Tópicos | Sophia Medina

O sobrenome Medina pode até abrir algumas portas no surfe, mas não é somente com ele que Sophia, irmã caçula do tricampeão mundial Gabriel Medina, vai conseguir chegar longe na modalidade. No último dia 21 de novembro, ela conquistou seu maior título da carreira até o momento, o QS 3.000 em Saquarema (RJ), e, com apenas 16 anos, já lidera o ranking regional da América Latina.

"Ela amadureceu muito rápido. Por causa do Gabriel, ela conviveu bastante no Circuito Mundial, mas sabe que precisa fazer a história dela. O sobrenome não garante nada, importa o que ela vai fazer lá dentro do mar. Não é fácil, precisa ter equilíbrio para lidar com críticas injustas e elogios a mais, porém tenho certeza de que ela vai fazer sua própria história no surfe", disse Charles Saldanha, pai e técnico de Sophia.

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Foi ele quem treinou Gabriel Medina desde a adolescência até o ano passado, e juntos conquistaram dois títulos mundiais. Agora, ele vem se dedicando a Sophia e está começando a trilhar novamente o mesmo caminho, passando pelas competições regionais, até chegar à divisão de acesso e, por fim, ao Circuito Mundial, competição na qual estão os atletas de elite. Até por conhecer as dificuldades, ele não tenta acelerar o processo, mesmo sabendo do talento da filha.

"A meta principal é chegar no Circuito Mundial em três ou quatro anos. Ela ainda tem muito a evoluir e progredir. Esse campeonato que ela ganhou ajuda a ter ranking para disputar o Challenger, que vai servir de aprendizado em um primeiro momento. Depois, se estiver lá dentro, deve demorar em torno de três anos para chegar à elite. O Gabriel, depois de dois anos e meio, entrou no Circuito Mundial. Mas temos de colocar metas reais para depois não se tornar uma decepção", explica, ciente de que uma possível participação nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, seria algo precoce.

INÍCIO DO SONHO - Sophia começou a surfar com 8 anos e pouco tempo depois já estava treinando com mais seriedade. Influenciada por Gabriel, ela logo se apaixonou pela modalidade e foi sendo aprimorada no Instituto criado pela família em Maresias. Lá, junto com jovens talentos, tinha aulas em cima da prancha, de apneia, preparação física e até curso de inglês. Mas sempre que podia acompanhava o irmão em algumas etapas do Circuito Mundial e com isso foi ganhando experiência.

Aos 12 anos, assinou com a Rip Curl seu primeiro contrato de patrocínio (atualmente sua prancha já estampa muitas marcas) e foi trilhando seu caminho nas competições. Em 2018, ela ganhou o Rip Curl Grom Search, título que o irmão famoso já tinha conquistado, e fez a família reviver um momento importante. Agora, ela também conquistou uma etapa do QS, repetindo o feito de Gabriel quando tinha 15 anos, em Florianópolis.

"Foi algo semelhante. É uma etapa em que os dois eram muito jovens e não eram favoritos. Tanto ela como o Gabriel vieram da chave de baixo fazendo bastante pontos. E nos dois casos a gente foi pensando fase a fase. Quando vimos estávamos na final. Ela foi ganhando confiança e acho que foi muito parecido com a vitória do Gabriel. Os dois surfaram bem e ganharam merecidamente. Para mim, a emoção também foi muito semelhante e motivo de muita alegria", conta Charles.

Ele divide com Gilmar Moura o trabalho de técnico de Sophia. O antigo professor do Instituto Gabriel Medina já vinha treinando Sophia, principalmente quando Charles precisava viajar com Gabriel para as competições, e esse trabalho coletivo vem dando resultado. "A gente se dá bem. Eu treinei ele quando era mais novo, e tem a mesma linha de pensamento que eu. A Sophia gosta dele também e acho que o time precisa estar sincronizado."

Por já ter passado por muita coisa na caminhada com Gabriel, Charles sabe o que precisa corrigir e o que deve repetir para que Sophia também tenha a possibilidade de ter sucesso em cima da prancha. "O esporte vai evoluindo. Claro que já fizemos o caminho lá atrás, com muito mais acertos do que erros. Mas temos de estar espertos. Aprendo todo dia, sempre tem algo novo, quero melhorar, e sei que o esporte vai ficar mais difícil. Então vamos estar sempre inovando para cometer o mínimo de erros. O que já deu certo serve de lição também. Algo que tenho certeza que dá certo é ter foco, trabalhar duro, pois esporte profissional não é brincadeira ou diversão. É necessário dedicação total e humildade."

