Unidade foi a tônica da festa de confraternização do senador Armando Monteiro (PTB), provável candidato das oposições ao Governo do Estado em 2018, na sexta-feira passada, reunindo uma penca de correligionários e lideranças que em 2012 estiveram no palanque do governador Paulo Câmara, como o ministro Mendonça Filho (Educação), o ex-governador João Lyra Neto, que fez a travessia do PSB para o PSDB, e o deputado tucano Daniel Coelho.
De surpresa, mesmo estando hoje sem mandato, o ex-governador Roberto Magalhães, do DEM. Também foram vistos por lá a prefeita eleita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), o ex-governador Joaquim Francisco, a deputada estadual Priscila Krause e os dois principais líderes do PT no Estado – senador Humberto Costa e João Paulo, que perdeu em segundo turno a eleição no Recife para Geraldo Júlio. Entre as forças que Armando flerta para 2018 só faltou o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Já com a cabeça no projeto majoritário, Armando tem endurecido o discurso em relação ao Governo Paulo Câmara. Falando com os jornalistas convidados para o convescote, voltou a bater duro na gestão estadual. “Temos governo, mas não temos governador”, afirmou, adiantando que de tão acéfalo o Estado está mergulhado numa crise de segurança pública que levou o Exército às ruas.
“Mesmo com tanques nas ruas, a população não sai às ruas tranquila porque há um déficit de confiança no governador”, disse ele. Durante a fala, o senador só reconheceu avanços no Estado na área de Educação, mas atribuiu às políticas implementadas lá atrás pelo ex-governador Eduardo Campos. “A saúde está um caos”, acrescentou, no mesmo tom.
O projeto de Armando é montar uma aliança que agregue todo o conjunto das forças desapontadas e distanciadas do Governo de Câmara. A unidade das oposições vai depender do cenário nacional e pode não ser exitosa se o senador preferir se compuser com o PSDB e o DEM, abrindo em sua chapa espaços para Mendonça e Bruno disputarem o Senado.
Neste caso, elimina-se de supetão o PT, que deve procurar alternativa para o Estado dependendo do candidato que venha a entrar na briga pelo Palácio do Planalto. Se isso ocorrer, pode ser até bom para Armando, porque na eleição de 2012 o PT puxou sua candidatura para baixo. O que passa pela sua cabeça é a montagem de uma coligação de centro com tucanos e democratas, longe do cordão vermelho.
INCOMPETÊNCIA– Em meio à polêmica da rejeição das suas contas de campanha, o prefeito reeleito Geraldo Júlio (PSB) será diplomado, hoje, junto com os 39 vereadores eleitos, em sessão marcada para as 16 horas, no Centro de Convenções. A pendenga das contas, que caiu como uma bomba, ele deve creditar à incompetência da sua equipe jurídica, responsável pela elaboração do relatório. Bons entendedores da lei sabem os melhores caminhos para evitar conflitos e embaraços na justiça eleitoral.
Razão da ausência – O ministro das Cidades, Bruno Araújo, certamente ficou longe da confraternização de Armando Monteiro porque está sendo paparicado também pelo PSB com vistas a uma composição para o Senado na chapa de reeleição do governador Paulo Câmara. Apadrinhado para o primeiro escalão de Temer pelo senador Aécio Neves, Araújo não tem autonomia para uma decisão isolada no Estado, separando a sucessão estadual do plano nacional.
Incentivo à sulanca – Representante do polo de confecções na Assembleia, o primeiro-secretário Diogo Moraes (PSB) prestigiou a cerimônia de sanção do projeto que simplifica o regime tributário de empresas do segmento. Com a iniciativa do governador Paulo Câmara, os estabelecimentos comerciais e industriais vão ter a cobrança do ICMS antecipada para o momento da aquisição da matéria-prima. A medida visa simplificar o processo tanto para o empreendedor em dia com o fisco estadual quanto para os comerciantes informais, que ganham incentivos para se regularizarem.
Prefeito relapso– O prefeito de Casa Nova (BA), Wilson Cota (PMDB), tomou Doril. Sem pagar o salário de novembro, dezembro, 13º dos contratados e dezembro dos efetivos e com fornecedores reclamando a situação da Prefeitura, Cota repassará um município no caos. “Não tivemos acesso às informações da administração e o que sabemos, por conversa dos servidores, é que não foram pagos os salários dos contratados e efetivos. Não temos ainda respaldo legal para pedir bloqueio das contas”, disse o prefeito eleito Wilker Torres (PSB).
Dinheiro do leite– O governador Paulo Câmara liberou mais R$ 6 milhões para o secretário de Agricultura, Nilton Mota, pagar aos produtores de leite e lacticínios. Segundo Mota, o Governo já liberou R$ 45 milhões para manter o programa, presente em 174 municípios. “Esse é um programa exitoso, que vem sendo executado com muito empenho na gestão do governador Paulo Câmara, garantindo acesso a um alimento de qualidade às pessoas em estado de insegurança alimentar e nutricional. Outro fator importante é o fortalecimento da cadeia produtiva do leite e a promoção da inclusão social no campo, garantindo a compra do leite dos pequenos agricultores”, afirmou o secretário.
CURTAS
DIPLOMAÇÃO- O prefeito eleito de Olinda, Professor Lupércio (SD), e o seu vice Márcio Botelho, serão diplomados, hoje, às 15 horas, no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções. Lupércio derrotou o advogado Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador Eduardo Campos. O parlamentar conseguiu 120.225 votos no segundo turno, resultado equivalente a 57,04% dos votos válidos.
TREM DA ALEGRIA- O prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), sofreu mais uma derrota no Tribunal de Contas do Estado: mais de 80 contratos temporários com servidores no exercício de 2014 foram considerados ilegais. Com isso, sofrerá uma multa e outras penalidades. O “trem da alegria” chegou a ser denunciado na campanha pelo candidato do PT, Emídio Vasconcelos.
Perguntar não ofende: Geraldo ganha o recurso para aprovar as suas contas de campanha?