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Grupo de 27 pesquisadores do Brasil, Reino Unido, Argentina e Estados Unidos descobriu correlação entre a desnutrição das mães e a síndrome congênita do vírus Zika nos bebês, que tem na microcefalia uma de suas manifestações. A conclusão do trabalho foi publicada nesta sexta-feira (10) no periódico norte-americano Science Advances.

O trabalho foi dividido em duas partes disse a professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Patrícia Garcez, integrante do grupo de estudo. O trabalho foi iniciado em 2016 e envolveu, na primeira fase, estudos em laboratório com animais de experimentação. Foi usado um grupo que não era suscetível ao vírus Zika, “que não causava microcefalia”, e um grupo dos mesmos animais que eram submetidos a uma dieta com restrição de proteína durante a gravidez.

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“Na verdade, o que a gente mudou foi só a dieta de um grupo para outro. E quando a gente mudou a dieta, isso foi suficiente para fazer com que esse animal fosse mais suscetível a transmitir o vírus que tinha no ambiente materno para o feto”, disse Patricia. Os pesquisadores procuraram então entender se isso acontecia também com mães que tiveram filhos com a síndrome congênita. Ou seja, se as mães estavam com alimentação com restrição de proteína .

Confirmação

Foram entrevistadas 83 mães no Nordeste. “A gente descobriu que 40% dessas mães apresentavam desnutrição proteica”. Isso pode ter favorecido que os filhos dessas mães nascessem com microcefalia, por exemplo. Patricia explicou que a prevalência de mulheres que, quando infectadas no primeiro trimestre são capazes de transmitir o vírus para os fetos, varia muito, dependendo da região. Essa variação da transmissão vertical pode ser de 1% em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, chegando a 43% no Brasil.

Os pesquisadores decidiram investigar por que havia mais prevalência da síndrome congênita do Zika em algumas regiões e por que algumas mães eram mais suscetíveis do que outras. “É uma série de cofatores que pode estar facilitando essa diferença de prevalência na população e a gente mostrou, graças a esse estudo, que a dieta, certamente, é um desses cofatores”. A Região Nordeste foi escolhida para a pesquisa porque concentra 75% dos casos associados ao vírus Zika.

Os pesquisadores querem entender melhor, a partir de agora, como a dieta influi no sistema imune e como ela atua para facilitar o aumento da suscetibilidade ao vírus Zika. Outra meta é testar se algum tipo de dieta é capaz de reverter essa situação. “[Vamos verificar] se a gente consegue proteger os animais da infecção do vírus, sem transmitir aos bebês, por meio de uma dieta rica em proteína”. Outra diretriz é estender o estudo para outras regiões para ver se essa porcentagem de desnutrição proteica tem uma correlação positiva nas mães que tiveram filhos com microcefalia. “Essa pesquisa abre muitas avenidas”, disse Patricia Garcez.

Ministério da Saúde

A pesquisa é focada em 24 dos 27 estados brasileiros porque, segundo a pesquisadora da UFRJ, nos estados da Região Sul quase não houve síndrome congênita. O foco é a área tropical, que mostra presença acentuada do vetor, que é o mosquito Aedes aegypti.

Os pesquisadores haviam explorado, anteriormente, a relação potencial entre desnutrição e malformações associada ao vírus Zika por meio da análise do banco de dados integrado do Ministério da Saúde. Para isso, consideraram o número de casos de microcefalia confirmados e aqueles ainda sob investigação nos estados selecionados, entre 2015 e 2018, quantificando o número de pacientes desnutridos admitidos em hospitais nos mesmos estados e no mesmo período.

Eles apuraram, então, a existência de uma correlação significativa entre casos de microcefalia e desnutrição, o que aponta que estados onde se identificou um número maior de casos com desnutrição, na última década, também contavam com mais crianças com malformações desde o surgimento da síndrome do vírus Zika no Brasil.

Assimetria

Segundo a professora Patricia Garcez, a parceria com o Ministério da Saúde está sendo essencial para entender melhor a microcefalia e a distribuição no Brasil, que é assimétrica, e os cofatores que atuam. “A dieta é um cofator relevante, como estamos mostrando, mas, certamente, há outros fatores”, disse. Patricia acredita que a publicação do artigo científico na revista Science Advances será importante para a obtenção de novos financiamentos que garantam a continuidade dos estudos.

A pesquisa foi financiada pelo Zika Rapid Response do Medical Research Council do Reino Unido; pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj); pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela American Association of Physical Anthropologists (AAPA). A segunda etapa do projeto, para testar se uma dieta rica produz o mesmo efeito nos embriões, deverá ser iniciada ainda este ano.

