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O Grande Recife fechou 2023 com cinco tiroteios por dia. O levantamento do Instituto Fogo Cruzado, publicado nesta segunda (29), apontou 1.827 casos foram registrados ao longo do ano e destacou os bairros mais violentos da região.

O acumulado corresponde ao aumento de 8% em relação a 2022, que fechou com 1.692 casos. Houve vítimas em 97% dos casos.

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Ao todo, 2.076 pessoas foram baleadas em 2023 - uma média de seis baleados por dia. Dessas, 1.497 morreram e 579 ficaram feridas. Ainda de acordo com o estudo, 245 pessoas foram atingidas dentro de casa.

Com 673 tiroteios, 521 mortos e 241 feridos, Recife é a cidade que mais sofreu com violência armada no Grande Recife em 2023, concentrando 37% dos tiroteios, 35% dos mortos e 42% dos feridos.

A capital foi seguida por Jaboatão dos Guararapes (347 tiroteios, 296 mortos e 103 feridos), Olinda (214 tiroteios, 173 mortos e 58 feridos), Cabo de Santo Agostinho (143 tiroteios, 123 mortos e 39 feridos) e Paulista (91 tiroteios, 75 mortos e 18 feridos).

Violência nos bairros

Quatro dos cinco bairros que mais sofreram com a violência armada estão em Jaboatão. O único bairro do Recife na lista é a Iputinga, na Zona Oeste:

Muribeca (Jaboatão dos Guararapes): 44 tiroteios, 34 mortos e 14 feridos;

Barra de Jangada (Jaboatão dos Guararapes): 39 tiroteios, 39 mortos e 8 feridos;

Prazeres (Jaboatão dos Guararapes): 39 tiroteios, 29 mortos e 14 feridos;

Iputinga (Recife): 36 tiroteios, 27 mortos e 11 feridos;

Cajueiro Seco (Jaboatão dos Guararapes): 34 tiroteios, 31 mortos e 8 feridos.

Ainda de acordo com o levantamento, 99% dos tiroteios mapeados (1.803) tiveram a motivação identificada. Os principais motivos foram: homicídio/tentativa de homicídio (1.634); ação/operação policial (99); roubo/tentativa de roubo (83); briga (22) e disputa entre grupos armados (3).

Polícia 

A polícia esteve envolvida em pelo menos 5% das trocas de tiro registradas em 2023. A participação policial em tiroteios aumento 48% em relação a 2022. Foram registrados 99 tiroteios e 113 pessoas baleadas durante operações. Também foram mapeadas quatro chacinas com o total de 13 feridos envolvendo as forças de segurança.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) teve 200 pessoas mortas a tiros dentro de casa em 2023, segundo o novo levantamento do Instituto Fogo Cruzado, que mapeia a violência armada em diferentes capitais e metrópoles do país. O acumulado é apenas parcial, de 1º de janeiro a 8 de dezembro, e pode sofrer alterações até 31 de dezembro. A marca é um recorde e supera a dos últimos anos; a última vez que o levantamento chegou perto de 200 mortes em residências na região foi em 2021, quando 192 morreram. 

Este ano, em média, foram 16 pessoas mortas dentro de casa por mês. No ano passado, foram 173 mortes em residências, entre 1º de janeiro e 8 de dezembro, tendo uma média de 14 mortes do tipo por mês. Além disso, o número de mortos em residência mapeados em 2023, até o dia 8 de dezembro, é superior ao total de mortos acumulados no ano todo de 2019 (127 mortos); 2020 (178 mortos); 2022 (183 vítimas); e se aproxima do acumulado em todo o ano de 2021 (202 mortos). 

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Das 200 vítimas, 186 eram adultos, sete eram adolescentes e dois eram idosos. Outros cinco não tiveram a idade revelada. Foi possível identificar a cor e raça de 66% deles (132 vítimas): 105 eram negros e 27 eram brancos. Não há informações de perfil racial de 68 vítimas. Os homens foram maioria entre os mortos (171). 

Apesar de serem minoria entre as vítimas, as mulheres tiveram que lidar com outro tipo de violência; das 29 mulheres mortas dentro de casa, quatro foram vítimas de feminicídio. Quanto à motivação das mortes, 194 foram vítimas de homicídio, outras três foram vítimas em ações e operações policiais e uma foi atingida durante briga. 

Entre os municípios, a distribuição de mortos dentro de casa ficou da seguinte forma: 

Recife: 49 mortos 

Jaboatão dos Guararapes: 40 mortos 

Cabo de Santo Agostinho: 24 mortos 

Paulista: 19 mortos 

Olinda: 16 mortos 

Ipojuca: 9 mortos 

Abreu e Lima: 8 mortos 

Camaragibe: 8 mortos 

São Lourenço da Mata: 8 mortos 

Goiana: 5 mortos 

Moreno: 5 mortos 

Igarassu: 4 mortos 

Ilha de Itamaracá: 4 mortos 

Itapissuma: 1 mortos 

 

 De janeiro a julho deste ano, 1.202 pessoas foram baleadas em 1.046 tiroteios no Grande Recife. O levantamento produzido pelo Instituto Fogo Cruzado aponta que 812 mortes e 328 feridos na região até o mês passado. 

Os índices representam o aumento de 4% nas ocorrências de tiroteio e de 8% no número de mortos. Só no último mês, 15 pessoas foram assassinadas em sete homicídios múltiplos, um aumento de 75% dos casos comparados a julho do ano passado, quando quatro casos e nove óbitos por disparo de arma de fogo foram computados. 

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Julho também fechou com 156 tiroteios na região metropolitana, com vítimas em 99% dos casos. Ao todo, 127 pessoas morreram e 62 ficaram feridas. 

