Recentemente eu li uma notícia que tratava do serviço de mapas do Google, o Google Maps. Lá falava-se que o serviço estava ficando popular demais para continuar gratuito.
Popular demais, neste caso, significa dizer que ele está consumindo muitos recursos fundamentais do Google (leia-se seus servidores) e, obviamente, custando alguns bons dólares (milhares?) aos cofres da gigante de busca.
Recursos estes que podemos tratar por armazenamento de dados para o serviço, armazenamento de dados dos usuários e suas ações junto ao serviço, poder computacional de processador, para executar todas as ações, para poder dar suporte a uma quantidade enorme de usuários e aplicações acessando/consumindo este serviço ao mesmo tempo em uma escala de milhões de acessos por dia.
Todos sabemos da política “eternamente grátis” do modelo de negócios (em destaque, porque falaremos disso mais a frente) do Google. Todos os seus serviços são gratuitos, basta se cadastrar, ter seu usuário e pronto, comece a usar tudo na nuvem. Gmail, Google Docs, Google Maps, GTalk... mas como já foi dito aqui, todo e qualquer serviço (que por natureza é um software) consome recursos computacionais diversos. E estes recursos, por sua vez, demandam custos. Desde custos de manutenção, aquisição, evolução (que são custos diretos) a custos de locação de espaço (para os datacenters) bem como a conta de energia elétrica para manter tudo ligado e, principalmente, resfriado.
Alguns rumores dão conta que a partir do dia primeiro de janeiro de 2012, desenvolvedores serão cobrados quando seus apicativos acessarem a API do Google Maps mais de 25 mil vezes em um dia e que a taxa cobrada seria de cerca de US$4,00 a cada mil acessos após os 25 mil.
Se o valor da taxa sera esse, ainda não sabemos, mas o certo é que essa mudança vai mesmo acontecer. Ter que cobrar as pessoas, mesmo que seja uma média de 0,35% dos usuários, segundo o Google relatou à BBC, é uma forma de assumir que o modelo do Maps tem problemas, ou que pelo menos ele não tem a eficiência em termos de escala. E para um serviço tão popular quanto o Google Maps, isso pode se tornar algo mais perigoso no futuro (BBC via BGR).
O que nos leva a uma importante pergunta: a mudança da plataforma da web, para uma instânica programável, que é possível desenvolver e disponibilizar novos produtos (serviceos) por meio da composição de produtos/serviços de terceiros necessita de uma quebra nos paradigmas também dos modelos de negócio, adotados até hoje?
E qual seria este modelo? Ou mais ainda, como chegar no valor final a ser cobrado? Como foi que o Google chegou nos 4 dólares (se é que são 4 mesmo e não 3,75 ou 5,25)? O que ele leva em consideração? O que é aferido e mais ainda como é aferido?
Um pote de ouro espera por quem sabe como dar estas respostas.
E mais uma informação para reflexão: O jogo Angry Birds, da Rovio, ultrapassou a marca de 500 milhões de downloads, que é um feito memorável mesmo para o jogo mais popular em dispositivos móveis. Dados da empresa afirmam que os usuários passam nele 300 milhões de minutos por dia! E, para informação, ele é um produto (serviceo de entretenimento?) gratuito nos dispositivos android, por exemplo.
Qual o modelo de negócio de Angry Birds? Não é só propaganda embutida. Hoje tem os royalties por uma série de produtos alternativos (de bichos de pelúcia a capas de travesseiro), mas tem muito mais por trás. Rumores dão conta que a Disney estaria fortemente interessada na construção de atrações temáticas dos famosos passarinhos…
Artigo escrito por Vinicius Cardoso Garcia - @vinicius3w