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Uma nova investigação da Comissão de Inquérito da ONU sobre a Síria denuncia o regime de Bashar Assad por crimes de guerra. A iniciativa, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, obteve novas provas de que Damasco usou armas químicas para reconquistar algumas das principais cidades que estavam sob controle da oposição e de grupos terroristas.

O relatório publicado nesta quarta-feira, 12, também revela que mais de um milhão de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas em apenas seis meses na Síria, em razão do avanço das forças militares de Assad - um nível de deslocados "sem precedentes" nos sete anos de conflito armado no país.

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De acordo com a Comissão, forças pró-Assad seriam responsáveis por ataques aéreos contra Ghouta e Yarmouk. "Para recapturar Ghouta, em abril, as forças do governo lançaram diversos ataques indiscriminados em áreas densamente ocupadas por civis, incluindo o uso de armas químicas". Os ataques ocorreram nos dias 22 de janeiro e 1º de fevereiro.

"Em ambos incidentes, vítimas e testemunhas, incluindo médicos, descreveram sintomas similares, incluindo problemas respiratórios, tosse, ardência nos olhos, irritação na garganta e náusea", diz a investigação. "Testemunhas indicaram o cheiro de cloro." Outra constatação foi o efeito lento do agente.

A Comissão também indicou que, no que se refere à munição, tem evidências materiais de que se trata de um modelo usado exclusivamente pelo governo e, raramente, por milícias pró-Assad. A investigação ainda apontou que a "munição documentada foi construída com a artilharia iraniana, conhecida por ter sido fornecida às forças comandadas pelo governo da Síria".

"A comissão conclui que, nesses dois casos, forças do governo e milícias afiliadas cometeram crimes de guerra ao usar armas proibidas e lançar ataques indiscriminados contra a população civil", completa a investigação.

A Comissão ainda analisa se outro caso de crime de guerra supostamente cometido pelo regime de Assad ocorreu no dia 7 de abril, em Duma, também por uma suspeita de uso de armas químicas, que teriam causado a morte de pelo menos 49 pessoas e deixado 650 feridos.

Alerta por Idlib

No relatório publicado nesta quarta em Genebra, a comissão alerta que crimes de guerra podem se repetir agora em Idlib, onde o governo e seus aliados russos prepararam uma ofensiva para retomar a região.

A ONU fala no risco de que a operação se transforme em uma das maiores catástrofes humanitárias da década e pede que negociações sejam conduzidas para que 3 milhões de civis que vivem na região sejam impactados o mínimo possível.

Apesar dos apelos internacionais, Pinheiro diz que os primeiros ataques contra a região já começam e os alvos incluem até hospitais. "Esse tem sido o padrão antes de uma grande ofensiva e agora vemos que isso voltou a ocorrer", alertou o brasileiro, em entrevista em Genebra.

Para ele, porém, a presença de terroristas "não é desculpa" para um ataque indiscriminado. "Estão lutando contra 10 mil homens armados. Mas 2,9 milhões de civis não podem pagar o preço da guerra contra o terrorismo", afirmou.

"Não estamos dizendo que não se deve lutar contra o terrorismo. Isso é uma obrigação. Mas temos de pensar em milhões de civis, entre eles 1 milhão de crianças", apelou o brasileiro. Apenas em 2018, 500 mil pessoas já foram afetadas na região.

Um fator que complica a situação em Idlib é o fato de que muitos sírios expulsos de outros lugares do país vivem hoje em barracões na província. "A Comissão alerta para o fato de que muitos dos deslocados na Síria estão atualmente em Idlib, onde uma nova ofensiva poderia causar uma crise humanitária catastrófica", alertaram os especialistas.

Segundo o novo estudo, a Síria vive uma "crescente militarização" e seis batalhas de grande escala desde janeiro - em Alepo, Homs, Damasco, Rif Damascus, Dara'a e Idlib - causaram um fluxo interno de sírios que não se via desde o início da guerra, em 2011.

"As batalhas foram marcadas por crimes de guerra, incluindo ataques indiscriminados, ataques deliberados a locais protegidos, uso de armas proibidas e pilhagem", afirmou a Comissão. Segundo as investigações, os crimes foram cometidos pelo governo e por grupos armados.

"Não há desculpa para que uma parte no conflito não siga as obrigações que tem diante da população civil", afirmou Pinheiro. Segundo ele, o número de pessoas que deixaram suas cidades e estão em outros locais do país já passa de 6,5 milhões.

Entre os Estados denunciados por crimes de guerra está também a Turquia, por sua atuação na recuperação da cidade de Afrin. "Membros de vários grupos armados repetidamente cometeram crimes de guerra em Afrin. Se algum desses grupos estão sob o comando efetivo das Forças turcas, as violações cometidas por eles podem ser atribuídas aos comandantes militares turcos", diz o relatório.

Outra situação destacada pela Comissão é a recuperação de Raqqa, considerada a capital do Estado Islâmico (EI) até outubro de 2017. A investigação aponta que a operação contra os terroristas levou ao deslocamento de "praticamente toda a população" da cidade.

"A Comissão teme que a destruição generalizada da cidade incluiu ataques indiscriminados e outras sérias violações do direito humanitário internacional", diz o texto em relação às operações da Coalizão liderada pelos EUA.

O relatório também disse que em março de 2017 a coalizão realizou ataques na região, matando 150 pessoas que ocupavam uma escola em Raqqa. Em junho, os EUA reconheceram a ofensiva, mas disseram que o ataque deixou 40 mortos e estava "em linha com as leis dos conflitos armados".