ÓTIMAS ADVERSÁRIAS NO SURFE - A ascensão de Sophia ocorre em um momento que o surfe parece estar bem promissor para as mulheres no Brasil. As últimas competições reforçaram o talento de três surfistas jovens. Bela Nalu, de 14 anos, é filha de Everaldo "Pato" Teixeira, surfista que roda o mundo atrás de boas ondas e sempre leva a garota. Ela vinha morando na Indonésia e ainda grava um reality chamado Nalu pelo Mundo. Outro talento é Laura Raupp, de 15 anos, que recentemente ganhou o QS 1.000 realizado em Florianópolis. E ainda tem a Summer Macedo, de 21 anos, brasileira que nasceu e cresceu no Havaí.

"A chegada dessas atletas ajuda, pois a concorrência é boa. Tomara que todas deem certo. Se formos lembrar, o Gabriel foi campeão, depois veio o Mineirinho e o Italo Ferreira, tem o Filipe Toledo que com certeza vai ser campeão mundial um dia, o Miguel Pupo, o Jadson André... Então a gente vê uns 20 atletas que foram juntos nessa geração. Entre as mulheres, essas atletas mais novas estão brigando bastante e estão ganhando das mais velhas. Isso é um bom sinal. Tomara que venha essa geração feminina também", torce Charles.

A vitória no Saquarema Surf Festival Roxy Pro foi a mais importante da carreira de Sophia e serve de estímulo para a próxima temporada. As metas estão estabelecidas e o sonho, obviamente, é conquistar o mundo. Em 2017, em entrevista para o Estadão, ela falou sobre seu objetivo: "Um dia quero ser campeã mundial". Charles, que acreditou no sonho de Gabriel Medina e agora vê o surfista com três taças de campeão do mundo, acha que é possível e vai fazer de tudo para ajudar a filha. "Eu acredito que sim, a gente trabalha para isso. Ela tem todas as condições de ser campeã mundial, mas é um longo trabalho e isso está muito longe ainda. Vamos passo a passo", avisa.

Com apenas 16 anos, Sophia Medina conquistou neste domingo, 21, o título mais importante de sua carreira no surfe até agora. A irmã caçula do tricampeão mundial Gabriel Medina ganhou o Saquarema Surf Festival Roxy Pro, uma etapa QS 3.000 que conta pontos para o ranking regional da WSL na América Latina. Com a vitória, ela se tornou a líder do ranking. No masculino, a vitória foi de Yago Dora.

"Eu nem estou acreditando que acabei de ganhar um QS 3000. Esse sempre foi meu maior sonho, era uma das minhas maiores metas e estou muito feliz. Esse campeonato é um dos mais importantes do mundo hoje. Na América Latina, é o mais importante. É uma grande etapa para uma carreira de surfista. Tem muito tempo que não venço um campeonato e todo trabalho duro foi recompensado", disse a atleta.

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Sophia esteve acompanhada em Saquarema pelo pai e treinador, Charles Saldanha, que também treinou Gabriel durante muitos anos na carreira. Agora, ele tem se dedicado à garota e espera que ela trilhe o mesmo caminho do irmão campeão. Ela também tem Gilmar Moura, o Pulga, como técnico, que a ajudou no início de carreira no Instituto Gabriel Medina.

A conquista da irmã foi comemorada nas redes sociais, inclusive por Gabriel Medina, que está um pouco mais distante de sua família, mas fez questão de elogiar Sophia. "Campeaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Vitória de gente grande, orgulho!!! Primeira vitoria no WQS, não tem como não lembrar de quando eu comecei! Te amo @sophiamedina", escreveu o surfista.

Ele se refere também ao seu início de carreira. Quando tinha 15 anos, Gabriel se tornou o surfista mais jovem a vencer uma etapa da World Surf League, em Florianópolis, e a partir dali sua ascensão foi meteórica. Três anos depois ele se tornou o primeiro campeão mundial do Brasil no surfe.

Agora, Sophia vai fazendo o mesmo caminho. Com 3.500 pontos no ranking regional da WSL após duas etapas, ela precisa ficar entre as três mais bem colocadas para garantir vaga no WSL Challenger Series de 2022, que vale vagas para o Circuito Mundial de 2023, onde estão as atletas de elite.

"É muito difícil passar do amador paro o profissional, é um choque de realidade e eu treinei muito para estar aqui hoje. Eu me emociono porque foi muito trabalho duro para chegar até aqui e Deus é muito bom. Foi Ele que me deu a vitória e toda honra e glória a Ele. Estou muito feliz por todo esse trabalho estar sendo recompensado", continuou.

Sophia é mais uma surfista talentosa da nova geração que vem chamando atenção nas competições. Além dela, outras jovens atletas vêm mostrando potencial para, quem sabe, no futuro, dar ao Brasil seu primeiro título mundial no feminino, como Bela Nalu (14 anos), Laura Raupp (15 anos) e Summer Macedo (21 anos).

Na disputa deste domingo, Sophia venceu na decisão a peruana Daniella Rosas, que esteve representando seu país nos Jogos Olímpicos de Tóquio, por 14,27 a 12,34. Já no masculino, Yago Dora deu um show e ganhou de João Chianca, mais um novo da nova geração brasileira, por 18,97 a 16,86.

