[@#galeria#@]
A Secretária de Defesa Social (SDS) apresentou detalhes, na manhã desta quarta-feira (16), do andamento das investigações do crime que matou o promotor de Justiça Thiago Faria Soares, de 36 anos. Um homem foi preso como executor do crime, Edmacy Cruz Ubirajá. Ele se entregou na noite dessa terça-feira (15), à Polícia de Águas Belas, no Agreste, e foi reconhecido pela noiva de Thiago, Mysheva Freire Ferrão Martins.
##RECOMENDA##De acordo com o secretário da SDS, Wilson Damásio, a polícia já emitiu um mandado de prisão contra o mandante do crime, José Maria Pedro Rosendo Barbosa, conhecido como Zé Maria de Mané Pedo. A principal linha de investigação continua sendo a disputa por terra. “Como uma boa parte de crimes que ocorrem naquela região, a disputa por terra sempre promove coisas desse tipo. A noiva do promotor arrematou a parte principal da Fazenda Nova que era produtiva. Há uma mina de água mineral que rendia muito dinheiro. O promotor como noivo teve sua parte emocional envolvida e isso desagradou bastante o Zé Maria que é uma pessoa bastante violenta”, afirmou.
O mandante é envolvido com outros crimes na região, como sequestro e homicídios, segundo o secretário Damázio. “Há envolvimento dele em crimes anteriores, inclusive com ações penais pendentes. Ultimamente ele estava mais tranquilo na região, mas a periculosidade dele aflorou diante da perda da fazenda que ele julga que o promotor tivesse dado causa junto com a noiva”, concluiu. As investigações continuam no sentido de identificar o motorista do carro que encurralou o veículo do promotor, na PE-300, e de outras pessoas que podem estar envolvidas no crime.
O procurador geral do Estado, Aguinaldo Fenelon, disse que o promotor agiu como cidadão no e conseguiu descobrir crimes que estavam sendo cometidos na região. Ele ainda afirmou que o Thiago Faria pode ter abusado na briga pelas terras da noiva. “Ele se mostrou suspeito em 16 processos inicialmente em razão pela qual a corregedoria afastou ele da cidade há uma semana. Agora como cidadão, há o envolvimento dele com a moça. As investigações não pararam não. O promotor descobriu muitos crimes ambientais, descobriu sonegações. E com sua morte infelizmente faz aparecer a impunidade na região”, afirmou.
Entenda o caso - O promotor Thiago Faria Soares foi assassinado na manhã de segunda-feira (14), quando dirigia seu carro em direção ao trabalho na PE-300, entre Águas Belas e Itaíba, Agreste de Pernambuco. De acordo com a polícia, o carro do promotor foi seguido por outro veículo escuro, modelo Fiat Uno, e depois do primeiro disparo teria sido bloqueado. Os assassinos executaram o promotor com quatro tiros de espingarda 12.
No momento do crime, ele estava acompanhado de sua noiva, a advogada Mysheva Freire Ferrão Martins, que depois do primeiro disparo, saiu do carro com alguns arranhões e foi medicada em um hospital de Itaíba. Um parente de Mysheva Martins também estava no veículo, o tio dela, Adautivo Elias Martins, e consegiu sair ileso. Esses dois são testemunhas oculares e uma terceira pessoa teve a identidade preservada pela polícia.
Thiago Faria Soares foi aprovado no último concurso público para Promotor de Justiça de Pernambuco, em 2008. Ele era graduado em Direito na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com especializações em Direito Privado. Além da vida jurista, ele era autor de livros voltados para prova da OAB e para concurso públicos diversos. O promotor também escreveu diversos artigos publicados em Revistas especializadas, e era professor de cursinhos para concursos.