Tópicos | Valérie Amos

Na manhã desta terça-feira, a Subsecretária-Geral de Assuntos Humanitários da ONU e chefe da OCHA (Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários), Valerie Amos, participou de uma coletiva de imprensa para esclarecer assuntos humanitários discutidos durante a 5ª Reunião para Fortalecimento de Parcerias Humanitárias (MIAH, da sigla em espanhol), que ocorreu na capital federal com autoridades nacionais.

Na coletiva, que ocorreu no Centro de Informação das Nações Unidas (UNIC Rio), a subsecretária tratou de dialogar sobre os mecanismos de relação entre a ONU e o Brasil para temas humanitários e pontuou que o País possui um forte papel em discussões do gênero.



Amos disse se mostrar muito interessada em estreitar a parceria com instituições privadas, ONGs e o setor estatal, destacando em um dos pontos o trabalho do Brasil na prevenção de catástrofes ambientais. “Estou particularmente interessada em como o Brasil pode compartilhar sua vasta experiência em trabalhar na preparação de respostas a desastres ambientais e na ajuda alimentícia que tem fornecido a vários países do mundo”.

##RECOMENDA##

Apesar da Agência da OCHA não ter sede no País, a visita da subsecretária-geral ao Brasil é considerada por ela como importante na intenção de buscar um entendimento de como o intercâmbio de experiências pode ser continuado e como pode contribuir para apoiar ações humanitárias. Ela mencionou a ajuda internacional do Brasil para o Haiti e outros países africanos e como o País tem se destacado a nível internacional por esta prática.

Na ocasião, Amos foi questionada sobre o documento oficial do Rio +20 que, em recente reunião em Nova York, teve temas de discussão retirados, entre eles, os que falavam sobre o apoio aos refugiados, povos indígenas e à posse da mulher na terra. De acordo com a chefe da OCHA, esses pontos fazem parte de um desenvolvimento sustentável, sim, mas precisam ser feitos debates bilaterais, uma vez que há diversos graus de interesses em cada um dos muitos temas que envolvem os assuntos. “É preciso decidir o que é prioridade para ser discutido naquele momento”.

Outra questão levantada na coletiva foi sobre a situação humanitária na Síria. Amos frisou que a ajuda humanitária é delicada, principalmente na cidade de Homs, destacando que nem a Cruz Vermelha tem conseguido dar apoio a população necessitada. Ela também explanou a dificuldade encontrada ao visitar o país, mas especificamente em Babahama, onde a cidade estava abandonada e o acesso não era permitido por causa dos conflitos intensos. “O que eu pude perceber era uma cidade evacuada, destruída, com todos os seus mercados fechados”. A subsecretária avaliou que 1 milhão de pessoas precisam de ajuda. “Estamos preocupados com a falta de atendimento médico e de remédios, apoio psicossocial às crianças (devido ao trauma que os conflitos trazem às famílias) e o acesso a alimentos, já que os mercados estão fechados”, declarou.  

Por fim, Amos falou sobre o Conselho de Segurança da Líbia e explicou que a resolução do Conselho é específico ao país e a mais nenhum outro. Várias discussões deste Conselho ainda não tiveram certos pontos definidos, mas ela considera que já é possível visualizar dois pontos importantes: “Há a necessidade de se garantir ajuda humanitária às pessoas e o apoio a Kofi Annan, para que ele dialogue e consiga obter uma resolução positiva para este caso. Esperamos que o Brasil se envolva para apoiar as resoluções positivas nessas questões humanitárias, principalmente por ter um papel fundamental nesse diálogo".

Na coletiva também estive presente o chefe da OCHA para a América Latina e o Caribe, Gerard Gómez. No período da tarde, Valerie Amos se encontra com setores privados, estatais e algumas ONGs. Logo mais segue para Nova York.

O Exército da Síria enviou mais soldados para a província de Idlib, no noroeste do país, onde ativistas temem que os soldados lancem uma ofensiva semelhante à desfechada nas últimas semanas contra Homs. Muitos desertores estão escondidos na região montanhosa de Jabal al-Zawiya, perto da fronteira com a Turquia.

Rami Abdel Rahman, chefe do Observatório Sírio pelos Direitos humanos, em Londres, disse que o aumento de tropas parece indicar que uma grande operação militar é iminente, dados os relatos na imprensa estatal de que "grupos terroristas armados" estão atuando an região de Jabal al-Zawiya. Milad Fadl, integrante da Comissão Geral da Revolução Síria, um grupo da oposição, disse que tanques e tropas foram enviadas para o distrito de Jabal al-Zawiya na província. "Um grande número de habitantes de oito vilarejos fugiram", disse Fadl à agência France Presse (AFP). Ele também disse que muitos moradores da capital da província, Idlib, estão fugindo.

##RECOMENDA##

"As tropas do governo pediram aos desertores do Exército Livre da Síria que entreguem as armas. O pedido foi feito a partir dos alto-falantes nas mesquitas e por funcionários públicos locais", disse Fadl. "Eu acredito que eles primeiro atacarão a cidade de Idlib e depois decidirão o que fazer".

Fadl disse que um homem foi executado em Jabal al-Zawiya e cinco casas foram queimadas em punição ao apoio dado pela população aos insurgentes. Existem preocupações de que Idlib, que fica na fronteira com a Turquia, sofra o mesmo tipo de ofensiva militar contra o bairro de Baba Amr em Homs, que durou quase um mês e arrasou o local.

Na noite de quarta-feira, a chefe humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Valérie Amos, visitou o bairro de Baba Amr e diz que houve destruição no local. "A devastação que aconteceu lá é significativa. Aquela parte de Homs foi completamente destruída e estou preocupada em saber o que aconteceu com as pessoas que vivam no bairro", ela disse na capital Damasco, que é uma cidade relativamente pacífica que apoia Assad.

"Eu fiquei chocada com a diferença do que vi em Damasco e vi ontem em Baba Amr", disse Amos. Mas logo após ela falar nesta quinta-feira, tropas sírias abriram fogo contra o funeral de um soldado no subúrbio de Mazzeh, em Damasco. O soldado supostamente foi executado por ter se recusado a disparar contra civis em Homs no mês passado, durante o cerco ao bairro de Baba Amr. Não existem informações sobre vítimas em Mazzeh.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando