Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

Os Blogs Parceiros e Colunistas do Portal LeiaJá.com são formados por autores convidados pelo domínio notável das mais diversas áreas de conhecimento. Todos as publicações são de inteira responsabilidade de seus autores, da mesma forma que os comentários feitos pelos internautas.

A eleição presidencial de 2014

Adriano Oliveira, | seg, 10/10/2011 - 09:06
Compartilhar:

As eleições presidenciais brasileiras têm três características fundamentais desde 1994, quais sejam: 1) Eventos econômicos possibilitam o sucesso eleitoral do competidor; 2) Boas administrações elegem candidatos; 3) Presidente bem avaliado, em razão do bem-estar econômico dos eleitores, tem condições de eleger seu sucessor.

Em 1994, FHC foi eleito em razão do Plano Real, o qual gerou expectativas positivas junto aos eleitores quanto ao futuro do Brasil. Em 2002, FHC apoiou José Serra para presidente da República. A administração de FHC não estava bem avaliada e o momento econômico era ruim. Com isto, Lula foi eleito. O presidente Lula é reeleito em 2006, já que a sua administração estava bem avaliada e o momento econômico do País era bom.

Dilma é eleita presidenta da República com o apoio de Lula em 2010. O que motivou o sucesso eleitoral de Dilma? Presidente bem avaliado e bem-estar econômico do eleitor em razão do momento econômico.

Existe uma relação de causalidade e de correlação entre as seguintes variáveis: bem-estar econômico do eleitor e Avaliação da administração do presidente. Portanto, eleitores aprovam a administração do presidente quando estão satisfeitos com o seu bem-estar econômico.

Considerando o raciocínio simplista de quem bem-estar econômico possibilita a aprovação da administração dos presidentes da República, e em razão desta relação, presidentes podem ser reeleitos, adquiro condições de afirmar que: caso a administração de Dilma esteja bem avaliada em 2014, ela certamente será reeleita. Hipótese factível. Portanto, necessária, mas não suficiente para prognosticar o resultado da disputa presidencial de 2014.

Em 2014, o bem-estar econômico do eleitor importará. A aprovação do governo Dilma também. Mas outros fatores estarão presentes, os quais influenciarão a escolha do eleitor, quais sejam: 1) A ressaca do PT; 2) O fator Aécio Neves; 3) O fator Eduardo Campos; 4) O fator José Serra; 5) O fator Lula.

Considerável parte dos eleitores, mesmo diante do bem-estar econômico de uma administração bem avaliada, pode não mais desejar o PT no poder. Denomino este fenômeno de ressaca eleitoral. A ressaca eleitoral surge do longo tempo de um partido no poder. Em razão disto, os eleitores podem optar por um ator que venha a representar o novo, mas que não anule as conquistas do passado. Neste caso, Aécio Neves pode ser este novo ator.

Qual será a escolha de Eduardo Campos? O governador de Pernambuco pode ser vice de Dilma (Cenário remoto neste instante); Eduardo pode ser candidato à presidente (Cenário remoto neste instante); Eduardo pode vir a ser vice de Aécio (Cenário remoto neste instante).

Observem que não consigo definir, ainda, qual será a escolha de Eduardo Campos. Ressalto, entretanto, que se Eduardo for vice de Aécio, o candidato do PSDB ganha musculatura eleitoral, em razão das estratégias que podem ser criadas com o objetivo de explorar a associação entre Aécio e Eduardo.

Se José Serra for para o PSD? A possível candidatura de Aécio Neves será enfraquecida. Pois Aécio e Serra dividirão o mesmo universo de eleitores. Por isto, Serra precisa continuar no PSDB para fortalecer a candidatura de Aécio.

E Lula? Desconfio de que Lula teria a coragem, diante do possível não favoritismo de Dilma para reeleição, de apoiar uma terceira via na disputa presidencial. Quem pode representar a terceira via? Eduardo Campos. Caso isto venha a ocorrer, Dilma e Aécio perdem votos para Eduardo. Mas a indagação que surge é: é possível Eduardo desbancar eleitoralmente Aécio e Dilma? Neste instante não. Mas Cisnes Negros (Fatos não previsíveis) podem surgir.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

LeiaJá é um parceiro do Portal iG - Copyright. 2024. Todos os direitos reservados.

Carregando