De acordo com uma pesquisa nacional, realizada pela Ipsos, em parceria com a Stella Artois, os maiores problemas enfrentados pelas empreendedoras brasileiras no mercado de gastronomia é falta de crédito, formação e visibilidade no mercado. Pensando nisso, a Ambev, em parceria com BEES Bank, divulga novo projeto “Juntas Na Mesa”, que disponibilizará empréstimos de até R$60 mil para mulheres no setor.
Além de empréstimos, a ONG Gastromotiva vai oferecer cursos em todo o Brasil para profissionais da área. Ao todo, serão investidos R$10 milhões no projeto. Interessadas devem acessar a plataforma da Stella Artois.
##RECOMENDA##“Fizemos a pesquisa para conhecer a fundo as dores e desafios dessas mulheres no mercado da gastronomia e vamos atuar para propor uma mudança a essa realidade por meio de investimentos em visibilidade, formação e crédito para as mulheres que atuam nesse segmento.”, destaca a diretora de marketing de Stella Artois, Mariana Porto.
Na cidade do Recife, em Pernambuco, esses obstáculos são ainda maiores. Entre as entrevistadas da região Nordeste, 35% afirmaram que já pensaram em mudar de profissão por duvidarem se havia espaço para que mulheres crescessem na gastronomia; 44% disseram que sentem dificuldade em ser reconhecida profissionalmente em comparação com os colegas homens; 42% afirmaram que não conseguem crescer no ramo da gastronomia porque não se sentem ouvidas pelos chefes homens, sendo interrompidas e sem espaço para propor ideias; 48% concordam que muitas mulheres têm sua capacidade de cozinhar questionada só por serem mulheres.
A pesquisa mostrou que muitas profissionais sonham em ter o próprio negócio, mas encontram dificuldade na obtenção de crédito: cerca de uma em cada três mulheres afirma que empreender no setor custa mais caro em comparação aos homens.
Com aulas online permitindo a adesão a partir de qualquer lugar, os cursos vão abranger o aprimoramento de conhecimentos diversos, com disciplinas como Economia Doméstica, Reaproveitamento de Alimentos e Educação Financeira. As inscrições serão abertas ainda neste ano e as aulas deverão acontecer em 2023.
Uncomfortable Food
Stella ainda criou uma experiência gastronômica chamada Uncomfortable Food, na qual os desconfortos vividos pelas mulheres na profissão são traduzidos em um menu autoral assinado 100% por chefs mulheres. Cada prato é uma reflexão sobre o cenário atual e um convite à mudança. A experiência foi criada com o apoio de profissionais referência no segmento, como: Bela Gil, Kátia Barbosa, Andressa Cabral, Bel Coelho, Cafira Foz, Bruna Martins, Kalymaracaya Nogueira, Amanda Vasconcelos, Michele Crispim e Nara Amaral.
Além delas, outras chefs de todo o país vão levar as releituras da pesquisa em formato de pratos para seus restaurantes, por meio de um circuito gastronômico. Com duração de um mês, cada estabelecimento terá uma data de início do novo prato no menu - para mais informações, basta consultar o site do projeto.
O nome Uncomfortable Food foi criado em oposição à expressão “comfort food”, que é reconhecida na gastronomia para falar de comida aconchegante e de afeto. Esse tipo de comida normalmente é relacionado às mulheres, mas nas cozinhas profissionais, onde estão o lucro e a projeção de carreira, a figura do homem ainda prevalece. O projeto está em linha com o compromisso de Stella e Ambev, que trabalham pela equidade de gênero e no combate a questões como machismo, objetificação da mulher no universo cervejeiro, homofobia e racismo.
Confira os dados completos da pesquisa:
• 29% das entrevistadas já pensaram em mudar de profissão por duvidarem se havia espaço para que mulheres crescessem na gastronomia - na análise por região, o Nordeste é onde essa porcentagem se mostra mais alta (35%), acima da média nacional.
• 35% concordam que muitas mulheres têm sua capacidade de cozinhar questionada só por serem mulheres - na análise por região, o Nordeste se destaca com uma porcentagem de 48% nesse indicador.
• 1/3 concordam que as mulheres não conseguem crescer na gastronomia porque não se sentem ouvidas pelos chefes homens, sendo interrompidas e sem espaço para propor ideias - o Nordeste lidera esse apontamento com 42%.
• 31% das entrevistadas sentem mais dificuldade de ser reconhecida profissionalmente no ramo da gastronomia em comparação aos colegas homens - o Nordeste se posiciona acima da média nacional, com 44%.
• Os homens ocupam mais espaço que as mulheres no setor, mais ainda no Nordeste - enquanto na média nacional 23% das entrevistadas afirmam que a maioria das pessoas com quem trabalha na gastronomia são homens, em Recife e Salvador essa porcentagem foi de 38%.
• 46% das entrevistadas concordam que o trabalho na cozinha é mais desafiador para mulheres, dificultando a conciliação da vida profissional e familiar – entre as que são mães, quase metade (49%) concordam ainda mais em comparação às mulheres que não têm filhos (40%); em Recife e Salvador, essa é a opinião de 54% das entrevistadas.
• 36% das mulheres entrevistadas concordam que muitas chefs já sofreram assédio moral e/ou sexual ou foram expostas a situações constrangedoras na cozinha; as porcentagens para essa afirmação são maiores no Nordeste, com 42%, e nas regiões Sul e Norte/Centro-Oeste, ambas com 38%.
• 24% concordam que a cozinha profissional é um ambiente onde há mais assédio do que em outras profissões - no Nordeste essa porcentagem é de 34%, dez pontos acima da média do país.
• 35% das mulheres concordam total ou parcialmente que muitas mulheres já tiveram suas criações/autoria de pratos roubadas na cozinha - no Nordeste, 45% das mulheres concordaram com essa afirmação.
Com informações da assessoria