Jaboatão em alerta

Em Jaboatão dos Guararapes, os tiroteios aumentaram em 107% no mês de julho, enquanto o número de mortos subiu 92%, de 13 para 25 vítimas fatais. Segundo o relatório, as ocorrências de troca de tiro passaram de 14 para 29 e o registro de feridos passou de 10 para dois casos, equivalente ao aumento de 400%. 

O município também é o que mais se repete na lista dos cinco bairros mais afetados pela violência armada no Grande Recife. Candeias, Barra de Jangada, Cajueiro Seco e Prazeres só ficam atrás de Peixinhos, em Olinda, onde aconteceram seis tiroteios, além de duas mortes e quatro feridos.

2º- Candeias: 5 tiroteios, 5 mortos e 2 feridos;

 3º- Barra de Jangada: 4 tiroteios, 4 mortos e 2 feridos;  

4º- Cajueiro Seco: 4 tiroteios, 3 mortos e 1 ferido;   

5º- Prazeres:  tiroteios, 3 mortos e 1 ferido. 

Nos primeiros seis meses de 2023, 1.013 pessoas foram baleadas na Região Metropolitana do Recife (RMR), o que significa que seis moradores da metrópole, em média, foram alvejados a cada 24 horas. Do número total, 728 pessoas foram mortas e 285 ficaram feridas. O acumulado está abaixo, mas muito próximo do registrado em 2022, para o mesmo período. Os números também preocupam na violência contra jovens com idade inferior a 18 anos: ao menos três crianças e 46 adolescentes foram baleados ao longo do primeiro semestre.   

Em 2022, houve 1.035 pessoas baleadas nos primeiros seis meses: 707 mortas e 328 feridas. Neste primeiro semestre, o Grande Recife teve 890 tiroteios. A média foi de cinco tiroteios por dia. O número de registros é próximo do acumulado no primeiro semestre de 2022, que concentrou 894 tiroteios. Os dados fazem parte do Relatório Semestral do Instituto Fogo Cruzado, lançado nesta segunda-feira (17).  

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Violência contra os jovens 

Ao menos três crianças e 46 adolescentes foram baleados ao longo do primeiro semestre. Desse número, uma criança foi morta e outras duas ficaram feridas, e 31 adolescentes foram mortos e 15 ficaram feridos. Em média, é como se oito crianças ou adolescentes tivessem sido baleados por mês neste primeiro semestre. Em 2022, neste mesmo período, duas crianças e 43 adolescentes foram mortos e quatro crianças e 29 adolescentes ficaram feridos. 

“A violência armada faz vítimas em todas as idades. Destrói famílias, gera traumas, traz medo, deixa cicatrizes. Mas quando essa violência chega até os mais novos, é ainda mais grave. Ela nos mostra que estamos falhando em proteger e preservar a vida dos mais vulneráveis”, analisa Ana Maria Franca, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco.  

Além dos mais jovens, os idosos também não foram poupados da violência armada. Oito foram baleados neste semestre: seis morreram e dois ficaram feridos. Em 2022, foram 14 baleados no período; na época, oito morreram e seis ficaram feridos. 

O mapa da violência armada 

Municípios 

De janeiro a junho, Recife concentrou 38% dos tiroteios, 35,5% dos mortos e 42% dos feridos mapeados na região metropolitana. Entre os municípios mapeados pelo Instituto Fogo Cruzado, os mais afetados pela violência armada neste primeiro semestre foram: 

Recife: 342 tiroteios, 259 mortos e 120 feridos 

Jaboatão dos Guararapes: 175 tiroteios, 153 mortos e 54 feridos 

Olinda: 95 tiroteios, 76 mortos e 25 feridos 

Cabo de Santo Agostinho: 58 tiroteios, 52 mortos e 23 feridos 

Camaragibe: 37 tiroteios, 29 mortos e 16 feridos 

Paulista: 37 tiroteios, 29 mortos e 7 feridos 

Entre os bairros, os mais afetados foram: 

Muribeca (Jaboatão dos Guararapes): 25 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos 

Barra de Jangada (Jaboatão dos Guararapes): 22 tiroteios, 21 mortos e 5 feridos 

Prazeres (Jaboatão dos Guararapes): 20 tiroteios, 13 mortos e 10 feridos 

Iputinga (Recife): 20 tiroteios, 11 mortos e 10 feridos 

Várzea (Recife): 17 tiroteios, 12 mortos e 1 ferido 

O perfil da violência armada 

Gênero 

Entre os 728 mortos mapeados no primeiro semestre na região metropolitana do Recife, 93% deles (676) eram homens e 7% (51) eram mulheres. Entre os 285 feridos, 84% (239) eram homens e 15% (42) eram mulheres e 1% (4) não tiveram a identidade revelada. Em 2022, dos 707 mortos, 94% (662) eram homens e 6% (43) eram mulheres, e dos 328 feridos, 90% (294) eram homens, 8% (25) eram mulheres e 2% (9) não tiveram a identidade revelada. 

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'Tiroteios na RMR crescem nos três primeiros meses de 2023'

- 'Em 2022, 131 crianças e adolescentes foram baleados na RMR'

 

A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou uma escalada nos episódios de violência armada em 2023. Em um novo relatório, o Instituto Fogo Cruzado, que mapeia os incidentes com arma de fogo em três metrópoles brasileiras (Recife, Salvador e Rio de Janeiro), divulgou as ocorrências no Grande Recife entre 1º de janeiro e 10 de abril deste ano. O intuito do documento, além do levantamento de rotina, é perceber como as novas gestões estaduais têm trabalhado a segurança pública, além das práticas de transparência. 