Nesta quarta-feira (6), teve início o primeiro campeonato de surfe em ondas artificiais realizado no Brasil. O evento é realizado em um condomínio de luxo, na cidade de Itupeva, interior de São Paulo. As competições deste primeiro dia do Rip Curl Grom Search envolveram jovens com menos de 16 anos, divididos em três categorias.

Na divisão sub-16 feminina, a vitória foi de Bela Nalu, filha do experiente surfista Everaldo Pato Teixeira, conhecida pelo programa Nalu Pelo Mundo. Ela superou Sophia Medina, irmã do tricampeão mundial da modalidade Gabriel Medina.

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Bela viajou pela primeira vez desacompanhada da família, que ficou em Bali, na Indonésia. Competindo por Santa Catarina, a jovem conquistou 17 pontos e ficou com o lugar mais alto do pódio. Sophia buscava o inédito tetracampeonato e terminou com o vice (15,65). A terceira colocada foi a também catarinense Laura Raupp (13,85).

"Eu sabia que o nível seria super alto. Mas fiz tanto esforço para me classificar. Viajei da Califórnia só para gravar as ondas da seletiva e deu certo. O sentimento de conseguir ganhar esse título num lugar inovador é demais. Estou muito feliz", contou a campeã Nalu.

Na categoria sub-12 masculina, o troféu ficou com Pablo Gabriel, do Rio de Janeiro, que obteve 17,75 pontos. O vice-campeão foi o paranaense Anuar Chiah (14,75). O terceiro foi o paulista Kalani Robles (13,85). Na divisão sub-14 masculina, o paulista Matheus Neves levou a melhor (16 pontos). Anuar Chiah repetiu o feito da categoria inferior e ficou em segundo (15 pontos) e o fluminense Pablo Gabriel voltou ao pódio, em terceiro lugar (13,75).

Nesta quinta-feira, as categorias sub-14 feminina e sub-16 masculina competem a partir das 10h. No fim do dia, Gabriel Medina fará uma apresentação junto aos campeões.

A vitória de Sophia Medina no Rip Curl Grom Search, no último final de semana, em Búzios (RJ), fez a sua família reviver um evento que seu irmão famoso Gabriel conquistou anos atrás. Após duas etapas, a surfista de 12 anos conquistou a premiação na categoria para meninas até 16 anos e será a representante brasileira na etapa mundial, em 2019.

"É um orgulho enorme, como pai, de poder ajudar tanto o Gabriel quanto a Sophia. Hoje eu tenho esperança. Ela já vem trazendo resultados parecidos com os do Gabriel, mas claro que ainda é muito cedo para falar, até porque um atleta só vai se formar com 15 ou 16 anos", explicou Charles Saldanha, feliz da vida com a evolução da filha.

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Da Austrália, onde se prepara para o início do Circuito Mundial de Surfe, o campeão do mundo se emocionou ao receber a notícia do feito da irmã, ainda mais diante de adversárias mais velhas. "Alguns anos atrás, eu participei desse mesmo campeonato e foi onde tudo começou. Acordei com a notícia que minha irmãzinha foi campeã e não resisti às lágrimas", escreveu.

O crescimento de Sophia se deve também à criação do Instituto Gabriel Medina (IGM), que é um fator que o surfista não tinha lá atrás, mas agora a sua irmã pode contar com uma estrutura profissional. Para Charles Saldanha, o crescimento da atleta é nítido nos últimos meses, independentemente do título conquistado.

"Ela ganhou um campeonato no amador, que é muito grande, mas a gente não pode ficar acomodado, pelo contrário, é hora de trabalhar mais e evoluir, como foi feito com o Gabriel, que teve trabalho, talento, força de vontade e disciplina. Então a gente vai tentar usar o mesmo método que foi feito, mas o diferencial é que temos hoje a ajuda do Instituto, com mais de 20 profissionais trabalhando para 32 crianças, e a Sophia é uma delas", afirmou o pai.

Além de Sophia Medina, outros jovens do IGM também brilharam no Rip Curl Grom Search com as conquistas de Caio Costa (sub-14) e Guilherme Fernandes (sub-12). "É legal a Sophia ter os resultados e os outros meninos também porque isso mostra que o trabalho está sendo bem feito. Fico feliz por isso", disse Charles Saldanha.

Em 2020, o surfe vai estrear nos Jogos Olímpicos. Para Charles Saldanha, Sophia Medina um dia poderá representar o País, mas acha que pensar na presença dela em Tóquio é precipitado. "É muito cedo, ainda nem foi definido direito como vai ser o time olímpico de cada país. A Sophia é muito jovem, tem muito a crescer fisicamente, tecnicamente também, mas a gente fica com esperança não na próxima Olimpíada, mas de repente ter como meta a edição seguinte. Vamos ver", concluiu.

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