Acordos pela metade

A Comissão de Inquérito da ONU também afirmou que acordos entre grupos armados e o governo sírio causaram o deslocamento forçado da população. Isso ocorreu em pelo menos três ocasiões, nas quais "acordos de retirada" foram promovidos, o que, na prática, resultou na expulsão de famílias inteiras.

"Dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas dentro desses acordos", denunciou Karen AbuZayd, especialista que faz parte da comissão. Segundo ela, cabe às partes que chegaram ao acordo de retirada de civis garantir água, alimentos e abrigo a essas pessoas, mas nada disso ocorreu.

O relatório registrou a situação dramática dos sírios deslocados de Rif Damasco e apontou que muitos ainda estão detidos de forma ilegal pelas forças do governo. "A batalha para reconquistar os territórios pelo governo ocorre com um custo extremamente elevado aos civis", alertou Hanny Megally, outro membro da comissão da ONU.

Em alguns locais recuperados pelo governo, como Yarmouk ou Ghouta, a destruição seria de tal dimensão que não se poderia imaginar o retorno da população civil a esses locais. "Muitos desses civis hoje vivem em abrigos e prédios abandonados."

Um dia após explosões de carros-bomba que mataram o líder religioso sírio Wahid Balous e ao menos outras 25 pessoas, a província de Sweida, no sul da Síria, foi palco de uma onda de violência contra o governo do país. A região, até então, havia ficado à margem da guerra civil que assola o país.

Wahid Balous era da seita minoritária drusa e grande crítico do presidente Bashar Assad. Antes de morrer, Balous havia convocado os jovens drusos da província a se negarem a servir nas forças militares sírias. Ele também criticava os combatentes do grupo Estado Islâmico, que se apoderaram de um terço do território sírio e vêm alimentando a guerra civil que já matou mais de 250 mil pessoas e deixou 1 milhão de feridos.

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Hoje, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede na Grã Bretanha, e outros grupos de ativistas informaram que grupos destruíram a estátua do já falecido presidente sírio Hafez Al-Assad, em Sweida, e cercaram agências de segurança do governo, responsabilizando-o pela morte do clérigo. O Observatório disse ainda que o número de mortos no atentado subiu para 37, incluindo seis oficiais de defesa do país que morreram durante os confrontes de hoje com rebeldes. Até o momento, nenhuma organização reivindicou a autoria dos atentados.

Um comandante da polícia da província disse que a "calma e a segurança" prevaleciam em Sweida e negou que houvesse instabilidade no local. Contudo, alguns seguidores de Balous afirmaram em um comunicado que expulsarão as forças de segurança da região.

Em outro comunicado, líderes drusos da localidade exortaram os partidários da seita a manterem a calma diante do recuperação do irmão de Balous, que também ficou gravemente ferido em um dos ataques. Dos 23 milhões de habitantes da Síria contabilizados antes do início da guerra, 5% pertencia à seita drusa, uma ramificação do xiismo do século X. Esta fração está dividida entre partidários e opositores de Assad. Fonte: Associated Press.

O presidente sírio Bashar Assad disse que ainda é cedo para dizer se ele concorrerá para reeleição no próximo ano. Contudo, o mandatário afirmou que não tentará um terceiro mandato caso sinta que essa é a vontade da maioria dos sírios.

Falando em uma entrevista para a Halk TV, da Turquia, Assad não mencionou o papel de seu governo na guerra civil da Síria. Em vez disso, o líder culpou guerrilheiros e governos estrangeiros, incluindo a Turquia, pelo derramamento de sangue.

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Transmitida na quinta-feira (3), a entrevista foi a última de uma série que o presidente sírio tem dado à imprensa estrangeira como parte de uma tentativa para angariar apoio público após o acordo intermediado pela Rússia, que evitou a ameaça de um ataque aéreo dos EUA.

No que diz respeito à oferta potencial para mais um mandato de sete anos, "a imagem ficará mais clara" nos próximos quatro a cinco meses porque a Síria passando por "rápidas" mudanças, disse Assad.

Bashar Assad é presidente desde 2000, quando ele assumiu o cargo depois que seu pai e antecessor, Hafez Assad, morreu. Hafez governou a Síria por três décadas. O segundo mandato de sete anos de Assad deve terminar em meados de 2014.

A oposição da Síria quer que Assad renuncie e entregue o poder a um governo de transição até que novas eleições sejam realizadas. Apesar do sangrento conflito, Assad ainda tem amplo apoio entre as minorias, incluindo os cristãos e membros de sua seita alauíta, uma ramificação do islamismo xiita.

"Se eu sentir que o povo sírio quer que eu seja presidente no próximo período, eu vou concorrer ao cargo", disse Assad. "Se a resposta for não, eu não vou concorrer e eu não vejo problema nisso".

Assad também usou a entrevista para atacar o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. O mandatário alertou que Ancara vai pagar um "preço alto" por permitir que combatentes estrangeiros entrassem na Síria a partir de território turco para combater as forças do regime sírio.

Erdogan tem sido um dos mais duros críticos de Assad desde o levante na Síria, que começou em março de 2011.

"Este governo, representado por Erdogan, é responsável pelo derramamento de sangue de dezenas de milhares de sírios, e é responsável pela destruição da infraestrutura da Síria", disse Assad. Ele também é "responsável por colocar em perigo a segurança da região, não só na Síria".