Nesses primeiros três meses, a metrópole registrou 497 tiroteios, gerando 559 vítimas. Em comparação com o mesmo período de 2022, o número de tiroteios aumentou, mas o número de baleados foi inferior. No ano passado, o Grande Recife teve 475 (mesmo número de 2021) tiroteios nas datas analisadas, mas essas ocorrências geraram 601 vítimas. Assim, 2023 teve 22 tiroteios a mais e 42 vítimas a menos.

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Além disso, 17 pessoas foram vítimas de balas perdidas. Em 2022, foram 15 vítimas do mesmo problema. O relatório aponta que há uma tendência dos governos estaduais em optar pela falta de transparência sobre esses números, o que também seria o caso de Pernambuco, que não divulga as ocorrências na íntegra. 

O Grande Recife entrou para a série do Fogo Cruzado apenas em 2018. Desde então, no acumulado, o mapeamento notificou 221 vítimas de balas perdidas. “Até o momento, as ações apresentadas na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro estão aquém das expectativas”, aponta o relatório. A série indica que o período ainda é curto para os novos governos fazerem implementações efetivas em segurança, mas que a falta de transparência e diálogo com a sociedade deveria ser o começo do processo. 

Para Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, é importante articular as estatísticas sobre violência armada às políticas já propostas para compreendermos se houve ou não avanços no campo da segurança pública. “É sintomático que olhemos para três grandes regiões metropolitanas brasileiras e vejamos um padrão: de um lado as balas perdidas apresentam tendência de alta, do outro, os novos governos apontam para o retrocesso no que se refere à transparência. O novo governo em Pernambuco começou repetindo as mesmas medidas que eram criticadas do seu antecessor", avalia. 

 

A Região Metropolitana do Recife (RMR) teve, em 2022, um dos anos mais violentos para crianças e adolescentes, segundo o Instituto Fogo Cruzado. O novo relatório da organização mostra que, no último ano, 13 crianças e 118 adolescentes foram baleados na região, o pior número desde que o acompanhamento do instituto começou a ser feito. Nos indicadores de 2019 a 2022, foram 42 crianças e 428 adolescentes baleados.  

O relatório destaca que, nos últimos anos, o programa Pacto Pela Vida foi perdendo efetividade e Pernambuco passou a crescer nos índices de violência, se tornando um dos estados mais violentos do país. Em especial, o Grande Recife. 

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“O caso de Pernambuco é emblemático porque vimos um retrocesso muito grande nos últimos anos. Estamos falando de um estado que conseguiu avançar em transparência e políticas voltadas para a redução de homicídios, ou seja, de um estado que sabe como fazer. Mas deu passos atrás. 2022 foi o ano em que registramos mais vítimas no Grande Recife desde quando começamos a operar no estado, em 2018”, ressalta Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado. 

Couto menciona, ainda, que a transparência do estado diminuiu conforme a violência escalou, e que a pobreza de informações à população mascara a sensação de segurança. 

“Justamente quando os homicídios aumentaram, chegando ao ápice da série histórica, o governo dificultou o acesso à informação, deixando a população no escuro sobre o que estava acontecendo. Essa medida vai na contramão do que se espera de um governo democrático, comprometido com uma gestão eficiente e voltada para o bem comum da população. As consequências dessas decisões podem ser percebidas graças a atuação da sociedade civil que se engajou na produção cidadã de dados. A explosão dos indicadores mostra isso de maneira muito clara”, acrescentou. 

É possível acessar a íntegra do relatório em: fogocruzado.org.br/dados/relatorios/relatorio-anual-2022. 

O Instituto 

O Fogo Cruzado usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, em três regiões metropolitanas do país: Salvador, Recife e Rio de Janeiro. São utilizados 30 indicadores para mapear vítimas fatais e sobreviventes da letalidade urbana, seja civil ou policial. 

Nos recortes, o instituto ressalva as diferenças entre as três regiões. Enquanto no Rio, a maior preocupação é a ocorrência de chacinas policiais, no Recife, é a letalidade infantojuvenil. Já para a população soteropolitana, a violência urbana geral é que provoca uma elevada nos índices de tiroteios e vítimas. 

Desde abril de 2018, 322 adolescentes morreram vítimas de disparo de arma de fogo no Grande Recife. Outros 178 ficaram feridos no mesmo período, o que totaliza 500 vítimas apenas na região de metrópole. Em média, foram nove registros por mês. Os dados constam no novo levantamento do Instituto Fogo Cruzado, que mapeia e cruza informações da região metropolitana. Do número total de adolescentes baleados, 46 vítimas foram atingidas dentro de suas casas. Um outro jovem foi morto a tiros dentro de um colégio. 

Ainda nos dados sobre violência armada, o Instituto apontou que, no escopo, 436 adolescentes foram alvos diretos de homicídios e tentativas de homicídio. 303 morreram e 133 ficaram feridos. As ações policiais deixaram 10 adolescentes mortos e 15 feridos. Roubos e tentativas de roubo foram responsáveis por deixar quatro adolescentes mortos e outros 19 feridos. Os eventos aleatórios são menos recorrentes: 16 foram vítimas de balas perdidas, e um deles foi morto nessas ocasiões. 

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Apesar da maior parte das vítimas serem homens, cinco jovens foram atingidas enquanto estavam grávidas: três morreram e duas ficaram feridas. Cinco adolescentes foram atingidas durante feminicídio ou tentativas de feminicídio, mas só duas sobreviveram. 

