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A gravadora Parlophone Records anunciou que o 17º álbum da banda de heavy metal Iron Maiden, “Senjutsu”, chegará em 3 de setembro. O novo trabalho será um CD duplo/vinil triplo, terá 10 faixas e duração de 82 minutos, bem como contou com produção de Kevin Shirley e co-produção do baixista e líder do grupo musical, Steve Harris.

A capa de “Senjutsu” apresenta o já conhecido mascote da banda Eddie the Head, trajado com uma armadura de samurai. A arte ficou por conta do ilustrador Mark Wilkinson, que usou como base a ideia criativa de Harris. Acompanhe a sequência de faixas do disco:

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1. “Senjutsu” (8:20) Smith/Harris

2. “Stratego” (4:59) Gers/Harris

3. “The Writing On The Wall” (6:13) Smith/Dickinson

4. “Lost In A Lost World’ (9:31) Harris

5. “Days Of Future Past” (4:03) Smith/Dickinson

6. “The Time Machine” (7:09) Gers/Harris

7. “Darkest Hour” (7:20) Smith/Dickinson

8. “Death Of The Celts” (10:20) Harris

9. “The Parchment” (12:39) Harris

10. “Hell On Earth” (11:19) Harris

A faixa “The Writing On The Wall” (2021), que marca presença em “Senjutsu”, foi divulgada em 15 de julho, no canal oficial da banda. O clipe no formato de anime foi produzido no estúdio londrino BlinkInk, baseado em um conceito do vocalista Bruce Dickinson com dois ex-executivos da Pixar. Acompanhe: 

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O baixista e fundador da banda de heavy metal Iron Maiden, Steve Harris, completa 65 anos, nesta sexta-feira (12). Considerado por muitos fãs como uma das grandes referências do baixo no mundo do metal, o artista também se destaca por estar presente em todas as formações do conjunto britânico e por participar de toda a discografia do grupo.

Antes de se envolver com o rock, Harris teve paixão pelo futebol e, mais tarde, chegou a trabalhar como arquiteto. Após integrar algumas bandas independentes, o músico, que já demonstrava amor pelo baixo, buscou integrantes para compor o Iron Maiden, em 1975, nome que teve como base a obra de Alexandre Dumas (1802-1870) "O Homem da Máscara de Ferro" (1839), e também faz alusão ao instrumento de tortura medieval dama de ferro.

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A primeira formação conhecida do Iron Maiden tinha Harris (baixo), Paul Di'Anno (vocal), Dave Murray e Dennis Stratton (guitarras) e Clive Burr (bateria). Atualmente, o grupo é formado por Adrian Smith e Janick Gers (guitarra), Nicko McBrain (bateria) e Bruce Dickinson (vocal). Harris e Murray continuam no time.

O freelancer Samuel Negrão, que conheceu o Iron Maiden por influência do pai | Foto: Arquivo Pessoal

Em 1982, o Iron Maiden lançou o álbum "The Number of the Beast", que colocou a banda no topo das paradas e, até hoje, a faixa título é uma das mais conhecidas do repertório do grupo. Esse trabalho é marcado pela estreia de Dickinson no conjunto, e Harris afirmou em várias entrevistas que muitas das composições presentes no disco só foram possível graças ao novo vocalista, que Di'Anno não seria capaz de cantar algumas das linhas presentes nas canções do disco.

O trabalho de Harris e do Iron Maiden transcendem gerações e, nos dias atuais, a banda dá sequência em produções e shows que mantém aquecida a chama dos fãs. O freelancer Samuel Negrão, 20 anos, de Guarulhos (SP), conheceu o grupo de heavy metal na infância, por influência do pai. "A primeira música que eu tirei quando comecei a tocar guitarra foi 'Wasting Love' [1992]”, lembra ele, que começou a estudar outras faixas do conjunto para tentar executá-las na guitarra.

Com o tempo, Negrão começou a pesquisar sobre a história da banda, e descobriu que, embora Dickinson estivesse sempre à frente dos shows, Harris era o idealizador e liderava do grupo. "Comecei a reparar que Harris é um cara muito perfeccionista. Desde os primeiros álbuns, ele queria fazer músicas ou riffs de guitarras mais complexos. Graças a essa rigidez, o Iron Maiden chegou a esse patamar que ouvimos hoje", afirma o freelancer. "A banda não é esse fenômeno de lotar estádios, festivais e outros shows por sorte. Eles estão lá porque merecem. Todos os músicos presentes são talentosos, e foi Harris que coordenou tudo isso", complementa.