 

Em meio ao surto do vírus Zika que impactou milhares de famílias pelo Brasil, entre 2015 e 2016, nasceu a pequena Nicole, em Salvador, na Bahia. Enquanto a mãe Ingrid Graciliano aguardava a chegada da filha, que completa 4 anos este mês, o susto: um diagnóstico de microcefalia. A doença da filha a afetou emocionalmente. Ingrid passou a desenvolver os primeiros sintomas da depressão pela novidade, pela quebra de expectativa e por imaginar os cuidados e a luta que seria criar Nicole.

Hoje, ela é a presidente da Associação de Anjos da Bahia e compara a situação a um luto, o que levou à depressão, doença que atinge muitas mães e cuidadoras de crianças afetadas pela síndrome congênita do Zika. “A depressão veio depois que eu tive Nicole e se potencializou ainda mais. Olhava para ela e via que não me acompanhava com o olhar porque tinha baixa visão, né. Aquilo me doía muito. Eu amamentava e ela não olhava pra mim. Não é um luto passageiro, é um luto eterno porque a gente sempre vai procurando aquela criança que a gente sonhou”, disse.

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Segundo ela, a situação da filha gera um desgaste psicológico muito grande. “Eu me separei do meu marido, tive um quadro de depressão muito crítico, pensamentos suicidas, comecei a tomar ansiolítico. Tinha uma vida plena antes, trabalhava, estudava e não poderia me colocar no mercado de trabalho porque tinha de cuidar daquela criança ali.”

Ingrid disse também que a falta de apoio familiar e suporte de políticas públicas para os cuidadores das crianças influencia no agravamento do quadro depressivo. Segundo a presidente da associação, quase 80% das crianças afetadas pelo Zika foram deixadas pelo pai e dez mães da associação já tentaram suicídio.

“É preciso cuidar de quem cuida”. É o que defende, com unhas e dentes, a psiquiatra Darci Neves, também epidemiologista e professora do instituto de saúde coletiva da Universidade Federal da Bahia, depois que realizou um estudo preliminar sobre quem cuida das crianças afetadas pelo vírus. “A expectativa de uma família perante algo tão inusitado como foi a síndrome congênita do Zika, nos fez pensar que pudessemos aliviar esse sofrimento. Pensamos em cuidar de quem cuida. Se isso não for feito, a criança também não é beneficiada”, afirmou a médica.

Segundo a psiquiatra, o estudo foi realizado com famílias de 165 crianças que foram impactadas, de alguma forma, com o surto do zika vírus, entre 2015 e 2016, em Salvador. O resultado, de acordo com ela, era previsto na literatura médica, mas a confirmação de que uma a cada três pessoas que cuidam dessas crianças apresentam diagnóstico de depressão. E a maior parte, 90%, é de mães.

Para a especialista, a síndrome congênita do Zika vírus gera o fator surpresa na família e ocasiona o estresse que pode levar à depressão. Além disso, ela considera necessária a elaboração de políticas públicas que deem suporte a quem cuida dos pequenos, principalmente as mães.

Estudo

Com o título Desenvolvimento Infantil na Comunidade, a equipe que a médica coordena acompanhou as 165 crianças de até 3 anos de idade, em Salvador. Todas foram afetadas, de alguma forma, pelo surto do Zika: podendo ser microcefalia, hidrocefalia ou sem interferência na aparência do bebê, mas de caráter neurológico.

Nessa avaliação sobre o desenvolvimento dessas crianças, a pesquisa analisou três fatores: cognição, motricidade e linguagem. No fim das contas, o estudo aponta uma idade mental de 1 ano de idade, em crianças de 3 anos. “Há muitas outras alterações neurológicas que não necessariamente acontecem na cabeça. Essas alterações que atingiram o cérebro da criança tem um poder de dano muito grande. Observamos que as funções cognitivas estão abaixo do que disseram. A gente encontrou esses percentuais elevados para funções cognitivas, para a função motora e de linguagem”, disse Darci.

No desenvolvimento motor, por exemplo, foi avaliada a capacidade de agarrar objetos, andar e pular. Em mais de 80% das crianças avaliadas apresentaram atraso, em relação a outras crianças da mesma idade. A capacidade cognitiva, como percepção, memória e raciocínio foi afetada pelo Zika em 79% dos pequenos. E quanto à linguagem, o estudo revelou um atraso em relação à idade em 78% das crianças avaliadas.

Foi na capital baiana que o vírus da doença foi identificado pela primeira vez, em 2015, em pacientes infectados. A microcefalia se tornou a complicação mais conhecida em bebês de mães que tiveram o vírus Zika, mas existem outras complicações, como problemas motores e neurológicos que podem afetar a visão, a audição e o desenvolvimento da criança.

Cerca de 60% das mães participaram da pesquisa, coordenada pela professora da UFBA, Darci Neves, com financiamento de agências de pesquisa Capes e CNPq e do Ministério da Saúde. Caso o financiamento seja mantido, o próximo passo do estudo é analisar o desenvolvimento dessas crianças na fase escolar, nos próximos anos. Só assim vai ser possível embasar a elaboração de políticas públicas às crianças e familiares afetados pelo Zika.

 

Um exame sorológico capaz de identificar a contaminação pelo vírus Zika mesmo depois da infecção por dengue começou a ser comercializado no país. Os kits são voltados principalmente para mulheres em idade fértil e para estudos epidemiológicos que pretendam determinar pessoas que já tenham sido expostas ao vírus. Essa era uma das principais demandas após a epidemia de zika no Brasil, entre 2015 e 2016.

O teste é resultado de uma pesquisa iniciada há dois anos por um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. O estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e teve o pedido de patente licenciado pela empresa AdvaGen Biotec e recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para uso comercial. O produto foi testado em cerca de 3,2 mil mulheres no Brasil.

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O exame detecta a presença de anticorpo específico do vírus Zika produzido pelo organismo depois de 15 a 20 dias, após o indivíduo ser infectado. Entretanto, como os vírus da zika e da dengue são muito parecidos, os testes disponíveis no mercado acabam por confundir com resultando em falso positivo ou negativo, dificultando ou impedindo o diagnóstico preciso em áreas endêmicas para a dengue. O teste tem 95% de especificidade para zika, enquanto os outros do mercado têm até 75%.

“Esse anticorpo dá proteção para o resto da vida e é muito difícil achar uma proteína que seja específica para o Zika. Mas achamos um local na proteína, que chamamos de Delta NS1, e que não dá reação cruzada com a dengue”, explicou um dos pesquisadores, o especialista em virologia Edison Luiz Durigon.

Segundo o pesquisador, o kit facilitará o acompanhamento de gestantes que farão o exame a cada três meses para prevenir a microcefalia em bebês. Caso a mulher seja infectada só no período final da gestação, o bebê corre o risco de desenvolver problemas neurológicos.

“Se a gestante tiver Zika o teste acusará. E aí muda-se a conduta médica, com a possibilidade de acompanhar essa criança para que ela seja conduzida a um padrão normal na infância e adolescência”, disse.

O exame é baseado no método Elisa e também será útil para estudar a prevalência do vírus porque a maioria das pessoas infectadas não apresentam sintomas, assim a mulher pode ter o vírus sem saber e passar para o feto. Dessa forma, algumas crianças podem nascer sem microcefalia, mas podem ter lesões invisíveis no cérebro em um primeiro momento, podendo desenvolver problemas cognitivos severos.

“O exame deve ser feito em laboratório e fica pronto em três horas e meia. É um teste que qualquer laboratório clínico está equipado para fazer. Esse foi um cuidado nosso”, ressaltou o especialista.

Quando os médicos informaram a Thamires que o filho que ela carregava no ventre há sete meses tinha graves más-formações neurológicas provocadas pelo vírus zika, tentou se matar atirando-se na frente de um ônibus no Rio de Janeiro.

"Eu não tive a intenção de pensar algo negativo para ele, só queria acabar com aquilo", resume, entre lágrimas, esta mãe de primeira viagem de 29 anos.

Mas o motorista do ônibus freou a tempo e, mais de dois anos depois, Thamires, junto com o marido, Wallace, familiares e especialistas, trava a silenciosa luta diária de criar um filho com síndrome congênita do zika, como se denomina o amplo espectro de alterações provocadas pelo vírus, que gerou um alerta sanitário mundial, mas não ocupa mais as manchetes.

"Eu sinto que a gente foi esquecido mesmo, totalmente", afirma Thamires.

Miguel, de dois anos e quatro meses, sofre de "microcefalia, lisencefalia (cérebro liso), uma variante da síndrome Dandy Walker, que é uma doença rara, deficiência renal e crises epilépticas", enumera a jovem mãe. Ela termina de dar banho no menino, de perfumá-lo e se prepara para lhe dar o almoço: purê de abóbora com azeite.

Apesar do estrabismo, Miguel não tem a visão comprometida e reage às vozes conhecidas, mas não consegue andar, se sentar, nem levantar a cabeça sozinho. Seus pais cumprem uma estrita - e onerosa - rotina de cuidados, que inclui mais de seis remédios a cada 12 horas e internações frequentes.

"É uma rotina difícil, desgastante. As famílias escondem seus filhos para que a sociedade não veja. E não é isso que a gente quer, a gente quer fazer parte da sociedade", explica Wallace, pai de Miguel.

Ele trabalha como técnico em informática à noite para pagar as contas e os planos de saúde particulares que complementam a complexa assistência que Miguel demanda: nefrólogo, pediatra, psicomotricista e fisioterapeuta, distribuídos em pelo menos três hospitais diferentes, públicos e privados.

- Pais ausentes -

Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a epidemia do vírus zika, que afetou o Brasil em 2015, provocou um aumento exponencial de bebês com microcefalia e outras alterações neurológicas, especialmente na região nordeste, a mais pobre do país. Entre novembro de 2015 e maio deste ano, o Ministério da Saúde registrou mais de 3.000 casos relacionados com a infecção do zika durante a gestação.

Desde então, o governo federal tomou várias medidas para amparar as mães destas crianças - como dar-lhes prioridade no acesso a uma moradia social ou pagar um salário mínimo às famílias mais pobres -, mas frequentemente, estas têm dificuldades para ter acesso aos serviços em seus municípios por falta de informação e entraves burocráticos.

"O sistema foi feito para você não fazer. Tudo foi feito para você não correr atrás. Tudo é burocracia para você desistir porque já está saturado com muita coisa", queixa-se Thamires.

Desde o começo, ela e Wallace se associaram a outras famílias para trocar informações e pressionar coletivamente as autoridades para conseguir a atenção a que têm direito por lei, como acesso à casa para onde acabam de se mudar, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Mas o padrão de vida e a atenção que conseguiram para Miguel não é a regra, admitem, especialmente para outras mães que foram abandonadas por seus companheiros.

"O Miguel nos fez lutar, não só por ele, mas pelas famílias. Porque a gente sabe da dificuldade que é, sabe que há famílias sem os pais presentes", conta Wallace, emocionado.

A principal dificuldade que encontram não é para tratamentos de alta complexidade, mas justamente no atendimento básico pediátrico.

"No sistema básico de saúde, o médico geralmente não tem conhecimento da síndrome congênita (do zika), então não consegue fazer o atendimento básico, pediátrico. Porque esse mesmo bebê que tem a síndrome congênita, que tem a microcefalia, também vai ter uma dor de dente, vai ter todo problema normal que outro bebê tem", assegura Wallace.

- "Viva hoje" -

Ambos admitem que gostariam de ter mais filhos, mas sabem que a atenção que Miguel precisa exige recursos. Assim, o plano é inviável pelo menos até Thamires concluir o curso de enfermagem que tinha abandonado e que retomou, e poder trabalhar nisso.

Por enquanto, Miguel é o único protagonista. Sempre que podem, os pais o levam a festas, à praia. Em seu último aniversário, organizaram uma comemoração e convidaram outras mães de crianças com microcefalia.

Mas também há muitos momentos difíceis. Em seus quase dois anos e meio de vida, Miguel foi internado oito vezes. "É aí que vemos o risco da morte", chora Thamires.

Ela se consola repetindo as palavras dos médicos que a incentivam a não esmorecer. "'Viva hoje. O Miguel pode ter 20 anos, 10, 2, 3. Mas se você não viver bem, vai haver a frustração lá na frente do que você não viveu', foi o que o médico falou pra gente (...) Então, eu vou dar banho, eu vou beijar, vou cheirar (o Miguel), porque a qualquer momento eles podem internar".

As autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram na sexta-feira o primeiro caso conhecido de um homem que contraiu o vírus zika durante uma viagem, não apresentou sintomas e infectou a sua parceira durante uma relação sexual desprotegida.

O caso sugere que o risco de propagação do zika pode ser muito maior do que se pensava, e pode levar a recomendações mais rigorosas sobre quem deve praticar sexo protegido e por quanto tempo depois de viajar para áreas afetadas pelo zika, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O homem, que vive em Maryland, viajou para a República Dominicana no primeiro semestre deste ano e voltou sem relatar nenhum dos sintomas comuns do zika, como erupção cutânea, dor nas articulações, febre e olhos vermelhos. Ele teve relações sexuais sem preservativo com sua parceira em duas ocasiões, 10 e 14 dias após o seu retorno. No 16º dia, a mulher apresentou febre e erupção cutânea.

Em junho, as autoridades de saúde de Maryland foram notificadas sobre o caso, e a mulher testou positivo para zika. Ela afirmou que não teve outros parceiros sexuais nas duas semanas anteriores ao aparecimento da infecção, e que não recebeu transfusões de sangue nem transplantes de órgãos.

O CDC especificou que a paciente não estava grávida. O homem foi testado 29 dias após seu retorno, e os resultados confirmaram "uma recente e não especificada infecção por flavivírus", disse o CDC, referindo-se a uma família de vírus que inclui o zika, a dengue e o vírus do Nilo Ocidental. "O sêmen colhido no 31º dia não tinha vírus zika detectável", acrescentou.

O zika é transmitido principalmente pela picada do mosquito , mas também por contato sexual. Quatro em cada cinco pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas. A infecção pelo zika é, porém, particularmente perigosa para as mulheres grávidas, visto que o vírus pode causar malformações congênitas em fetos em desenvolvimento, como a microcefalia.

Atualmente, o CDC recomenda aos casais que querem engravidar que esperem pelo menos oito semanas se um dos parceiros tiver viajado para uma zona com transmissão ativa do vírus zika.

Mas agora, as "conclusões deste relatório indicam que pode ser adequado considerar" qualquer pessoa que tiver relações sexuais desprotegidas com uma pessoa que voltou de uma área com transmissão ativa do vírus zika "como exposta ao vírus zika, independentemente do viajante relatar ou não sintomas da infecção", afirmou o CDC.

Homens que são diagnosticados com zika devem esperar muito mais tempo - pelo menos seis meses - antes de tentar a concepção, disseram autoridades. E as mulheres que testaram positivo para zika são aconselhadas a esperar pelo menos oito semanas antes de tentar engravidar. Os pesquisadores sabem de outro caso em que um homem sem sintomas pode ter transmitido sexualmente o vírus zika à sua parceira.

Mas, nesse caso, como ambos tinham viajado para um país afetado pelo zika, não se pode descartar que a mulher tenha sido infectada por uma picada de mosquito.

Popularmente conhecida por muriçoca ou pernilongo doméstico, o mosquito Culex quinquefasciatus, pode ser mais uma forma de transmissão do vírus Zika. Essa possibilidade foi levantada após estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em coletas realizadas no Recife. Até o momento, a literatura não comprovava essa possibilidade de outro vetor do vírus causador da doença. 

Na Região Metropolitana do Recife, a população do Culex é cerca de vinte vezes maior do que a população do Aedes aegypti, de acordo com a Fiocruz que conduziu a pesquisa na RMR.  

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Segundo a Fundação, os resultados preliminares da pesquisa de campo identificaram, no trabalho de campo, mosquitos infectados pelo vírus zika em três dos 80 pools - é constituído de 1 a 10 mosquitos coletados em cada localidade, separado por sexo e espécie. 

Amostras e pesquisa

A pesquisa revela que em duas das amostras os mosquitos não estavam alimentados, o que demonstrou que o vírus estava disseminado no organismo do inseto e não em uma alimentação recente num hospedeiro infectado.

Segundo a Fundação, a foi utilizada a técnica RT-PCR quantitativa, baseada na detecção do RNA (material genético) do vírus. Com isso, esses grupos que apresentaram resultado positivo tiveram material usado para isolar as linhagens de vírus circulantes em Recife, em cultura de células, onde foi observada a destruição ou danificação das células vero, o que comprova a presença de atividade viral.

Coleta

As cidades de Recife e Arcoverde tiveram a coleta dos mosquitos, com base nos endereços dos casos de zika no estado, de acordo com as informações da Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE, sendo ao todo capturados aproximadamente 500 deles). 

A intenção da pesquisa foi comparar o papel de algumas espécies do mosquito quanto a transmissão de arboviroses, no entanto, a prioridade foi para a observação do zika vírus vista a expansão da doença no país e sua relação com a Microcefalia. 

Em laboratório

Foi dado aos mosquitos, em laboratório, uma mistura de sangue e vírus, a fim de acompanhar o processo de replicação patógeno dentro do inseto. A coordenadora do estudo, Constância Ayres, explicou que duas infecções foram feitas ao mosquito com concentrações diferentes do vírus, inclusive, uma delas simulando a viremia de um paciente real. 

Houve dissecação dos mosquitos e a manutenção do grupo de controle. Portanto, durante o processo de infecção pelo vírus, a espécie que não é vetor, em determinado momento o desenvolvimento do vírus é bloqueado pelo mosquito. No entanto, de acordo com a Fiocruz, se ela é vetor, a replicação do vírus acontece, dissemina no corpo do inseto e acaba infectando a glândula salivar, a partir da qual poderá ser transmitido para outros hospedeiros durante a alimentação sanguínea, pela liberação de saliva contendo vírus. 

Partindo desse princípio, de acordo com a coordenadora da pesquisa, a partir do terceiro dia após a alimentação artificial, já foi possível detectar a presença do vírus nas glândulas salivares das duas espécies de mosquito investigadas. Após sete dias, foi observado o pico de infecção nas glândulas salivares o que foi confirmado através de microscopia eletrônica.

Além disso, a carga viral encontrada nas duas espécies estudadas (Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus) foi similar. 

Próximos estudos

Estudos adicionais serão realizados para avaliar o potencial de participação do Culex na disseminação do vírus zika e seu real papel na epidemia. 

Um dia depois do canadense Milos Raonic e da romena Simona Halep desistirem de disputar os Jogos Olímpicos do Rio por conta do medo do vírus zika, neste sábado foi a vez de Tomas Berdych. O checo número 8 do ranking da ATP alegou o mesmo motivo e anunciou que não virá ao Brasil para o evento.

"Eu sinto muito por anunciar que não vou participar dos Jogos Olímpicos do Rio. Foi uma difícil decisão para tomar depois de uma longa e dolorosa conversa com minha mulher. É uma decisão puramente profissional, mas sinto que preciso dar ao menos uma séria razão para minha decisão aos meus torcedores e fãs", escreveu o tenista nas redes sociais, antes de confirmar que o temor pelo vírus foi o fator fundamental para a decisão.

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"O motivo é a extensão do vírus zika no País da Olimpíada. Como iniciei uma família recentemente, limitar os riscos à saúde dos meus entes mais próximos é minha maior prioridade", completou.

Com o anúncio, Berdych se tornou o segundo tenista do Top 10 da ATP a desistir da Olimpíada, seguindo o exemplo de Raonic, número 7 do mundo. O checo ainda fez questão de se desculpar com a torcida de seu país.

"Eu peço desculpas a quem desapontei com a minha decisão. Eu acredito que se levarem em conta os motivos da minha decisão, vão entender que o fiz por causa da minha família. Desejo ao time checo grande sucesso e espero poder em breve vestir as cores do meu país novamente", comentou.

Campeão olímpico do salto em distância em Londres-2012, Greg Rutherford resolveu congelar o seu esperma por causa do medo de contrair o vírus zika durante o período de disputa dos Jogos do Rio, em agosto. A revelação foi feita por Susie Verrill, esposa do atleta britânico, após decisão preventiva tomada pelo casal, preocupado com a propagação de casos da doença no Brasil.

Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que pode acabar provocando microcefalia em bebês, o vírus zika vem sendo temido por alguns competidores que estarão no Rio-2016. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, convocou para a semana que vem uma reunião de emergência para lidar com o surto do vírus, embora não deva sugerir o cancelamento do grande evento a ser realizado no Brasil.

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Medalhista de ouro em Londres, Rutherford tem um filho de apenas um ano, chamado Milo. Mãe do bebê, Susie Verrill não irá viajar aos Jogos do Rio para acompanhar o marido. O vírus zika também pode ser transmitido por meio de relação sexual e há temores de que o vírus propagado pelo Aedes aegypti contribua para a síndrome de Guillain-Barré em adultos, uma enfermidade que provoca fraqueza muscular quando o sistema imunitário danifica o sistema nervoso periférico.

"As notícias do zika têm provocado preocupação sem fim, se formos falar de forma honesta", afirmou Verrill, em um artigo publicado pela revista Standard Issue, no qual a esposa de Rutherford explicou que os conselhos dados por "mais de 100 especialistas médicos" que abordaram o assunto foram um "enorme fator" para a decisão de congelar o esperma de seu marido. "Gostaríamos de ter mais filhos e não gostaria de me expor a uma situação que eu poderia prevenir", enfatizou.

Na última terça-feira, dias depois de 150 especialistas estrangeiros pedirem, em carta aberta, o adiamento da Olimpíada no Rio por causa do risco de propagação do zika, cientistas brasileiros se posicionaram em defesa do evento. Um grupo de oito pesquisadores ligados à Fundação Oswaldo Cruz e à Fundação Getúlio Vargas divulgaram um documento em que listam argumentos para a manutenção da Olimpíada no Rio.

Na semana passada, por sinal, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, já havia classificado como exagero a carta dos cientistas estrangeiros. Ele lembrou que foram mobilizados 3,5 mil agentes externos e 2,5 mil funcionários para trabalhar tanto em ações de prevenção quanto de reforço na assistência à saúde no combate ao zika. Barros falou sobre o assunto ao anunciar o lançamento de um edital de R$ 65 milhões para financiar pesquisas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas ao vírus.

O governo interino de Michel Temer lançou uma campanha internacional para tentar conter a pressão pelo cancelamento dos Jogos Olímpicos por conta do vírus zika. O Estado de S. Paulo apurou que o Itamaraty enviou comunicado aos governos e, nos próximos dias, o Ministério da Saúde vai agir com diplomatas estrangeiros, jornais de todo o mundo, agências e entidades internacionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) garantiu que não existe justificativa para adiar a Olimpíada e que tal proposta não iria interromper a proliferação do vírus.

Na sexta-feira, 150 cientistas emitiram carta à OMS solicitando que os Jogos do Rio sejam adiados. Foi a terceira vez que cientistas fizeram um apelo deste tipo, o que começa a preocupar as autoridades brasileiras e o Comitê Olímpico Internacional (COI). Para os cientistas, a OMS tem conflito de interesse ao ser parceira do COI e apontam que realizar o evento representa um "risco desnecessário para 500 mil pessoas".

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Assim que a declaração foi emitida, diplomatas brasileiros foram mobilizados para conter a pressão dos cientistas. No sábado pela manhã, os diplomatas foram chamados para responder aos apelos e pressionar governos a não modificar sua posição de apoio ao Rio.

O Itamaraty ainda usou a Assembleia Mundial da Saúde, que terminou sábado em Genebra, para enviar um telegrama às missões diplomáticas de mais de 190 países explicando que, em agosto, a densidade populacional de mosquitos no Rio é menor e que os casos de dengue sofrem retração. Junto com a explicação, a ação diplomática incluiu um gráfico apontando queda nos registros de dengue durante o inverno.

Convencer governos e a OMS a não mudar sua recomendação sobre viagens ao Brasil é um ponto estratégico para o governo Temer. Isso porque o COI usa a versão da agência da ONU como escudo para dizer que está seguindo orientações científicas ao manter os Jogos no Rio.

Nos próximos dias, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ainda irá agir ao lado do Itamaraty para convocar embaixadores estrangeiros em Brasília para explicar a situação do zika no País e apontar para o fato de que os riscos no Rio serão "baixos".

Outra medida será a de buscar os correspondentes de grandes jornais estrangeiros para explicar o que está sendo feito para minimizar o impacto. O Ministério da Saúde também fará um trabalho com agências de viagens e em sites oficiais.

Na semana passada, Barros já esteve em Genebra e Lausanne para levar garantias do governo de Michel Temer de que as autoridades estão comprometidas a agir para reduzir a densidade de mosquitos nos locais de provas e na Vila Olímpica.

Aos especialistas médicos do COI, ele também trouxe garantias da parte de Temer de que as iniciativas necessárias iriam ser realizadas e que o uso de 3,5 mil pessoas para reforçar o controle ao mosquito nos locais das provas já estava ocorrendo.

Belize confirmou nesta segunda-feira o primeiro caso de contágio do vírus zika, e anunciou ações para conter uma possível epidemia, anunciou o ministério da Saúde do país caribenho.

Em um comunicado, o governo informou que as mostras enviadas à Agência Caribenha de Saúde Pública, com sede em Trinidad e Tobago, registraram um caso positivo da doença.

A pessoa afetada pela doença é cidadã do país caribenho e mora na antiga capital Cidade Belize.

O zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também propaga a dengue e chicungunha, provocou alerta mundial por ser o possível causador de microcefalia em bebês nascidos de mães infectadas pelo vírus.

Um primeiro caso de morte vinculada à infecção do vírus zika nos Estados Unidos foi reportado nesta sexta-feira (29) no estado livre associado de Porto Rico, informaram autoridades sanitárias.

"O paciente morreu de complicações relacionadas" com uma diminuição de plaquetas no sangue, informaram os Centros para o Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

"Embora as mortes associadas ao vírus zika sejam raras, esta é a primeira morte identificada em Porto Rico nos adverte sobre a possibilidade de que se apresentem novos casos", acrescentou a organização em seu relatório.

O CDC pesquisou um total de 6.157 casos suspeitos de terem sido provocados pelo zika entre 1º de novembro de 2015 e 14 de abril de 2016. Os cientistas confirmaram que em 683 destes casos, o equivalente a 11%, "obteve-se evidência nos laboratórios de uma recente infecção com o vírus zika".

O CDC advertiu para um potencial crescimento exponencial dos casos de zika em Porto Rico, que poderiam passar das centenas aos milhares. As estimativas sobre a propagação do zika preveem que se apresentem entre três e quatro milhões de casos no continente americano.

O vírus espalhou-se amplamente no Brasil - onde foram registrados 1,5 milhão de casos -, Colômbia e o Caribe desde o fim de 2014, segundo os pesquisadores, essencialmente através da picada do mosquito Aedes aegypti, que na maioria dos casos só provoca uma infecção leve.