Entre os cinco municípios que mais concentraram adolescentes baleados, Recife foi o principal deles, com 162 vítimas (97 mortos e 65 feridos), representando 32% dos baleados. Jaboatão dos Guararapes teve 85 adolescentes baleados (56 mortos e 29 feridos); Cabo de Santo Agostinho teve 73 (51 mortos e 22 feridos); Olinda teve 49 (25 mortos e 24 feridos); E Paulista teve 37 adolescentes vítimas (27 mortos e 10 feridos). 

Em 2021, o relatório produzido pela Rede de Observatórios de Segurança no Estado mostrou que Pernambuco é o pior lugar do Brasil para ser criança ou adolescente. A pesquisa mostra ainda que os adolescentes sofrem outros tipos de violências e abusos, como feminicídio, sofridos até mesmo dentro de casa. 

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--> Especial ‘Mães de Peixinhos’: grande reportagem do LeiaJá, escrita em 2020, conta a história de cinco mulheres de Peixinhos, bairro de Olinda, no Grande Recife, que perderam seus filhos de forma violenta.

No primeiro semestre deste ano, a Região Metropolitana do Recife (RMR) foi cenário de 896 tiroteios e disparos. De acordo com o relatório publicado pelo Instituto Fogo Cruzado nesta quinta-feira (21), o número de vítimas da violência armada subiu em relação ao mesmo período em 2021.

As trocas de tiros cresceram em 7% comparadas aos 838 casos registrados no primeiro semestre do ano passado. Em 2022, os tiroteios fizeram 1.036 vítimas e deixaram 708 mortos, equivalente a 11% a mais que em 2021, quando 637 pessoas foram assassinadas. 

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O registro de feridos aumentou em 20% e saltou de 273 para 328. Do total de vítimas deste ano, 33 foram atingidas por bala perdida e três morreram. No ano passado, 17 foram atingidas e uma não resistiu.

Na RMR, o Cabo de Santo Agostinho chama atenção pelo aumento de óbitos relacionados a armas de fogo. O município concentrou 127 tiroteios nesses seis meses, e teve o número de vítimas fatais superior, com 153 mortes.

“O Cabo de Santo Agostinho, que antes era conhecido pelas belas praias, é hoje conhecido também pela ação ostensiva do PCC, que duela pelo domínio da região. Estas situações não ocorrem de um dia pro outro. O Estado negligencia as regiões, mas não existe lugar vazio. Alguém vai ocupar. E isso, com um custo altíssimo para a população, do ponto de vista da vida, mas também da economia”, comentou a diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado, Cecília Olliveira.

Os cinco municípios mais afetados pela violência armada foram:

● Recife: 298 tiroteios, 226 mortos e 98 feridos;

● Jaboatão dos Guararapes: 173 tiroteios, 138 mortos e 65 feridos;

● Cabo de Santo Agostinho: 127 tiroteios, 108 mortos e 45 feridos;

● Olinda: 66 tiroteios, 57 mortos e 20 feridos;

● Camaragibe: 46 tiroteios, 30 mortos e 18 feridos.

Crianças - Conforme o levantamento, seis crianças acabaram baleadas e duas morreram, 72 adolescentes foram atingidos e 43 morreram, e 14 idosos foram alvo e oito não resistiram. No mesmo período de 2021, quatro crianças foram baleadas, 49 adolescentes foram baleados e 36 morreram, e 12 idosos foram atingidos, com seis mortos.  

Local - 136 pessoas foram baleadas dentro de casa, 109 morreram e 27 ficaram feridas neste ano. Em 2021, 136 também foram baleadas enquanto estavam em casa, 108 morreram e 28 ficaram feridas.

O relatório ainda identificou que 40 pessoas foram baleadas dentro de bares, 22 morreram e 18 ficaram feridas nesses primeiros seis meses. No ano passado, 14 foram atingidas, 11 morreram e três ficaram feridos.

Ocupação - Sete motoristas por aplicativo foram baleados, seis morreram e um ficou ferido. No primeiro semestre de 2021, cinco foram baleados, quatro mortos e um também ficou ferido.

Três vendedores ambulantes foram alvos e morreram neste ano. No ano passado, quatro foram baleados e um sobreviveu.

Conforme o Fogo Cruzado, 12 motoboys e mototaxistas morreram e um ficou ferido em 2022. Já 2021 teve 12 baleados e nenhum sobreviveu.

Em relação aos agentes de segurança, 10 baleados, resultando em seis mortes. A maioria deles estava fora do serviço. O índice reduziu em relação ao ano passado, com 13 alvejados.

Nos últimos quatro anos, cerca de 487 mulheres foram baleadas no Grande Recife. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, dentre as vítimas, 240 morreram e outras 247 ficaram feridas. Os dados apontam para uma média de 121 mulheres atingidas por armas de fogo por ano. 

A coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco, Edna Jatobá, explica que embora as estatísticas mostrem que as mulheres são menos alvos de tiros do que os homens, elas são vítimas diretas e indiretas da violência armada, estando sujeitas ao risco de feminicídio, homicídio ou balas perdidas. 

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Por vezes, elas são baleadas e nem sequer sabem de onde o disparo partiu. “Quando não são alvos diretos dos tiros, como nos casos de feminicídio, ou de crimes de patrimônio, as mulheres se tornam vítimas muitas vezes por estarem acompanhadas dos alvos diretos, como companheiros, filhos, conhecidos”, afirma Jatobá.

Por meio de nota, o Fogo Cruzado lembra que a maior parte dos feminicídios no Brasil acontece por meio de armas de fogo, conforme constatou o Instituto Sou da Paz. “Elas estão sob risco: recentes medidas de ampliação de ofertas de armas e munições vêm facilitando o acesso da população a armamentos. Sem uma fiscalização séria por parte do governo federal, armas compradas para se defender acabam sendo usadas para atacar mulheres, em casos de ameaça e assassinatos”, diz o posicionamento.