"Você não pode esconder terroristas em seu bolso. Eles são como um escorpião, que acabará te picando", acrescentou Assad. O presidente sírio também afirmou que extremistas muçulmanos de mais de 80 países estão chegando à Síria através da fronteira com a Turquia.

Enquanto isso, uma equipe de especialistas internacionais de armas que está visitando a Síria deixou seu hotel em Damasco nesta sexta-feira, em seu quarto dia de trabalho no país. A missão - endossada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na semana passada - é acabar com a capacidade da Síria de fabricação de armas químicas até 1º de novembro e destruir todo arsenal de Assad, em meados de 2014.

A missão é uma resposta ao ataque ocorrido em 21 de agosto em subúrbios de Damasco. Os EUA e seus aliados acusam o governo de Assad de ser o responsável pelo ataque, enquanto Damasco acusa os rebeldes. Os EUA disseram que a ofensiva, que contou com armas químicas, matou 1.400 pessoas.

Na entrevista com a Halk TV, Assad rejeitou rumores que circulam de que seu irmão mais novo, Maher Assad, um alto general do Exército, tinha sido ferido em uma tentativa de assassinato.

"Todos os rumores sobre a nossa família durante a crise são mentiras sem fundamento", disse Assad. Sobre Maher, o líder afirmou que ele está presente no trabalho e tem "boa saúde".

O Assad mais jovem comanda tropas de elite que tem como função proteger Damasco de levantes na periferia da cidade. Ele é considerado como alguém que desempenhou um papel fundamental no direcionamento da campanha contra a revolta nos primeiros dias de 2011. Ele também ganhou uma reputação de violento entre os ativistas da oposição. Fonte: Associated Press.

A China saudou nesta quarta-feira (11) a promessa da Síria em renunciar às armas químicas e ceder seu arsenal de gás tóxico, segundo o porta-voz do ministério de Relações Exteriores daquele país, Hong Lei. Na terça (10), o regime do presidente Bashar Assad disse que assinará um tratado da Organização das Nações Unidas que proíbe o uso de armas químicas. Mais tarde, em resposta ao posicionamento sírio, o presidente dos EUA adiou a ameaça de fazer uma ofensiva militar contra a Síria.

"Parabenizamos as recentes declarações do governo sírio", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hong Lei, em uma coletiva de imprensa regular em Pequim. "Esperamos que todos os lados relevantes possam aproveitar esta oportunidade para resolver o problema da Síria através de meios diplomáticos e políticos", acrescentou. De acordo com um plano apresentando por Moscou, a Síria deve colocar as armas químicas sob controle internacional, o que atenuou as ameaças de ataques militares lideradas pelos EUA.

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Washington acusa as forças do regime de usar armas químicas para matar 1.429 pessoas no mês passado. Os EUA estavam buscando apoio internacional para tomar uma ação punitiva contra Assad. O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu que Damasco colocasse as armas químicas sob controle internacional e, em seguida, destruísse os armamentos - uma medida que foi bem recebida por Pequim na terça-feira.

A China tem poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e, ao longo do conflito sírio, se uniu a Rússia para bloquear resoluções apoiadas por Washington e seus aliados. Pequim tem regularmente pedido uma "solução política" para a crise na Síria. Fonte: Dow Jones Newswires.

Um bombardeio pesado nos arredores da cidade síria de Aleppo levou à fuga de civis da região e a agência de notícias estatal acusou rebeldes de tentar desestabilizar o governo, atendo fogo em três poços de petróleo.

A guerra civil na Síria abalou a infraestrutura do país e, depois de mais dois anos de conflitos, nem o regime do presidente Bashar Assad, nem os rebeldes parecem perto de uma vitória.

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A agência de notícias estatal Sana informou que os rebeldes incendiaram os poços de petróleo na província de Deir al-Zour, causando a perda diária de 4,670 barris de petróleo e 53 metros cúbicos de gás natural. A agência acusou "terroristas", o termo usado pelo governo para se referir aos rebeldes, pelos atos.

Também neste domingo (31), o governo e a oposição culparam um ao outro pela morte de um grupo de pessoas perto da fronteira com o Líbano. As informações são da Associated Press.

A chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, insistiu neste sábado que os ministros de Relações Exteriores do bloco europeu estão unidos na busca para intensificar a pressão política sobre o regime de Bashar Assad, a fim de acabar com o conflito sangrento na Síria. Contudo, ela afirmou que a Europa continuará discutindo sobre as atuais sanções nas próximas semanas.

Os ministros de Relações Exteriores da UE têm um "senso real de urgência sobre a situação na Síria e nos países vizinhos" e discutiram "todos os modos possíveis" de aumentar a ajuda à oposição síria, "particularmente por meio de suporte político e econômico", disse Catherine ao final de uma reunião de dois dias em Dublin.

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Reino Unido e França têm pedido que os seus parceiros no bloco econômico relaxem o embargo para permitir o envio de armamentos para a oposição. Eles consideram que a medida pressionará o presidente Bashar Assad a buscar uma solução para o conflito que já matou pelo menos 70 mil pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A atual sanção expira em 1º de junho e precisará da aprovação de todos os 27 países membros da UE para ser renovada. Isso dá ao Reino Unido e à França poder de vetar a prorrogação da medida. Todavia, os dois países sinalizaram que a solução preferida é a de manter o embargo ao regime de Assad, mas eximir alguns combatentes da oposição.

Para Ashton, a UE já tem "uma política significativa" para conceder ajuda humanitária e pressionar Assad a iniciar as negociações de paz. "Dentro deste contexto, naturalmente, os estados membros querem conversar sobre todas as opções possíveis. O foco tem sido talvez em uma delas. Mas se você estivesse na sala teria ouvido muitas, muitas contribuições sobre o que poderíamos fazer e como poderíamos fazer mais", comentou ela.

O ministro de Relações Exteriores da Suécia, Carl Bildt, disse neste sábado que ninguém na reunião pediu a suspensão imediata da proibição do envio de armas para Síria. De acordo com ele, já foi decidido revisar a política de sanções nos próximos meses. "Foi muito difícil detectar qualquer entusiasmo para armar ainda mais um conflito que já está muito armado", declarou Bildt a repórteres.

Nesta sexta-feira, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, reconheceu que a UE não deveria tomar qualquer decisão neste fim de semana. Hague observou que "há uma grande variedade de visões" entre os colegas da UE sobre a retirada do embargo.

Tanto o Reino Unido como a França escreveram para Catherine Ashton na sexta-feira, expressando preocupação sobre o possível uso de armas químicas no conflito, após o governo sírio e a oposição terem acusado um ao outro de fazê-lo em um ataque mortal ocorrido na terça-feira. Uma avaliação preliminar feita pelos Estados Unidos não encontrou evidência de que armas químicas ou biológicas tenham sido utilizadas. As informações são da Dow Jones.

Facções palestinas que lutam contra e a favor do presidente da Síria, Bashar Assad, fizeram nesta terça-feira um apelo por um cessar-fogo no campo de refugiados de Yarmouk, que fica na periferia de Damasco. Os combates ocorrem em Yarmouk desde o ano passado, mas nesta terça-feira deixaram pelo menos cinco pessoas mortas. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres mas que conta com redes de ativistas locais, disse que das cinco pessoas mortas hoje, quatro foram atingidas por um morteiro disparado na avenida Yarmouk, enquanto uma quinta foi abatida por um franco-atirador.

Em Taftanaz, na província nortista de Idlib, insurgentes sírios afirmam que derrubaram um helicóptero militar que se dirigia à base aérea do governo, que há semanas está cercada por insurgentes, inclusive combatentes do grupo fundamentalista Jabhat al-Nusra (Frente para a vitória).

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Em comunicado, representantes de 14 facções palestinas que têm sede em Damasco pediram um cessar-fogo imediato e uma suspensão das operações militares para permitir a entrada de equipes médicas e de alimentos em Yarmouk. Eles pediram que os franco-atiradores deixem Yarmouk "para não serem responsáveis pela contínua fuga de moradores" do local.

Cerca de metade dos 150 mil moradores de Yarmouk fugiram do campo, que na prática é mais um bairro da capital síria, desde que começaram os combates entre palestinos a favor e contra Assad. Uma parte dos palestinos, principalmente os mais jovens e muçulmanos sunitas, se juntaram aos insurgentes sírios que tentam derrubar Assad desde março de 2011; uma outra parte, formada por combatentes da Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral (FPLP-CG), grupo aliado à família Assad, defende o governo. Muitos palestinos que fugiram de Yarmouk cruzaram a fronteira para o Líbano, onde já vivem 450 mil refugiados palestinos e mais de 120 mil refugiados sírios. Outros buscaram escolas e escritórios da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, pela sigla em inglês) em Damasco e outras cidades da Síria.

Dezenas de civis foram mortos em Yarmouk desde que a luta chegou ao campo. Khaled Abdul Majid, representante das facções palestinas que se enfrentam, afirma que os grupos "estão trabalhando para acabar com esses confrontos". Um porta-voz da UNRWA, Sami Mishasha, afirmou que o exército sírio continua a bloquear as entradas do campo, embora moradores possam entrar e sair com relativa facilidade, inclusive para retirar pertences. Todos os escritórios da UNRWA em Yarmouk estão fechados, afirmou.

Yarmouk é o maior dos nove campos de refugiados palestinos na Síria, onde vivem 500 mil refugiados palestinos e descendentes. Criado em 1957 fora de Damasco, hoje o campo fica a apenas oito quilômetros do centro da capital. Várias gerações de palestinos, das quais pelo menos as duas mais jovens, nasceram na Síria e vivem em Yarmouk.

As informações são da Associated Press.

A oposição política tolerada na Síria rechaçou nesta segunda-feira uma oferta feita ontem pelo presidente Bashar Assad para entrar em negociações e encontrar uma solução pacífica para a guerra civil que já deixou mais de 60 mil mortos, quase 500 mil refugiados e arrasou o país. O Comitê de Coordenação Nacional para uma Mudança Democrática na Síria rechaçou qualquer negociação, mesmo que o primeiro-ministro sírio, Wael al-Halaqui, tenha dito que o gabinete se reunirá em breve para montar um plano que estabeleça um mecanismo de um plano de paz.

"Nós não faremos parte de qualquer diálogo nacional enquanto a violência não for interrompida", disse o chefe do Comitê, Hassan Abdel Azim, em Damasco. Hassan pediu que antes de qualquer diálogo o governo liberte os prisioneiros políticos, como gesto de boa vontade, permita o envio de alimentos e ajuda humanitária às cidades mais deflagradas e publique um comunicado sobre o destino dos sírios desaparecidos. "Qualquer negociação" - ressaltou Hassan - "precisa ocorrer sob a égide da Liga Árabe e do enviado especial das Nações Unidas, Lakhdar Brahimi".

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"Assad deveria ter feito essas propostas logo após os protestos começarem em abril ou maio de 2011. Ao invés disso ele optou pela força", afirmou Raja al-Nasser, outro integrante da oposição tolerada em Damasco, à agência France Presse (AFP).

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O presidente sírio, Bashar Assar, fez um discurso, neste domingo (6), no qual afirma estar pronto para dialogar e ofereceu um plano de reconciliação, mas ignorou os pedidos internacionais para deixar o poder. Assad pediu em contrapartida que primeiro os países regionais e do Ocidente interrompam o financiamento e ajuda aos rebeldes que estão tentando tirá-lo do poder. A oposição síria rejeitou a proposta de Assad e a União Europeia (UE) reiterou que o presidente sírio precisa deixar o poder e permitir a transição política no país.

Em uma hora de discurso à nação, Assad, que parecia confidente e relaxado, disse que seu país está sendo objeto de ataques sem precedentes e que o conflito pode ser resolvido apenas por meio do movimento popular. O presidente sírio propôs uma conferência de reconciliação nacional, eleições e uma nova constituição, mas afirmou que negociará apenas com os que "não traíram a Síria".

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A oposição síria, no entanto, já afirmou que não aceita nada menos do que a saída do presidente. "Dissemos na fundação da Coalizão Nacional que queremos uma solução política, mas temos agora 60 mil mártires. Os sírios não fizeram esse sacrifício para ajudar a fortalecer esse regime tirânico", afirmou o porta-voz da coalizão, Walid al-Bunni.

Já a porta-voz da União Europeia, Catherine Ashton, disse em comunicado que "observaremos cuidadosamente se existe alguma coisa nova no discurso, mas mantemos nossa posição de que Assad deve deixar o poder para dar lugar à transição política". Separadamente, os secretário de Relações exteriores do governo Britânico, William Hague, disse que o primeiro discurso à nação feito por Assad desde de junho passado foi totalmente "vazio de promessas".

Falando do Opera House no centro de Damasco, Assad disse aos seus apoiadores que o país está em estado de guerra e que a luta é contra agressões externas que são mais perigosas do que qualquer outras, "porque nos jogam uns contra os outros". "Essa é uma guerra entre uma nação e seus inimigos", afirmou. O discurso foi interrompido por diversas vezes com aplausos e aprovações.

Em discursos anteriores, Assad havia dito que as forças estavam combatendo grupos de "criminosos assassinos" e negou que existe um levante contra sua família há longo tempo no poder.

O presidente sírio usou tom provocador ao dizer que a Síria não irá seguir ordens de ninguém e que o conflito não é entre o Estado e a oposição, mas entre a nação e seus inimigos. Assad pediu um diálogo nacional após o fim das operações militares, ainda que tenha afirmado que não encontrou parceiros para esse diálogo.

Assad, que raramente veio à público desde o levante contra o governo, em março de 2011, pediu a todos os sírios que tomem parte na iniciativa que poria fim aos quase 22 meses de conflito, mas não forneceu qualquer detalhe sobre seus planos.

Seus últimos comentários públicos foram em uma entrevista em novembro para uma TV Russa, na qual ele prometeu morrer pela Síria. Neste domingo, o presidente parecia igualmente confidente na capacidade de suas tropas vencerem os rebeldes, mesmo que eles estejam mais próximos do que nunca de seu poder em Damasco.

Usando terno e gravata, Assad falou diante de uma colagem de fotos que parecia ser de sírios mortos desde março de 2011. Ao final do discurso, quando saia do local ele foi saudado por um grupo de apoiadores leais que gritaram: "Com nosso sangue e nossa alma o salvamos Bashar".

As informações são da Associated Press.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) informou nesta quarta-feira que 84 mil pessoas fugiram da escalada da guerra civil na Síria apenas em dezembro, o que elevou o número de refugiados registrados a 478 mil até 1º de janeiro deste ano. O ACNUR afirmou que, se contadas as pessoas que aguardam registro como refugiadas, o número de pessoas que deixou a Síria desde março de 2011 atinge 569 mil. Em apenas um mês, o número de refugiados registrados subiu de 394 mil a 478 mil.

A Turquia hospeda o maior número de refugiados sírios, a maioria abrigados em mais de dez acampamentos ao longo da fronteira com a Síria. Em 1º de janeiro deste ano, a Turquia abrigava 150 mil refugiados sírios. Outros 130 mil sírios estão no Líbano e outros 120 mil na Jordânia. O Iraque abriga 68 mil.

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As informações são da Associated Press.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (21) que seu país não é um defensor do regime do presidente sírio Bashar Assad e quer ver um governo democraticamente eleito na Síria, mas manteve a postura de Moscou de que um acordo de paz só pode ser alcançado através de negociações. O comunicado de Putin, feito ao final de uma reunião em Bruxelas com líderes da União Europeia, pareceu um tentativa do presidente russo de se afastar do seu antigo aliado. Assad enfrentou recentemente derrotas nos campos de combates e um isolamento internacional progressivo. Putin também criticou a política europeia de energia, a qual ele afirmou ser "discriminatória" contra a Gazprom, gigante russa do gás natural.

Mas Putin não deu indicações de que Moscou poderá mudar sua postura e parar de bloquear as sanções internacionais contra o regime sírio. Ele disse que uma paz duradoura na Síria poderá ser alcançada apenas através de um acordo de paz que garanta a proteção dos vários grupos religiosos e étnicos que fazem parte da população síria.

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A Rússia tem usado seu poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) desde o primeiro semestre de 2011, quando começaram os protestos contra Assad e a repressão do governo, que levaram a uma escalada do conflito sírio. A China também usou seu poder de veto para bloquear as sanções ao governo sírio.