O estudante Luan de Oliveira pesquisou sobre bandas de heavy metal | Foto: Arquivo Pessoal

Para o freelancer, as composições de Harris influenciaram seus gostos musicais, e isso o fez buscar por novas bandas que tinham como referência os trabalhos de Iron Maiden. "Quando eu comecei a ouvir metal, minha cabeça explodiu, e até hoje eu escuto. Isso tem influência direta no meu estilo de tocar guitarra e de solar. Além de refletir na minha vida, que é muito guiado pela música", comenta Negrão.

Ao pesquisar sobre novas bandas de heavy metal, o estudante Luan de Oliveira, 21 anos, de Guarulhos (SP), conheceu o Iron Maiden. Desde então, ele foi impactado pelo trabalho de Harris. Entre todas as canções, Oliveira tem como favoritas as faixas "Fear of the Dark" (1992), que também é título de outro renomado álbum do grupo, e a clássica "The Number of the Beast". "Foi uma banda que influenciou muito em minha vida, e o show do Iron Maiden foi a primeira grande apresentação que assisti em 2016", conta.

O programador Daniel Saraiva, 31 anos, de São Paulo, conheceu o Iron Maiden por meio do álbum "Killers" (1981). No disco, a maioria das composições foram feitas por Harris. Em meio a diversas canções, ele destaca "Prodigal Son" (1981), "22 Acacia Avenue" (1982) e "2 Minutes to Midnight" (1984). "Por incrível que pareça, não sou muito fã de 'Fear of the Dark' [1992]”, assume.

O programador Daniel Saraiva gosta da energia dos shows da banda | Foto: Arquivo Pessoal

Mas de tudo que já foi apresentado por Harris, junto ao Iron Maiden, Saraiva destaca a energia que o grupo apresenta nos shows, e o teatro que acontece nos palcos, em especial, quando o mascote da banda, que também marca presença na capa dos álbuns, Eddie the Head, entra no palco. "Você percebe que não está apenas ouvindo música, está, de fato, assistindo um show”, descreve Saraiva.

Sob os holofotes da música pop brasileira de seu tempo, a cantora Kátia já desabafava na canção "Qualquer Jeito": "Não está sendo fácil... Não está sendo fácil viver assim". Ao que parece, a situação só se complica quando o assunto é "viver de arte", mais especificamente de música. E em fase do domínio quase hegemônico das novas fórmulas do pop no mainstream da indústria fonográfica mundial, o declínio, e consequente perda de popularidade de estilos consagrados como o rock e o heavy metal, é paulatino e latente. Apesar de condenados à morte há muitos anos por empresários da música, críticos e jornalistas do mundo inteiro, os gêneros ainda resistem, porém, respirando com ajuda de aparelhos.

Nesta semana, Steve Harris, baixista do Iron Maiden, concedeu uma entrevista à revista Metal Hammer - na qual comentou sobre o momento crítico que passa o Heavy Metal e as dificuldades enfrentadas pelas novas bandas que objetivam viver da música. "Não está fácil nos dias de hoje, especialmente para bandas novas. Está mais difícil do que nunca fazer dinheiro com isso. É diferente para nós, porque levamos muito tempo para chegar a esse nível, mas algumas bandas nunca chegarão a esse ou qualquer outro patamar porque não conseguem espaços para shows além dos pubs, hoje. Além disso, apesar da internet é difícil fazer com que novos artistas do Heavy Metal sejam ouvidos pelos novos públicos. Há uma barreira invisível, bem visível, na verdade, que é a dos interesses do mercado fonográfico atual", desabafou Harris, integrante de uma das bandas mais exitosas do gênero.

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Apesar de todas dificuldades, o Heavy Metal continua tendo adeptos fiéis e lutado por renovação. Do Brasil, por exemplo, algumas das bandas mais conhecidas internacionalmente representam o estilo. Em 2017, a respeitada revista russa "Ultimate Guitar" listou as 35 melhores bandas brasileira da história e, dentre elas, há nomes como os dos grupos "Angra", "Shaman", "Sarcófago", "Krisiun" e "Sepultura". O último, inclusive, lidera a lista. "Trabalho árduo e incansável", conselho comum a todos que sonham em alcançar o topo mas que, segundo Steve Harris, deve ser levado ainda mais em conta por quem deseja vencer "a mão invisível do mercado" e viver de Metal. "As pessoas precisam ultrapassar os limites e tentar se adequar. É ainda mais difícil quando o assunto é Heavy Metal, mas vai do tamanho do sonho de cada um", concluiu o baixista.        

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