Em maio do ano passado, Maria Mirelly Alves do Nascimento, de 27 anos, foi morta a tiros dentro de casa, no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife. Ela estava grávida de seis meses. De acordo com as investigações, o principal suspeito pelo crime é seu ex-companheiro, de 20 anos. 

O caso de Maria Mirelly não é exceção. De acordo com o Fogo Cruzado, nos últimos quatro anos, 48 mulheres foram baleadas em casos de feminicídios ou tentativas de feminicídio, das quais 37 morreram e 11 ficaram feridas. 

Assim, nem dentro de casa as mulheres estão seguras. Ao todo, 126 mulheres foram baleadas dentro de casa no Grande Recife, tendo 71 delas morrido e outras 55 ficado feridas.

A violência armada também atinge mulheres de todas as idades. Nos últimos quatro anos, 17 meninas com menos de 12 anos foram baleadas: quatro das crianças morreram e 13 ficaram feridas. O

Outras 41 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, foram baleadas. Dentre elas, 18 morreram e 23 ficaram feridas. Além disso, 14 mulheres idosas (mais de 60 anos) foram atingidas por armas de fogo: quatro delas morreram e outras 10 ficaram feridas. 

SOBRE O FOGO CRUZADO

O Fogo Cruzado é um Instituto que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida. 

Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 20 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife e, em breve, em mais cidades brasileiras.

Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, checadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto.

Com o assassinato do presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Pernambuco (ACS-PE), Albérisson Carlos, na noite dessa quarta-feira (16), o número de agentes de segurança mortos na Região Metropolitana do Recife (RMR) em 2022 subiu para quatro.

De acordo com o levantamento do Instituto Fogo Cruzado, só nos dois primeiros meses do ano, oito agentes de segurança foram baleados na região.

Albérisson foi morto a tiros na saída da Associação, na Rua Carlos Gomes, bairro da Madalena, Zona Oeste da capital. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital da Restauração, na área Central, mas teve a morte confirmada às 19h25.

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A violência dentro de casa aumentou 17% na Região Metropolitana do Recife (RMR) em 2021. De acordo com relatório anual produzido pelo Instituto Fogo Cruzado, no ano passado 247 pessoas foram baleadas. Em 2020, houve registro de 212 vítimas, sendo 172 mortas e 40 feridas. Conforme o documento, em média, a cada três dias, duas pessoas foram baleadas dentro de casa. Das 247 baleadas, 192 morreram.

O Instituto lembra que na pandemia de Covid-19, além do uso de máscara e da vacinação, os especialistas recomendam evitar aglomerações e, sempre que possível, permanecer em casa para evitar a disseminação da doença. No entanto, no caso do Grande Recife, a violência armada é um problema e atinge pessoas dentro de suas residências.

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Na visão do Fogo Cruzado, os tiros disparados no interior das casas em 2021 tiveram, quase sempre, alvo determinado. Entre eles, somente quatro vítimas foram atingidas por balas perdidas na residência.

Para a coordenadora do instituto em Pernambuco, Edna Jatobá, esses crimes continuam, as pessoas não vão parar de matar por causa da pandemia e, agora, passam a procurar as vítimas dentro de casa. Ela acrescentou que mesmo com mapeamento diário, números assustam. A coordenadora fez uma comparação com o Rio de Janeiro, onde a violência também é alta e estampada na imprensa com frequência. Observou que o número não chega nem à metade dos dados referentes à região metropolitana do Recife.

“Isso evidencia o crescimento da violência, dos crimes de proximidade, que são aqueles em que a motivação pode ser dívida, feminicídio e outros, que estão aumentando em Pernambuco. Uma coisa é o crime cometido nas ruas, outra é quando acontece na casa do vizinho. Em plena pandemia, as pessoas evitaram sair às ruas para se proteger do vírus. Infelizmente, a violência foi parar dentro de casa”, disse.

Segundo o relatório, a violência armada provoca vítimas também entre jovens e idosos: 14 adolescentes, entre 12 e 17 anos, foram baleados no Grande Recife quando estavam dentro de casa e nove eram idosos com 60 anos ou mais.

Recife concentrou a maior parte das vítimas na região metropolitana, 74. Em seguida estão os municípios de Cabo de Santo Agostinho (42), Jaboatão dos Guararapes (36), Olinda (20) e Paulista (18).

Fogo Cruzado

O instituto utiliza tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada. A intenção é fortalecer a democracia, por meio da transformação social e da preservação da vida. O laboratório de dados da instituição produz mais de 20 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio e Recife. A previsão é que em breve as análises sejam estendidas a outras cidades brasileiras.

Por meio de aplicativo de celular, o Fogo Cruzado recebe e disponibiliza informações sobre tiroteios, verificadas em tempo real, que estão no único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina. Os dados podem ser acessados gratuitamente. 

Pernambuco

Em resposta à Agência Brasil, a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, responsável pela segurança pública no estado, disse desconhecer a metodologia e a base de dados da pesquisa, mas que as estatísticas oficiais indicam queda de um ano para outro. Conforme a pasta, em 2021 houve 506 homicídios com uso de arma de fogo praticados dentro de residências, enquanto em 2020 foram 567 casos. “Ou seja, em 2021 houve redução de 10,7% em relação ao ano anterior. É importante ressaltar que 70% dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) estão associados ao tráfico de drogas e a disputas entre grupos criminosos rivais, constituindo a motivação mais frequente”, informou em nota.

