Adriano Oliveira

Adriano Oliveira

Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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As novas demandas do eleitor e estratégias

Adriano Oliveira, | ter, 13/09/2011 - 11:20
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Bons livros nos trazem boas ideias e novas abordagens. Conclui o livro “Radiografia de uma derrota – O cómo Chile cambió sin que La Concertacion se diera cuenta”. O livro é do sociólogo Eugenio Tironi. Recomendo este livro aos estrategistas políticos.

O livro de Tironi analisa a derrota da Concertacion no Chile na última eleição presidencial e o sucesso eleitoral de Sebastian Piñera na disputa. A principal tese de Tironi é que os eleitores do Chile mudaram. Em razão disto, a Concertacion perdeu a eleição para presidente da República.

Eleitores mudam? Sim, esta é uma tese que infelizmente não é tratada com atenção por parte dos estrategistas políticos. Os eleitores que elegeram FHC em 1994 tinham determinadas demandas. Hoje, estes mesmos eleitores, e outros que surgiram possuem outras demandas. O desenvolvimento econômico e o aumento do nível de instrução possibilitam a mudança dos valores (Novas demandas) do eleitor.

Se os eleitores mudam os seus valores, eles podem modificar as suas preferências. Os candidatos precisam atender as novas exigências do eleitor. Através de pesquisas quantitativas e qualitativas é possível identificar as novas demandas do eleitorado.

Certamente, o PSDB, após a era FHC, não descobriu as novas demandas do eleitor. O PT descobriu e ofertou soluções para as novas demandas. A herança positiva de FHC foi, por sua vez, incorporada também pelo PT. Ou melhor: por Lula. Com isto, nasceu o lulismo.

Com FHC, os eleitores iniciaram o processo de aumento do consumo. Na era Lula, os eleitores aumentaram o consumo e passaram a adquirir bens não antes adquiridos. E com Dilma, o que ocorrerá? Os eleitores que viveram as eras Lula e FHC desejam a manutenção das conquistas econômicas. E mais alguma coisa!

Tenho a hipótese de que a era Dilma será caracterizada pela demanda (Maioria do eleitorado) por beleza (Cabeleireiros, Academias), turismo e produtos mais luxuosos. Além dos produtos e bens já consumidos. O eleitor brasileiro não aceitará que alguém ameaçe o seu bem-estar econômico e o seu poder de consumo. E os que ainda não adquiriram este bem-estar, lutarão por ele.

Existem também outras demandas, quais sejam: melhoria da oferta de bens públicos – segurança, saúde e educação. Além de obras de infraestrtutura. Se Dilma tiver condições – o sucesso do seu governo depende, obviamente, das conjunturas econômicas e políticas – de manter as conquistas do eleitor e atender às novas demandas surgidas, ela será competitiva em 2014.

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