No entanto, quando a infecção ocorre durante a gravidez, pode afetar o cérebro do feto e provocar microcefalia.

Também pode causar transtornos neurológicos, como a síndrome de Guillain-Barré, uma doença que causa paralisia e pode, inclusive, chegar a provocar a morte do paciente.

Ao menos três pessoas morreram na Venezuela devido à complicações relacionadas ao vírus zika, informou na quinta-feira (11) à noite o presidente Nicolas Maduro, acrescentando que 68 pessoas foram hospitalizadas com sintomas relacionados ao vírus.

Maduro não disse quais eram essas complicações eram ou como as mortes tinham sido confirmadas para serem relacionadas com o zika. A Venezuela relatou mais de 5 mil casos suspeitos de zika desde novembro do ano passado.

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No entanto, organizações de saúde locais dizem que o número real de pessoas com zika é provável que seja muito maior. Fonte: Associated Press.

A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, registrou um caso autóctone de vírus Zika. Uma pessoa doou sangue no hemocentro da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas não apresentava sintomas na época da doação. O doador teria a presença do vírus em abril do ano passado.

O paciente que recebeu o sangue contaminado tinha politraumatismo e, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, devido à manifestação laboratorial atípica, a Unicamp começou a investigar as causas desses sintomas que não estariam relacionados ao politraumatismo. Ao todo, 18 bolsas de sangue foram investigadas e, em uma delas, foi encontrado zika vírus.

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Segundo a assessoria de imprensa do hemocentro, o paciente morreu em razão das doenças de base, ou seja, aquelas que já apresentava, porém, uma comissão vai investigar se houve agravante no estado de saúde dele por causa do vírus Zika.

De acordo com a secretaria municipal da Saúde, a secretaria estadual foi informada no dia 28 de janeiro de que o doador de sangue o vírus. Ele é morador da região sudoeste de Campinas e, na época, trabalhava na região sul. Segundo a secretaria municipal, ele não saiu da cidade e, por isso, o caso é considerado autóctone.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta terça-feira (2) a criação de uma unidade global para responder ao vírus zika, e expressou temor de uma propagação da epidemia para África e Ásia.

"Criamos uma unidade de resposta global, que reúne todos os funcionários da OMS na sede e nas regiões, para examinar a resposta formal à doença", afirmou um dos especialistas da organização com sede em Genebra, Anthony Costello.

A agência da ONU anunciou na segunda-feira (1°) que o zika vírus, transmitido pelo mosquito 'Aedes aegypti', é o principal suspeito por um aumento acima do normal dos casos de microcefalia na América do Sul. Por este motivo, a OMS decretou emergência mundial.

Muitas vozes desejam que a OMS atuem com velocidade máxima, ainda mais depois que a própria organização admitiu ter reagido com lentidão à epidemia de Ebola, que afetou nos últimos anos vários países da África ocidental.

Costello, pediatra e especialista em microcefalia, aformou que a nova unidade vai tirar "todas as lições aprendidas com a crise do Ebola" para enfrentar de maneira rápida o zika vírus e as malformações e problemas neurológicos atribuídos ao mesmo.

O médico insistiu na importância de uma ação rápida e destacou que não existe razão alguma para acreditar que a epidemia ficará limitada à América Latina, onde até o momento mais de 20 países registraram casos.

"Nos preocupa que isto se propague a outras zonas do mundo, onde a população não é imune, e sabemos que os mosquitos portadores do zika vírus estão presentes na maior parte da África, em áreas do sul da Europa e em muitas partes da Ásia, em particular no sul da Ásia", disse.

As autoridades da Tailândia anunciaram nesta terça-feira que um homem contraiu a doença. O arquipélago africano de Cabo Verde também informou a existência de dois casos locais.

A situação também preocupa a Europa e a América do Norte, onde foram identificados dezenas de casos importados por pessoas que viajaram para a América Latina. O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, também portador da dengue e do chicungunha. Foi descoberto em uma selva de Uganda, chamada Zika, no ano 1947.

O Brasil alertou em outubro sobre um número elevado de nascimentos de crianças com microcefalia na região Nordeste. Atualmente há 270 casos confirmados e 3.449 em estudo, contra 147 em 2014.

O país notificou em maio de 2015 o primeiro caso de doença provocada pelo zika vírus. Desde então, "a doença se propagou dentro do país e também a outros 22 países da região", indica a OMS.

Com mais de 1,5 milhão de contágios desde abril, o Brasil é o país mais afetado pelo vírus, seguido pela Colômbia, que no sábado anunciou mais de 20.000 casos, 2.000 deles em mulheres grávidas.

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