De acordo com a secretaria, as forças de segurança pública do estado têm trabalhado de “forma incansável para reduzir a criminalidade, o que se verifica com a diminuição dos índices de homicídio”. Segundo a pasta, considerando toda a série de estatísticas da SDS, iniciada em 2004, no ano passado foram registradas as menores taxas de CVLI da história em Pernambuco. Os dados indicam que 3.370 homicídios notificados em 2021 corresponderam a 33,85 por 100 mil habitantes. Essa relação supera o resultado de 2013, que até agora era o mais baixo, com 34,13 por 100 mil habitantes.

A Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas (SPVD) do estado informou à Agência Brasil que a pasta foi criada em janeiro de 2019, com a função de definir medidas preventivas que resultem na redução da violência e na implementação de políticas sobre drogas. O foco do trabalho é nos territórios onde a ocorrência de crimes violentos é maior, e, a partir daí, identificar a “população sob vulnerabilidade social, que costuma ser vítima ou autora de ações ilegais”.

As informações são consolidadas na plataforma de acompanhamento dos indicadores de segurança pública e ocorrências policiais Pacto pela Vida, que funciona há 15 anos. Em 2021, a plataforma registrou as menores taxas de crimes violentos letais intencionais (CVLIs) e crimes violentos patrimoniais (CVPs), desde que os delitos passaram a fazer parte das estatísticas do estado.

 Na primeira semana do ano, sete pessoas foram baleadas dentro de casa na Região Metropolitana do Recife (RMR). O levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que quatro vítimas morreram.

Jaboatão dos Guararapes foi o município mais perigoso conforme o recorte. Quatro dos sete baleados estavam na cidade, dentre eles uma mãe e um adolescente de 13 anos, computado como o primeiro menor baleado na região em 2021.

No 1º domingo do ano (2), Italo Rodrigo Maximiliano de Sousa, de 27 anos, foi assassinado após a casa na Rua Augusto Reinaldo, no Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, ser invadida. No mesmo dia, Rômulo José Maranhão Xavier de Queiroz, de 37, foi baleado dentro de casa na Rua da Linha, em Águas Compridas, Olinda, e socorrido com vida ao Hospital Getúlio Vargas.

No dia seguinte (3), o corretor de imóveis Breno da Silva Ferreira, 43, foi morto dentro de uma casa de veraneio em Carne de Vaca, cidade de Goiana. Na quarta (5), uma mulher de 31 anos foi baleada no rosto e o filho, de 13, atingido de raspão no braço após ter a casa invadida em Jaboatão. As vítimas não foram identificadas.

Ainda na quarta, Esdras Brito Marques, de 20, foi morto a tiros na própria residência na Rua Itinga, no Engenho Maranguape, em Paulista.

Na quinta (6), um motoboy de 20 anos foi surpreendido com tiros durante uma entrega na Rua Jaqueira, em Marcos Freire, em Jaboatão. Ele fugiu para tentar se proteger na casa do cliente, mas foi perseguido e executado.

A plataforma Fogo Cruzado divulgou nesta segunda-feira (11), que até o momento, sete crianças foram baleadas no Grande Recife. Maioria dessas vítimas estavam acompanhadas dos pais ou responsáveis legais, que seriam os verdadeiros alvos dos disparos.

A plataforma aponta que entre os dias 1º de janeiro e 12 de outubro de 2020, a violência armada contra as crianças foi maior, com 10 vítimas atingidas. "A violência contra crianças ainda é um fator de preocupação no Estado, mesmo os dados mostrando que este ano foram menos vítimas com idade abaixo de 12 anos", pontua o Fogo Cruzado.

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Um levantamento divulgado pela plataforma Fogo Cruzado nesta terça-feira (05), confirma que a violência armada dentro de casa aumentou no mês de setembro no Grande Recife. O crescimento foi de 11% em comparação com o mesmo período de 2020. 

Foram 21 pessoas baleadas, delas, 18 morreram. Entre as vítimas atingidas em residências, os homens foram maioria, representando 76% dos baleados.

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A plataforma aponta que acerto de contas é uma das razões que levou parte das vítimas a serem baleadas dentro de casa. Edna Jatobá, coordenadora do Fogo Cruzado em Pernambuco, diz que "as pessoas não vão parar de matar por conta da pandemia. Esses crimes continuam, elas passam a procurar essas vítimas agora dentro de casa”.

Setembro em dados

O Instituto Fogo Cruzado mapeou 151 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Recife em setembro. O número de casos foi 10% maior que o registrado no mesmo mês em 2020, quando houve 137 ocorrências.

No total, 161 pessoas foram baleadas, 101 morreram e 60 ficaram feridas. O número de atingidos foi quase igual ao mapeado em setembro de 2020, quando houve 162 vítimas. Porém, o número de mortos foi 10% maior e o de feridos 14% menor. Dos 162 baleados, 92 morreram e 70 ficaram feridos.

As datas mais afetadas pela violência armada em setembro foram dia 12, que concentrou o maior número de tiroteios, de mortos e de feridos. Dados apontam para 15 tiroteios/disparos de arma de fogo somente neste dia, que deixaram 11 mortos e 6 feridos.

Neste ano, dos 151 tiroteios em setembro, 64% deles (97) deixaram mortos, 33% deles (50) tiveram feridos e somente em 7% deles (11) não houve vítimas.

Uma média de três idosos foram baleados por mês na Região Metropolitana do Recife (RMR) em 2021, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. O levantamento também mostra que 74 idosos, ou seja, pessoas com 60 anos ou mais, foram alvejadas desde o início do monitoramento em Pernambuco, em 2018.

