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No primeiro semestre deste ano, a Região Metropolitana do Recife (RMR) foi cenário de 896 tiroteios e disparos. De acordo com o relatório publicado pelo Instituto Fogo Cruzado nesta quinta-feira (21), o número de vítimas da violência armada subiu em relação ao mesmo período em 2021.

As trocas de tiros cresceram em 7% comparadas aos 838 casos registrados no primeiro semestre do ano passado. Em 2022, os tiroteios fizeram 1.036 vítimas e deixaram 708 mortos, equivalente a 11% a mais que em 2021, quando 637 pessoas foram assassinadas. 

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O registro de feridos aumentou em 20% e saltou de 273 para 328. Do total de vítimas deste ano, 33 foram atingidas por bala perdida e três morreram. No ano passado, 17 foram atingidas e uma não resistiu.

Na RMR, o Cabo de Santo Agostinho chama atenção pelo aumento de óbitos relacionados a armas de fogo. O município concentrou 127 tiroteios nesses seis meses, e teve o número de vítimas fatais superior, com 153 mortes.

“O Cabo de Santo Agostinho, que antes era conhecido pelas belas praias, é hoje conhecido também pela ação ostensiva do PCC, que duela pelo domínio da região. Estas situações não ocorrem de um dia pro outro. O Estado negligencia as regiões, mas não existe lugar vazio. Alguém vai ocupar. E isso, com um custo altíssimo para a população, do ponto de vista da vida, mas também da economia”, comentou a diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira.

Os cinco municípios mais afetados pela violência armada foram:

● Recife: 298 tiroteios, 226 mortos e 98 feridos;

● Jaboatão dos Guararapes: 173 tiroteios, 138 mortos e 65 feridos;

● Cabo de Santo Agostinho: 127 tiroteios, 108 mortos e 45 feridos;

● Olinda: 66 tiroteios, 57 mortos e 20 feridos;

● Camaragibe: 46 tiroteios, 30 mortos e 18 feridos.

Crianças - Conforme o levantamento, seis crianças acabaram baleadas e duas morreram, 72 adolescentes foram atingidos e 43 morreram, e 14 idosos foram alvo e oito não resistiram. No mesmo período de 2021, quatro crianças foram baleadas, 49 adolescentes foram baleados e 36 morreram, e 12 idosos foram atingidos, com seis mortos.  

Local - 136 pessoas foram baleadas dentro de casa, 109 morreram e 27 ficaram feridas neste ano. Em 2021, 136 também foram baleadas enquanto estavam em casa, 108 morreram e 28 ficaram feridas.

O relatório ainda identificou que 40 pessoas foram baleadas dentro de bares, 22 morreram e 18 ficaram feridas nesses primeiros seis meses. No ano passado, 14 foram atingidas, 11 morreram e três ficaram feridos.

Ocupação - Sete motoristas por aplicativo foram baleados, seis morreram e um ficou ferido. No primeiro semestre de 2021, cinco foram baleados, quatro mortos e um também ficou ferido.

Três vendedores ambulantes foram alvos e morreram neste ano. No ano passado, quatro foram baleados e um sobreviveu.

Conforme o Fogo Cruzado, 12 motoboys e mototaxistas morreram e um ficou ferido em 2022. Já 2021 teve 12 baleados e nenhum sobreviveu.

Em relação aos agentes de segurança, 10 baleados, resultando em seis mortes. A maioria deles estava fora do serviço. O índice reduziu em relação ao ano passado, com 13 alvejados.

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