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No dia 26 de fevereiro de 1926 foi ao ar a primeira transmissão televisiva que se tem notícia, pelo escocês John Logie Baird junto com alguns cientistas da Academia de Ciências Britânicas, em Londres. Entretanto, o Dia Nacional da Televisão é comemorado neste domingo (11), uma referência à Santa Clara, padroeira da telinha.

A estreia da televisão no Brasil aconteceu em 18 de dezembro de 1950. A TV Tupi de São Paulo PRF 3, inaugura não apenas suas transmissões, mas um caso de amor com  os brasileiros. Assis Chateubriand, dono dos Diários Associados, cadeia de jornais e rádios, foi um dos grandes responsáveis por essa revolução. Apostando no novo veículo, Chatô importou 200 aparelhos e espalhou-os por São Paulo.

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Os primeiros momentos da televisão tiveram muitos tropeços. Por um motivo simples: não havia mão-de-obra para a empreitada. Muitos profissionais vieram do rádio, de técnicos a artistas. E mais, a TV importou do rádio sua linguagem e sua estrutura. Logo se veria que era preciso uma linguagem nova para um novo meio. 

A Tupi também foi pioneira ao introduzir a telenovela, gênero televisivo de maior sucesso até hoje em várias emissoras. Trata-se de uma narrativa em episódios especialmente produzida para a televisão, tendo sua origem nas novelas de rádio tão populares na década de 30.

A primeira telenovela brasileira, exibida duas vezes por semana, chama-se "Sua Vida Me Pertence", com Vida Alves e Walter Forster. O casal de atores foi responsável pelo primeiro beijo na televisão, considerado uma ousadia para a época.

Atualmente se discute os modelos para a implementação da TV Digital no Brasil. Assim como a televisão as cores transformou a forma como se via e se fazia TV, essa nova tecnologia promete revolucionar hábitos e costumes do telespectador.

Por Karolina Pacheco/Especial para o LeiaJá

Passaram-se 60 anos desde que o primeiro capítulo da novela "Sua vida me pertence", a pioneira na teledramaturgia brasileira, foi exibida nos lares brasileiros. Seu autor, Walter Forster, também dirigiu e interpretou a obra, em 1951, na extinta TV Tupi. Inicialmente, eram exibidos apenas dois capítulos semanais, com quinze minutos cada. “A tradição de teledramaturgia já existe desde os primórdios, mas só ganhou espaço a partir do momento de popularização dos aparelhos de TV e da propaganda. O folhetim já era um gênero consagrado desde os jornais e, quando migrou para a televisão, encontrou um público que já gostava de drama”, declara Alexandre Figueirôa, doutor em estudos cinematográficos e audiovisuais e coordenador do Núcleo de Pesquisa Comunicação Audiovisual – Intercom.

Se estabelecermos comparações com as novelas feitas atualmente, só encontraremos em "Sua vida me pertence" semelhanças no que diz respeito aos estereótipos das personagens: o vilão, a mocinha, o mocinho... Além disso, os folhetins evoluíram junto à cultura e modos do povo brasileiro. O primeiro beijo técnico em novela, protagonizado por Walter Forster e Vida Alves, foi apresentado no último capitulo do folhetim, em 1951, e causou burburinho à época. Uma das últimas polêmicas "relevantes" na teledramaturgia nos dias de hoje aconteceu em maio deste ano, quando a emissora paulista SBT exibiu o primeiro beijo lésbico, na novela Amor e Revolução, protagonizado pelas atrizes Gisele Tigre e Luciana Vendramini.

Paralelamente à ficção, hoje é trazida para o cotidiano brasileiro a abordagem temática de questões como homossexualidade, violência contra a mulher e outras discussões pertinentes ao cotidiano do "noveleiro moderno". Segundo Figueirôa, as telenovelas refletem a época e suas concepções morais, por isso existem adaptações - conforme a sociedade transforma-se, o gênero vai se adequando à nova realidade. Por isso, questões que envolvem sustentabilidade e o "politicamente correto" com poder pedagógico têm sido abordadas, e são o retrato do que vemos hoje.

Sobre o futuro do gênero, Alexandre é incisicivo: “É um formato que está longe de se esgotar, ainda mais com a transmidiação que começa a chegar, agregando a participação das redes sociais e da interação com o público. Já existem estudos na área que dizem que a telenovela tende a evoluir sem perder suas características essenciais”, pontua.

Desta forma, 60 anos depois de sua primeira exibição, o público estaria ligado à cultura de acompanhar os capítulos diários e o gênero televisivo só tende a perdurar. Logo, não seria exagero afirmar que a cultura novelística está tão arraigada ao povo brasileiro quanto o próprio futebol. Em tempo: novela é, sim, uma paixão nacional.

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