Em 2021, foram 24 pessoas da terceira idade vítimas de arma de fogo. A quantidade já é quase a mesma registrada em todo o ano de 2020, quando o levantamento identificou 25 idosos baleados. O número de mortos desse perfil já é pior neste ano, com 14 óbitos contra 13 no ano anterior.

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Execuções e homicídios lideram os motivos de tiros e mortes, que deixaram 11 vítimas no total, além de oito feridos em tentativas de homicídio. Roubos e tentativas contabilizaram cinco baleados, com três mortes.

Segundo o Fogo Cruzado, seis pessoas da terceira idade foram baleadas dentro de casa. Os homens foram os mais afetados pela violência armada nessa faixa etária, totalizando 75% das vítimas.

 Mais da metade dos idosos baleados na RMR foram atingidos na capital. Houve 14 vítimas no Recife, e em seguida Cabo de Santo Agostinho (3) e Jaboatão dos Guararapes (3), Goiana (2), Olinda (1) e Paulista (1).   

A plataforma Fogo Cruzado divulgou, nesta terça-feira (28), que 200 pessoas, na Região Metropolitana do Recife, foram baleadas dentro de casa, neste ano. O número dá uma média de 22 baleados por mês, dentro de suas próprias residências e somam um toral de 157 pessoas mortas e 43 feridas.

Segundo levantamento, em 2020, esta marca de 200 baleados dentro de casa foi alcançada quase dois meses depois, somente em 1º de dezembro. "Naquele momento, as primeiras medidas de controle da pandemia criaram um ambiente que permitiu o crescimento do número de vítimas dentro de sua residência", afirma a plataforma.

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O Fogo Cruzado salienta que um fator que pode ter contribuído diretamente para este cenário foi a flexibilização do porte de armas. Em 2020, as solicitações para posse e porte de armas em Pernambuco aumentaram oito vezes em comparação a 2018. 

Os homens foram os mais atingidos pela violência armada. Ao todo, 166 foram baleados em casa. Outras três vítimas não tiveram o gênero identificado. As mulheres, apesar de serem as menos afetadas, foram 16% do total dos atingidos em casa.

Das 31 mulheres atingidas por bala em 2021, cinco foram vítimas de feminicídio ou tentativas de feminicídio. Outras três gestantes foram baleadas dentro de casa.

Estar na terceira idade ou ser menor de idade não foi garantia de proteção. Entre os 200 baleados, 12 eram adolescentes e seis idosos. Destes, nove jovens e todos os idosos morreram.

Mapa da violência

Recife concentrou a maior parte das vítimas atingidas dentro de suas casas, ao todo, houve 61 baleados no município. Em seguida, entre os cinco municípios com mais vítimas, estão Jaboatão dos Guararapes (32), Cabo de Santo Agostinho (31), Olinda (18) e Paulista (14).

O município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), teve 25 pessoas baleadas no último mês de agosto, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. Foram 16 vítimas a mais que o registrado em agosto de 2020.

Agosto foi o mês com mais baleados no Cabo de Santo Agostinho neste ano. Ao todo, foram mapeados 16 tiroteios/disparos de arma de fogo, o dobro do registrado no mesmo período no ano anterior.

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Das 25 pessoas baleadas, oito foram atingidas durante tiroteio no Bar do Mineiro, na Praia de Gaibu, em 1º de agosto. Entre as vítimas atingidas estava um menino de oito anos, atingido no abdômen.

De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, a ocorrência no Cabo fez explodir o número de baleados dentro de bares na RMR em agosto. Ao todo, 18 pessoas foram atingidas no período, com nove feridos e nove mortos, o que representa um aumento de 350% em comparação a agosto de 2020, com quatro baleados.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública indica que o Cabo de Santo Agostinho é o segundo município com mais homicídios no Brasil. São 90 assassinatos a cada 100 mil habitantes na região, ficando atrás somente de Caucaia, no Ceará, com 98,6 assassinatos a cada 100 mil habitantes.

"O Cabo de Santo Agostinho é um território bem emblemático já tem alguns anos. Já foi indicada como a cidade com maior vulnerabilidade juvenil à violência no Brasil, e pior lugar para jovens negros viverem, onde sua chance de ser assassinado era muito maior do que jovens brancos", diz a coordenadora regional do Fogo Cruzado, Edna Jatobá. "Os grandes empreendimentos trouxeram junto com a promessa de emprego também muita desigualdade e violência sexual especialmente contra mulheres. É explícita a necessidade de mais envolvimento do município na execução de iniciativas de prevenção primária, secundária e terciária de prevenção à violência e trabalho conjunto e coordenado com o estado para diminuir esses índices e proteger vidas", ela acrescenta.

Agosto

O instituto mapeou 156 tiroteios/disparos de arma de fogo na RMR no último mês. O número representa um aumento de 9% em relação a agosto do ano passado, com 143 ocorrências.

Em agosto, 179 pessoas foram baleadas, deixando 118 mortas e 61 feridas. Um aumento de 13% nos óbitos e queda de 12% dos feridos em relação ao mesmo mês em 2020, quando houve 173 vítimas, sendo 104 mortos e 69 feridos.

Os municípios com mais registros de tiroteios no mês anterior foram: Recife, com 58 ocorrências; Jaboatão dos Guararapes (25), Olinda (23), Cabo de Santo Agostinho (16) e Camaragibe (9). Já os mais mais afetados foram: Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (quatro tiroteios e quatro mortos); Ibura, no Recife (quatro tiroteios e quatro mortos); Barra de Jangada, em Jaboatão (quatro tiroteios, três mortos e um ferido); Imbiribeira, no Recife (quatro tiroteios, dois mortos e um ferido); e Praia de Gaibu, no Cabo (três tiroteios, três mortos e sete feridos).

De janeiro até agosto de 2021, foram 1.135 tiroteios/disparos de armas de fogo no Grande Recife. Ao todo, 1.242 pessoas foram baleadas. Destas, 847 morreram e 395 ficaram feridas. No mesmo período de 2020, houve 1.180 tiroteios que atingiram 1.293 pessoas, deixando 788 mortos e 505 feridos. Comparando os períodos, houve queda de 4% nos tiroteios e de 22% nos feridos, porém houve aumento de 7% no número de mortos por armas de fogo. 

O primeiro semestre de 2021 teve mais mortes de motoristas de aplicativo e de mototaxistas na Região Metropolitana do Recife (RMR) em comparação ao mesmo período em 2020. O levantamento é do Instituto Fogo Cruzado, plataforma digital colaborativa que mapeia dados sobre violência armada.

Segundo o levantamento, o primeiro semestre de 2021 teve quatro mortes de motoristas de aplicativo. Nos primeiros seis meses de 2020, a plataforma registrou três óbitos. Houve um aumento de 33% nesse recorte.

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Com relação a motoristas de aplicativo feridos por arma de fogo, 2021 teve um caso computado, contra dois no primeiro semestre de 2020.

Até junho, houve 11 mortes por arma de fogo de mototaxistas, o que representa um aumento de 175%. No mesmo período em 2020, foram quatro ocorrências. Não houve feridos.

No recorte de vendedores ambulantes, houve uma redução de 25%. São três vendedores assassinados por arma de fogo na primeira metade de 2021 e quatro na metade de 2020. Houve um ferido em cada período.

Desde abril de 2018, quando a plataforma começou a coletar esses dados na RMR, foram assassinados 24 motoristas de aplicativo e nove ficaram feridos. O Recife foi o município com mais mortes (9), seguido de Abreu e Lima (4) e Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata (3 cada).

A plataforma também já registrou 39 mototaxistas mortos e seis feridos. Do total de mortes, 11 foram em Jaboatão dos Guararapes. Em seguida vem o Recife, com sete registros.

Com relação aos vendedores ambulantes, foram 26 mortes e 10 feridos desde abril de 2018. Recife computou o maior número dessas mortes (9).

Durante o mês de maio deste ano, o Instituto Fogo Cruzado mapeou 132 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Recife. O número total de tiroteios foi 25% menor que o acumulado do mesmo mês do ano passado.

Dos 132 tiroteios/disparos registrados em maio, 155 pessoas foram baleadas, 106 morreram e 49 ficaram feridas. Quando comparado com o mesmo mês do ano passado, o número de pessoas baleadas foi 18% menor, quando houve 190 vítimas, sendo 108 mortas e 82 feridas.

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Segundo dados do Fogo Cruzado, o dia dois de maio deste ano foi o mais violento do mês. Foram 10 tiroteios/disparos de arma de fogo no Grande Recife em um único dia, deixando 10 mortos e seis feridos. 

Dos 13 municípios da Região Metropolitana do Recife onde houve tiroteios/disparos de arma de fogo em maio, os 5 mais afetados foram:

Recife: 50 tiroteios, 36 mortos e 19 feridos

Jaboatão dos Guararapes: 17 tiroteios, 14 mortos e 5 feridos

Cabo de Santo Agostinho: 17 tiroteios, 11 mortos e 9 feridos

Olinda: 11 tiroteios, 11 mortos e 6 feridos

Camaragibe: 7 tiroteios, 6 mortos e 2 feridos

Acumulado do ano

Entre janeiro e maio de 2021, o Instituto Fogo Cruzado mapeou 713 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Recife que deixaram 778 baleados (sendo 527 mortos e 251 feridos). No mesmo período de 2020, houve 731 tiroteios/disparos de arma de fogo que deixaram 790 baleados (sendo 473 mortos e 317 feridos). Na comparação entre os anos, houve redução de 2% no número de tiroteios, aumento de 11% no de mortos e queda de 21% no de feridos.

A Região Metropolitana do Recife (RMR) fechou o mês de março com 160 tiroteios/disparos de arma de fogo, dos quais em 11 houve participação de agentes de segurança, segundo levantamento do Instituto Fogo Cruzado. O número total de tiroteios foi 16% maior que no mesmo período de 2020, quando houve 138 registros - 8 deles com agentes.

Ao todo, 170 pessoas foram baleadas no Grande Recife no último mês: destas, 113 morreram e 57 ficaram feridas. Houve aumento de 13% no número de mortos e queda de 3% na quantidade de feridos em comparação com março de 2020, quando foram registrados 100 mortos e 59 feridos. Em média, cinco pessoas foram baleadas por dia em março.

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No mês que passou, o dia 7 de março foi o mais violento para a região metropolitana do estado: houve 14 tiroteios, que deixaram 11 mortos e 8 feridos. Dos 160 tiroteios mapeados, em 67% (107) deles houve mortos, em 33% (52) deles houve feridos e somente em 6% (9) não houve vítimas.

Recife foi a cidade com mais ocorrências (64). Em seguida, estão Jaboatão dos Guararapes (29 tiroteios), Cabo de Santo Agostinho (19), Camaragibe (9) e São Lourenço da Mata (8). 

Segundo o instituto, 18 pessoas foram alvejadas quando estavam dentro de casa. Além disso, houve seis casos de homicídios múltiplos Houve aumento de 50% nos casos, mas o número de vítimas se manteve o mesmo: quatro ocorrências com 12 mortes.

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