Mas a principal preocupação de Putin na reunião com os líderes europeus pareceu ser a regulamentação europeia dos mercados de energia, a qual ele considerou discriminatória contra a estatal russa de gás natural, Gazprom. A UE alertou a Rússia de que a Gazprom precisará permitir que outras produtoras de gás possam usar o gasoduto South Stream, como parte das novas regulamentações. A Rússia considera o South Stream como chave para sua estratégia de fortalecer o fornecimento de energia à Europa, seu mercado mais importante. A UE proíbe que grandes fornecedores de gás detenham o controle dos gasodutos. Atualmente, a UE compra um quarto do gás natural que consome da Rússia.

As informações são da Associated Press.

O embaixador da Síria na Organização das Nações Unidas (ONU), Bashar Jafari, advertiu nesta segunda-feira (17) que grupos extremistas poderão usar armas químicas contra o povo sírio e depois colocar a culpa no governo do presidente Bashar Assad. Em cartas ao Conselho de Segurança da ONU, Jafari disse que o governo sírio "sob nenhuma circunstância usaria qualquer arma química que poderia possuir". Jafari fez o alerta no mesmo dia em que o jornal libanês Al-Akhbar, pró-sírio, publicou em Beirute uma entrevista com o vice-presidente sírio Faruk al-Shara, na qual o político defende uma solução negociada e política para a guerra civil síria, que começou em março de 2011 e deixou mais de 40 mil mortos.

Em Nova York, Jafari declarou que o governo jamais usaria armas químicas contra o povo. Segundo ele, o governo está defendendo a população "de terroristas que são apoiados por governos bem conhecidos, à frente dos quais estão os Estados Unidos da América". Relatos recentes da inteligência norte-americana mostram que o regime sírio pode estar pronto a usar armas químicas. Mas nesta segunda-feira Jafari alertou quer existe o risco de que países "que apoiam o terrorismo e os terroristas" possam fornecer armas químicas a grupos extremistas "e então acusarem o governo sírio". A Síria acusa, além dos EUA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos de apoiarem os grupos extremistas sunitas que tentam derrubar Assad.

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Jafari disse que insurgentes sírios tomaram recentemente um laboratório de cloro ao leste de Alepo. "Essa fábrica, que contém toneladas de cloro tóxico, foi recentemente tomada por grupos terroristas", disse Jafari.

Jafari acusou os EUA de "amoralidade" porque Washington já usou no passado armas químicas e biológicas. Ele ressaltou que a Síria aderiu a um rascunho de tratado de 2003, da ONU, contra armas de destruição em massa no Oriente Médio. O Conselho de Segurança não aprovou o tratado.

As informações são da Associated Press.

A agência estatal de notícia da Síria (Sana), informou nesta quinta-feira (13) que a explosão de uma bomba perto de uma escola, localizada num subúrbio de Damasco, matou 16 pessoas, a maioria mulheres e crianças. Já a explosão de um carro-bomba em outra localidade próxima à capital síria, Jdaidet Artuz, deixou oito civis mortos, também mulheres e crianças. As informações sobre os ataques partiram da Sana, agência estatal de notícias do governo, e da televisão estatal.

A primeira explosão, ocorrida no subúrbio de Qatana, sudoeste da capital, faz parte da mais recente onda de ataques semelhantes no interior e nas proximidades de Damasco. Segundo o governo, pelo menos 25 pessoas morreram vítimas dessas ações no últimos dois dias.

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Embora ninguém tenha assumido a responsabilidade pelos ataques, o fato de que alguns deles têm como alvo prédios governamentais, que resultaram na morte de autoridades, sugere que os rebeldes que não podem confrontar diretamente as forças de Assad em Damasco estão recorrendo a outros meios.

O governo diz que os ataques a bomba são realizados por terroristas, a forma escolhida pelas autoridades para se referir aos combatentes rebeldes.

No primeiro ataque desta quinta-feira, um carro estacionado explodiu nas proximidades de uma escola numa área residencial de Qatana, subúrbio residencial localizado a sudoeste da capital, informou a Sana. As informações divulgadas pela agência de notícias citam médicos de hospitais próximos ao local do ataque dizendo que 16 pessoas foram mortas, dentre elas sete crianças e "várias" mulheres. As fontes disseram também que dezenas ficaram feridas. Já o ataque em Jdaidet Artuz, confirmado pelo Observatório Sírio pelos Direitos Humanos (grupo opositor sediado em Londres) informa que oito pessoas foram mortas, e maioria mulheres e crianças. O Observatório, contudo, informou que quatro pessoas, e não oito, foram mortas no ataque.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

 

Uma explosão teve como alvo o Ministério do Interior da Síria nesta quarta-feira (12), informou a televisão estatal síria. Não existem ainda informações sobre mortes, mas várias pessoas teriam sido feridas no ataque. Os rebeldes que lutam contra o governo do presidente Bashar Assad têm desfechado cada vez mais ataques na capital síria, atingindo o coração do regime nos últimos dias. Os combates têm se intensificado na zona sul de Damasco e nos subúrbios ao redor da capital síria.

Segundo o jornal libanês An-Nahar, ocorreram três explosões no Ministério do Interior da Síria na manhã de hoje, uma das quais parece ter sido provocada por um carro-bomba. O jornal noticiou que ocorreram "baixas" mas não soube informar quantas.

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As informações são da Associated Press.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira em Genebra que mais de 500 mil sírios foram registrados como refugiados ou estão em processo de registro em quatro países vizinhos à Síria ou nos países do Norte da África. Segundo o ACNUR, o número de refugiados sírios aumenta a uma média diária de três mil. "No total, 425.160 refugiados sírios estão registrados e outros 84.399 estão em fase de registro", disse Melissa Fleming, porta-voz do ACNUR.

Ela disse que, ao contrário da percepção geral, apenas 40% dos refugiados vivem no momento em acampamentos. "A maioria vive fora dos campos, frequentemente em casas alugadas, com famílias, em escolas ou centros de acomodação", disse. No Líbano e nos países do Norte da África, por exemplo, não foram montados acampamentos. Os refugiados sírios vivem em comunidades urbanas e rurais. Na Jordânia, apenas 24% vivem nos acampamentos. No Iraque, metade estão nos acampamentos, mas na Turquia o total de refugiados registrados vive em acampamentos administrados pelo governo local. Atualmente existem 14 acampamentos de refugiados sírios na Turquia, três na Jordânia e três no Iraque.

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Segundo os números mais recentes do ACNUR, o número de refugiados sírios no dia 10 era de 154.387 no Líbano; 142.664 na Jordânia; 136,319 na Turquia; 64.449 no Iraque; e 11.740 nos países do Norte da África (Egito, Argélia, Tunísia e Líbia). Fleming disse que, além dos sírios registrados como refugiados e dos que aguardam registro (o que permite receber alimentos e algum auxílio monetário da ONU), centenas de milhares de pessoas que fugiram não procuraram o ACNUR. A ONU estima que 100 mil sírios não registrados como refugiados estão na Jordânia, enquanto outros 70 mil não registrados na Turquia. O Egito estima que 70 mil sírios que fugiram da guerra vivem atualmente no país, a maioria no Cairo.

Ela disse que a partir do começo de novembro o número de sírios que buscaram registro subiu a 3.200 por dia, o que inclui pessoas recém chegadas da Síria. "Nós esperamos que aumente o número de sírios que lutam para sobreviver nas economias dos países vizinhos e que poderão buscar registro no ACNUR, à medida que suas reservas são gastas e que as famílias e comunidades que os abrigam não conseguem mais sustentá-los", disse.

Na segunda-feira, como parte dos esforços para atender os refugiados no inverno, que se aproxima no hemisfério norte, o ACNUR recebeu aquecedores a gás da Noruega. As temperaturas estão caindo a cada dia, principalmente nas montanhas da Turquia, Líbano e Jordânia, onde estão a maioria dos refugiados.

Os líderes das nações europeias estão discutindo se devem derrubar o embargo de armas à Síria, afirmou nesta sexta-feira o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague. Segundo ele, as autoridades também estão pressionando os países árabes e os Estados Unidos a darem um novo impulso para acabar com o conflito que já dura vinte meses e, segundo os grupos da oposição, deixou perto de 40 mil mortos.

Hague se reuniu hoje em Londres com Mouaz al-Khatib, chefe da Coalizão Nacional Síria para Forças de Oposição e Revolucionárias (CNS), mas afirmou que o Reino Unido ainda não se juntaria à França para reconhecer oficialmente o grupo como representante do povo da Síria.

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Além do secretário, funcionários dos Estados Unidos, França, Alemanha, Catar, Turquia e outras nações participaram de reuniões com o líder da CNS. O objetivo dos encontros foi decidir a melhor forma de apoiar opositores ao regime do presidente Bashar Assad e reforçar a necessidade dos rebeldes em respeitar direitos humanos.

"Nós não podemos ficar parados, não podemos apenas dizer que deixaremos as coisas como estão na Síria. A situação está se deteriorando gravemente", declarou Hague a repórteres. "A nossa forma de responder deve ser bem julgada, bem pensada".

Ainda que o Reino Unido continue a vetar o envio de armas para os rebeldes da Síria, Hague confirmou que o Conselho de Segurança Nacional britânico discutiu o fim do embargo de armas da União Europeia (UE). O tema pode ser debatido em uma reunião de ministros europeus na segunda-feira.

Desde maio de 2011, a UE baniu a exportação de armas e equipamentos que poderiam ser usado para "repressão interna" na Síria. Em julho, o bloco de 27 nações pediu aos membros que inspecionassem qualquer embarcação ou aeronave suspeita de levar armamentos para o país governado por Assad.

A França já levantou a possibilidade do envio de "armas de defesa" para rebeldes, apesar do aviso russo de que a operação poderia violar a lei internacional.

Um oficial da União Europeia disse na quinta-feira que permitir que o envio de armas apenas para os rebeldes, mas não ao regime, seria algo muito difícil de ser controlado. Por essa razão, é improvável que a UE mude as regras, disse a autoridade.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas não impôs qualquer embargo de armas à Síria, visto que Rússia e China se recusam a apoiar medidas duras contra Assad.

As informações são da Associated Press.

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, propôs nesta quinta-feira (15) que a Europa envie armamentos aos insurgentes sírios - uma proposta que teve uma recepção fria dos outros países europeus, que temem uma escalada ainda maior na guerra civil síria. Também nesta quinta-feira, o governo da Turquia reconheceu a Coalizão Nacional da Síria como "única representante do povo sírio", elevando para oito o número de países que desautorizam o governo do presidente Bashar Assad - a França e seis países árabes do Golfo Pérsico reconheceram os rebeldes sírios no começo desta semana. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, informou hoje que a guerra civil já deixou 39 mil mortos desde março de 2011.

