalho na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em casos de tratamento de doenças graves dos filhos.

João e Leila são pais da pequena Maria Luíza, de quatro anos que sofre com um tumor maligno de pelve de 15 cm, câncer infantil. Eles são moradores de João Pessoa, PB e lutam pelo direito de acompanhar o tratamento da filha. Para isso, estão promovendo um abaixo-assinado, que tem por objetivo ser levado até o Congresso Nacional.

" O grande objetivo da campanha é sensibilizar os nossos parlamentares, para que aprovem um projeto de lei que já está em andamento no congresso e ninguém vota. É um absurdo na época de hoje, onde a mulher conquistou tantos direitos, uma mulher como a minha esposa, ter que deixar o emprego (como aconteceu) para cuidar do seu filho. A mulher perde a sua dignidade e a família perde o seu bem financeiro", relatou João.

A aprovação no Congresso Nacional e a consequente sanção presidencial do projeto 3.011/2012, do deputado Aguinaldo Ribeiro, é talvez a alternativa mais viável para que a lei trabalhista brasileira possa conceder esse direito, sem prejuízos ao trabalhador. v Confira todos os detalhes deste encontro no video acima.

O programa Vencer é apresentado pelo jornalista James Alcides e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

No próximo sábado (27), durante o McDia Feliz, o valor arrecadado com a venda dos sanduíches Big Mac nas lojas do McDonald’s de todo o País será direcionado para instituições de apoio e combate ao câncer infanto-juvenil. No Recife a renda será destinada ao Núcleo de Apoio à Criança com Câncer (NACC) e ao grupo SOS Amizade.

Para ajudar na mobilização da campannha, estudantes do Colégio BJ, na Benfica,  irão às lojas da rede de lanchonete e desenvolverão campanhas na Internet, através das redes sociais, para estimular o consumo do produto no dia da ação solidária.

##RECOMENDA##

Durante o ano letivo assuntos ligados ao tema câncer são debatidos em sala de aula com a turma do terceiro ano do ensino médio. Além disso, os professores movimentam as aulas promovendo gincanas entre as turmas para arrecadar material para doação. Os alunos foram estimulados a criarem campanhas para TV, Rádio, Internet, Impresso e outras mídias.

O idealizador do projeto e professor de biologia do BJ, Kilder Alves, destaca o papel social da iniciativa: “Levamos o tema para as aulas para sensibilizar o olhar ao próximo. Unidos vamos levar dignidade aos que lutam e amam a vida.” 

“Percebo que os adolescentes se envolvem de maneira que passam a perceber mais amor ao próximo. Alguns choram. É algo diferente. Não é só trabalho de caridade, vejo mudança,” conta a diretora do Colégio BJ, Sandra Janguiê.

As atividades de apoio a ação continuam também no mês de setembro, com visitas ao NACC. Os alunos vão ao núcleo de apoio para brincar com as crianças que passam por tratamento de câncer.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando