Humberto Costa

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Papo Político

Perfil: Médico, jornalista, ex-ministro da saúde e hoje senador por Pernambuco, Humberto Costa atua como líder do PT e do bloco de apoio ao governo no Senado Federal.

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Pela chuva de ações

Humberto Costa, | sex, 27/04/2012 - 16:50
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Tive a oportunidade na Tribuna do Senado sobre a questão da seca que vem castigando o Nordeste brasileiro, parte de Minas Gerais, e o nosso Pernambuco, em especial algumas regiões do Sertão e do Agreste. Desde o final do ano passado, essas regiões do Estado sofrem com a falta de chuvas e as perspectivas ainda são piores: em maio começa o período de estiagem natural. Como disse o governador Eduardo Campos, no último dia 23, em Sergipe, na reunião da presidenta Dilma com os governadores do Nordeste, o problema “está só começando”. Estima-se que este ano a seca afetará 90% da região semiárida do País, ou mais de 1.100 municípios dos nove estados nordestinos e do norte do estado de Minas Gerais.

Por isso, essa deve ser agora uma preocupação de todos: Governo Federal, estados, municípios, Congresso Nacional.  A vida de milhares de pessoas e o desenvolvimento da nossa Região está em jogo. Estamos falando de falta de água para o consumo humano, para o consumo animal, para as lavouras. Falamos também do abandono de terras que se tornam improdutivas e da migração para as cidades litorâneas.

Segundo nota técnica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) denominada “Estiagem do Nordeste do Brasil no início de 2012”, em Petrolina, por exemplo, choveu apenas um dia em março. Nesse período chuvoso, de outubro a março, as precipitações ficaram 75% abaixo da média esperada na maior parte do Sertão pernambucano – segundo informou o governo do Estado. Nas áreas onde houve mais chuvas, essa queda foi de 50%.

Os reservatórios de água do Agreste e Sertão pernambucano estão com níveis muito abaixo do esperado. O normal, para essa época do ano, é que o volume disponível estivesse igual ou próximo a 100%. Mas, hoje apenas 23 reservatórios se encontram com volumes acumulados superiores a 50% das suas capacidades máximas. Outros 20 estão com 10% a 30% das suas capacidades e 13 reservatórios se encontram com menos de 10%, dos quais quatro estão completamente secos.

Por isso, precisamos pensar em medidas urgentes, como o gerenciamento eficiente desses mananciais para evitar perdas e garantir o atendimento prioritário aos sistemas de abastecimento de água dos distritos e sedes municipais. Uma das boas medidas anunciadas disponibilizará R$ 200 milhões para a criação do programa bolsa-estiagem, que será destinada a agricultores que sofrem com os problemas e não tem garantia financeira. Mas é preciso mais. É preciso atentar a todos para o fato e criar uma corrente de solidariedade. Neste momento, como diz o ditado, toda ajuda é bem vinda.  

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