Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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Pontos polêmicos do confronto

Magno Martins, | sex, 12/05/2017 - 09:15
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Alguns pontos de maior confronto no depoimento de Lula a Moro ainda repercutem. Um deles é um momento em que Moro pergunta se Lula sabia ou desconfiava de um esquema de corrupção na Petrobras e de que diretores recebiam propina. O petista respondeu que não sabia e emendou que Moro, o Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa também não sabiam e que ele só tomou ciência da corrupção quando a Lava Jato captou conversas entre o doleiro Alberto Yousseff e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Moro revidou, afirmando que ele não tinha nada a ver com a Petrobras, mas que o presidente da República tinha. Lula rebateu, dizendo que foi Moro quem mandou soltar e grampear Yousseff e que, portanto, os fatos foram descobertos a partir daí. O juiz fez um adendo dizendo que também mandara prender o doleiro.

Houve chumbo trocado quando Moro repreendeu Lula pelo petista ter dito que poderia mandar prender quem teria mentido a respeito dele. Lula admitiu que foi uma frase infeliz, dizendo ter sido uma força de expressão no palanque. Moro falou que Lula talvez não devesse fazer aquele tipo de declaração. Lula respondeu que todos ali precisavam tomar cuidado com suas declarações e se queixou de o juiz ter divulgado conversas pessoais dele com familiares e a mulher, Mariza Letícia, que morreu em fevereiro. Num outro momento, Lula falou que tinha profunda mágoa por ações de Moro em relação à divulgação dessas conversas.

Moro teve um bom desempenho quando questionou Lula sobre o encontro com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. O juiz quis saber por que Lula decidiu encontrá-lo. Foi um momento em que Moro conseguiu que Lula falasse que havia sido por intermédio de João Vaccari, ex-tesoureiro do PT preso em Curitiba, obtendo palavras do ex-presidente que confirmavam em parte um depoimento recente de Duque.

Foi um ponto alto de Moro. Durante todo o depoimento, ficou claro o destaque de Moro, que se sobressai em relação aos membros do Ministério Público, cujos representantes falaram muito pouco na comparação com o juiz. Moro e o Ministério Público perguntaram se Lula se sentia responsável pelo esquema de corrupção, direta ou indiretamente.

Lula disse que não tinha responsabilidade nem se sentia responsável, afirmando que havia um processo de indicação política de partidos que compõem o governo que o levou a apontar tais diretores para o Conselho de Administração aprovar ou não o ingresso no comando executivo da Petrobras. O petista foge do objetivo de Moro de arrancar uma confissão de responsabilidade, ainda que administrativa, apesar da insistência do juiz e, depois, de procuradores da República.

O APARATO– O prédio da Justiça Federal em Curitiba, onde Lula depôs quarta-feira passada, foi isolado pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Paraná. Centenas de policiais, incluindo a Tropa de Choque, bloquearam um perímetro de 150 m ao redor do local. Além dos homens no chão, o aparato teve sobrevoos de quatro helicópteros e atiradores da Polícia Federal em cima do prédio. A Polícia Rodoviária Federal abordou 92 ônibus de outros Estados e 76 do Interior. Só um foi retido. Já ato pró-lula contou com a presença de artistas, como a atriz Renta Sorrah, que está com peça na cidade.

Advogados em estado de euforia– Os advogados do ex-presidente Lula comemoraram o desempenho dele no cara a cara com Sérgio Moro. “Ele foi enfático e direto. Disse que o estão acusando sem provas e que o imóvel não lhe pertence”, afirmou o advogado José Batochio. Para ele, a maioria das perguntas que Moro fez fugiu ao âmbito da acusação, que era o triplex.

Sabia de tudo – O marqueteiro João Santana afirmou em depoimento em delação premiada à Procuradoria-Geral da República que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento dos pagamentos "por fora" feitos à empresa dele no exterior. Segundo João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais a presidente de Lula em 2006 e 2010 e de Dilma Rousseff em 2014, o ex-ministro Antonio Palocci sempre afirmava que as "decisões definitivas" dependiam da "palavra final do chefe". Santana disse ter participado de encontro

Três convocações– O Ministério Público Federal (MPF) pediu, ontem, ao juiz Sergio Moro que três pessoas citadas em depoimentos na ação penal do triplex do Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato, sejam ouvidas antes da fase de alegações finais. São eles: Joilson Santos Goes, funcionário da OAS Empreendimentos, Jéssica Monteiro Malzone, ex-funcionária da OAS Empreendimentos e Márcio Faria, ex-executivo do Grupo Odebrecht. Segundo o MPF, Joilson Santos Goes foi mencionado em mensagens sobre a criação de centros de custos pela OAS -- incluindo o nomeado "Zeca Pagodinho", para a qual eram direcionadas as despesas com a reforma do triplex. As menções a Goes, diz a Procuradoria, foram feitas pelo dono da OAS, Léo Pinheiro, em seu interrogatório.

A vez da Zona da Mata– O governador Paulo Câmara promove mais dois seminários da série “Pernambuco em ação” desta feita na Zona da Mata. Hoje, em Carpina, reúne os municípios da Mata Norte e amanhã em Palmares, a Mata Sul. Com isso, para fechar o calendário em todas as regiões do Estado ficam faltando o Agreste, em Caruaru, e o Sertão do São Francisco, em Petrolina. O último está agendado para contemplar os municípios da Região Metropolitana do Recife.

CURTAS

OPOSIÇÃO– Já a bancada de oposição vasculhou as ações do Governo no Sertão do Araripe, passando nos municípios em que o governador esteve na semana passada, como Araripina e Ouricuri. Na semana que vez, deve agendar Carpina e Palmares. É sempre assim: a agenda sempre vai ao encalço dos municípios antes visitados pelo governador.

CONDENADOS– A Justiça do Rio condenou a ex-governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, e o ex-secretário de Comunicação, Ricardo Bruno, a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, por improbidade administrativa. A decisão da 15ª Câmara Cível, por unanimidade, acatou pedido do Ministério Público do Rio (MP-RJ). Os dois informaram que vão recorrer.

Perguntar não ofende: Quem venceu o duelo: Lula ou Moro?

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