Ricardo Antunes

Ricardo Antunes

Política com Inteligência

Perfil: Jornalista, formado pela UFPE com especializaação em jornalismo politico pela Universidade de Brasília e Georgetow University (EUA). Passou pelas principais redações de Recife e Brasília e foi observador eleitoral pela OEA.

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A herança de Lula, a resposta de Dilma e o medo que une FHC ao PT

Ricardo Antunes, | qua, 05/09/2012 - 10:26
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A polêmica instalada entre o PT e o PSDB em virtude de artigo publicado pelo ex-presidente Fernando Henrique sobre a “herança pesada” de Lula para Dilma Rousseff foi exatamente o efeito esperado pelos tucanos. Com um simples artigo de jornal, a resposta de Dilma engoliu a corda e trouxe de volta a polarização que o PSDB vê se perder em São Paulo, ameaçando fortemente não apenas a eleição de José Serra à prefeitura da capital paulista, mas a própria importância do partido na configuração de forças da política nacional.

Dilma sabe que a herança do governo Lula é de fato pesada. E tem penado para administrar o rescaldo de uma gestão frouxa, tanto do ponto de vista da ética quanto do orçamento. A resposta contundente, que chegou ao ataque a FHC, numa nota escrita provavelmente pelos assessores de Lula, foi considerada necessária pela cúpula partidária devido ao contexto eleitoral.

E assim o PT mordeu a isca lançada pelo PSDB, numa tentativa de resgatar do fundo do mar a viabilidade da candidatura Serra. A falta de renovação de quadros é nítida na oposição brasileira, e o que já aconteceu com o DEM se repete no ninho dos tucanos: o envelhecimento das lideranças provoca o desgaste da imagem e o mau desempenho nas urnas.

Esse é o grande medo de FHC. E foi o que o levou a publicar um artigo que não diz nada de novo, apenas para reacender a chama de uma disputa antiga pelo poder. Como o eleitor de São Paulo parece cansado dela, tucanos e petistas podem estar gastando as últimas fichas de credibilidade ao embarcarem na velha troca de farpas, aumentando ainda mais as chances do azarão Russomano.

E abrindo a guarda para novas investidas, nos estados e na eleição presidencial, em 2014. O governador Eduardo Campos está de olho arregalado, adorando tudo.

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