Fabius disse que o embargo à venda de armas para a Síria, decretado pela União Europeia no ano passado, impede que os insurgentes se defendam. "Nós não devemos escalar o conflito...mas é inaceitável que as regiões libertadas sejam bombardeadas", disse o chanceler francês. Ele sugeriu que sejam enviadas "armas defensivas" aos insurgentes, ou seja, artilharia antiaérea. Ao comentar o discurso de Fabius, um diplomata europeu graduado afirmou que poderão ocorrer "longas discussões" antes que qualquer mudança ocorra no embargo de armas. O ministro da Defesa da Alemanha, Thomas de Maiziere, se mostrou cético a respeito da ideia de Fabius.

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O presidente da França anunciou hoje que no sábado terá uma reunião com o presidente da Coalizão Nacional da Síria, Ahmed Moaz al-Khatib. François Hollande receberá al-Khatib no Palácio do Eliseu em Paris.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia advertiu nesta quinta-feira os países que "apoiam a oposição síria" que eles praticarão uma "rude violação" das leis internacionais se enviarem armas aos insurgentes sírios. A Rússia é aliada do presidente sírio Bashar Assad.

Já o governo turco reconheceu nesta quinta-feira a Coalizão Nacional da Síria como legítima representante do povo sírio e pediu a todos os países muçulmanos que façam o mesmo. A Turquia abriga no momento mais de 120 mil refugiados sírios e tem sido diretamente afetada pela guerra civil no seu vizinho árabe. O reconhecimento da Turquia foi anunciado pelo chanceler turco Ahmet Davutoglu, enquanto participava de encontro da Organização de Cooperação Islâmica, no Djibuti, país do Leste da África.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faissal Muqdad, disse nesta quarta-feira que o encontro da oposição síria no Catar e a posterior unificação dos opositores na Coalizão Nacional da Síria (CNS), equivale a uma "declaração de guerra" contra o país. "O encontro em Doha foi uma declaração de guerra. Esses pessoas (os opositores) não querem resolver o problema de uma maneira pacífica, através das Nações Unidas", disse Muqdad em Damasco. Muqdad disse que o reconhecimento feito pela França dos insurgentes como "legítimos representantes" do povo sírio é algo "imoral".

"Me deixe explicar: isso foi uma postura imoral, porque justifica a matança dos sírios", disse Muqdad. "A França está apoiando assassinos, terroristas e encoraja a destruição da Síria", afirmou.

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As informações são da Dow Jones.

O Conselho de Cooperação do Golfo, que reúne seis países árabes do Golfo Pérsico, reconheceu nesta segunda-feira um novo grupo que reúne a oposição síria como legítimo representante do povo sírio, no primeiro endosso formal aos opositores que tentam derrubar o governo do presidente Bashar Assad. A Arábia e o Kuwait fazem parte do Conselho. No domingo, os vários grupos que fazem parte da oposição síria chegaram a um acordo para unificar a liderança, após uma semana de debates no Catar. O acordo também é apoiado pelos Estados Unidos e alguns países europeus.

Em comunicado, o Conselho de Cooperação do Golfo disse que oferecerá "apoio e endosso a esta entidade para que ela realize as aspirações e esperanças do povo sírio". O Conselho de Cooperação do Golfo é formado por Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos.

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As informações são da Associated Press.

Um caça da Força Aérea da Síria bombardeou uma área controlada pelos insurgentes nesta segunda-feira perto da fronteira com a Turquia, matando pelo menos 15 pessoas, disse um funcionário do governo turco. Um foguete foi disparado da Síria contra território turco, mais cedo, sem deixar vítimas. Um jornalista da Associated Press assistiu ao bombardeio, que ocorreu na cidade síria de Ras al-Ayn, na província de Al-Hasakah. Mais de vinte refugiados sírios feridos foram levados a hospitais turcos em Ceylanpinar, do outro lado da fronteira. Oito dos feridos morreram em Ceylanpinar. Também nesta segunda-feira, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho lançou um apelo de emergência por US$ 34 milhões a mais para alimentar 170 mil refugiados sírios que deverão estar na Turquia nos próximos meses. Até a semana passada, a Turquia abrigava 110 mil refugiados, mas o número deverá aumentar no inverno.

Nesta segunda-feira, tanques israelenses dispararam contra uma posição de artilharia do exército sírio nas Colinas de Golã, território sírio que Israel ocupa desde 1967. Foi o primeiro incidente entre tropas sírias e israelenses desde março de 2011, quando começou a revolta na Síria contra o governo do presidente Bashar Assad. Segundo os israelenses, os tanques dispararam após soldados sírios terem lançado um morteiro contra a parte israelense do Golã.

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"Nós estamos monitorando de perto a situação e responderemos de maneira apropriada. Não permitiremos que nossas fronteiras sejam violadas e nossos cidadãos atingidos", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após o incidente. Israel anexou o Golã, parte da província síria de Quneitra, e considera o território seu, embora pela lei internacional o Golã ainda seja considerado território sírio. A região atualmente é habitada por colonos israelenses e sírios Drusos.

O incidente começou nos vilarejos de Bir Ajam e Bariqa, no lado sírio da fronteira com Israel. Soldados sírios foram atacados por insurgentes e responderam ao fogo, aparentemente atingindo o lado israelense sem intenção. O Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo opositor sediado em Londres, confirmou que ocorreu um combate e rebeldes sírios foram mortos hoje em Bir Ajam, na província de Quneitra.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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