Tópicos | unidade especial

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (2) a criação de uma unidade global para responder ao vírus zika, e expressou temor de uma propagação da epidemia para África e Ásia.

"Criamos uma unidade de resposta global, que reúne todos os funcionários da OMS na sede e nas regiões, para examinar a resposta formal à doença", afirmou um dos especialistas da organização com sede em Genebra, Anthony Costello.

A agência da ONU anunciou na segunda-feira (1°) que o zika vírus, transmitido pelo mosquito 'Aedes aegypti', é o principal suspeito por um aumento acima do normal dos casos de microcefalia na América do Sul. Por este motivo, a OMS decretou emergência mundial.

Muitas vozes desejam que a OMS atuem com velocidade máxima, ainda mais depois que a própria organização admitiu ter reagido com lentidão à epidemia de Ebola, que afetou nos últimos anos vários países da África ocidental.

Costello, pediatra e especialista em microcefalia, aformou que a nova unidade vai tirar "todas as lições aprendidas com a crise do Ebola" para enfrentar de maneira rápida o zika vírus e as malformações e problemas neurológicos atribuídos ao mesmo.

O médico insistiu na importância de uma ação rápida e destacou que não existe razão alguma para acreditar que a epidemia ficará limitada à América Latina, onde até o momento mais de 20 países registraram casos.

"Nos preocupa que isto se propague a outras zonas do mundo, onde a população não é imune, e sabemos que os mosquitos portadores do zika vírus estão presentes na maior parte da África, em áreas do sul da Europa e em muitas partes da Ásia, em particular no sul da Ásia", disse.

As autoridades da Tailândia anunciaram nesta terça-feira que um homem contraiu a doença. O arquipélago africano de Cabo Verde também informou a existência de dois casos locais.

A situação também preocupa a Europa e a América do Norte, onde foram identificados dezenas de casos importados por pessoas que viajaram para a América Latina. O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também portador da dengue e do chicungunha. Foi descoberto em uma selva de Uganda, chamada Zika, no ano 1947.

O Brasil alertou em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste. Atualmente há 270 casos confirmados e 3.449 em estudo, contra 147 em 2014.

O país notificou em maio de 2015 o primeiro caso de doença provocada pelo zika vírus. Desde então, "a doença se propagou dentro do país e também a outros 22 países da região", indica a OMS.

Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido pela Colômbia, que no sábado anunciou mais de 20.000 casos, 2.000 deles em mulheres grávidas.

O Ministério Público mexicano criou uma unidade especial para investigar o caso dos 43 estudantes desaparecidos de Ayotzinapa, admitindo um pedido dos pais dos jovens. A unidade deve conduzir a segunda etapa da investigação. Após um encontro com os pais dos 43 estudantes e seus advogados, o procurador-geral Arely Gómez apresentou os integrantes da unidade especial.

A equipe multidisciplinar inclui representantes do MP, médicos, policiais e será supervisionada pelo Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que há alguns meses apresentou um relatório que contesta a versão oficial dos fatos.

De acordo com o governo, no momento em que embarcavam em ônibus para seguir até um protesto, os estudantes foram atacados em 26 de setembro de 2014 por policiais na cidade de Iguala (estado de Guerrero), que os entregaram a um cartel. O grupo criminoso assassinou os jovens e incinerou os corpos por acreditar que entre eles havia infiltrados de uma facção rival.

O caso de Ayotzinapa gerou fortes críticas ao governo do presidente Enrique Peña Nieto e provocou a queda do ex-procurador-geral Jesús Murillo Karam, após muitos questionamentos sobre a investigação.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando