No afã de ultrapassar logo o principal adversário, dar uma demonstração de força nas pesquisas e criar um clima entusiástico para levar a eleição logo no primeiro turno, a campanha de Geraldo Júlio incorre no primeiro erro crasso. De fato, parece estratégia de militante inconsequente a adoção de uma “campanha casada” que, escrachadamente, põe inserções do candidato a prefeito em seguida à propaganda “institucional” do governo estadual sobre o mesmo assunto – a saúde maravilhosa das UPAs e Upinhas.
Protagonista da campanha mais cara do Recife nos últimos anos, o PSB não precisava exagerar na dose. Parece coisa do extinto voto vinculado, na época em que o eleitor era obrigado, por lei, a votar no governador e no senador de uma mesma chapa. Agora, a reedição da vinculação quer induzir o cidadão a votar no prefeito para reeleger simbolicamente o governador. Será que Eduardo precisa mesmo disso?
Mesmo mirando 2014 e uma eventual candidatura para presidente, Eduardo Campos precisa reavaliar a oportunidade dessa campanha casada que vincula absolutamente o voto. Para a Justiça Eleitoral, pode soar como oportunismo e abuso de poder, através do explícito uso da máquina pública estadual e o aproveitamento de recursos públicos do cofre azul e branco dos pernambucanos para dar um empurrãozinho em Geraldo. Repito a pergunta: precisa disso?
Numa campanha que tem tudo para continuar indo bem, o atropelo do marketing pode causar grandes estragos. Quem teve a brilhante ideia de atrelar as campanhas do governo e do candidato? Será que Geraldo concordou, achando a ideia boa? O governador também? ficam as dúvidas.
A reação do PT foi dura e agora o caso vai para a Justiça. Será um duelo que ganhará a mídia nos bastidores dos tribunais, tudo por causa de uma polêmica completamente desnecessária para uma candidatura que ganha preciosos pontos na intenção de votos toda semana. Ou ganhava, até a primeira besteira colossal que pode caracterizar campanha irregular, e despertar o eleitor para a forçada de barra.
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