Se você não entendeu o título, provavelmente tem algum lapso de memória ou é tão jovem que não chegou a assistir, ao menos uma vez, o "incrível" filme "Os Incríveis" (The Incredibles, 2004), que marcou uma geração, ou melhor, várias gerações.
Mas, superado o título e já deixando claro a paixão deste jornalista pelo filme, a família do senhor incrível, que vive sob a identidade secreta de Beto (Roberto) Pera [na versão brasileira], começa esta aventura em "Os Incríveis 2" exatamente no momento em que o primeiro filme terminou, 14 anos atrás. Esta continuidade temporal traz uma continuidade narrativa que agregou muito ao filme e o deixou tão bom (ou até melhor) que o original.
E esse ponto, da qualidade, sempre foi o argumento do diretor e roteirista Brad Bird para não ter feito o filme antes. Ele sempre disse que só faria uma continuação se esta fosse realmente "incrível". E, na minha opinião, ela realmente é.
A história, que ao mesmo tempo agrada crianças e adultos, mostra os desafios dos heróis, ainda vivendo na clandestinidade e se dividindo entre as obrigações de "salvar o mundo" e de cuidar da família. O foco é na Mulher Elástica, que precisa deixar o cuidado dos filhos para "trabalhar fora" e enfrentar supervilões enquanto tenta reestabelecer o papel dos heróis na sociedade.
E o filme é realmente fantástico no que se propõe. Tem uma linguagem leve e intrigante, um visual "nostáugico" e ao mesmo tempo moderno e elegante, e vem cheio de referências que provocam deleite para quem assistiu o primeiro filme [algumas centenas de vezes, inclusive] sem complicar a interpretação de quem nunca fora apresentado aos personagens, se é que existe alguém assim no mundo moderno.
Os desafios do Senhor Incrível como "dono de casa", as constantes "inconstâncias" dos poderes do Zezé e as brilhantes interações com o Gelado e a impagável "Edna Moldes" são apenas alguns dos pontos positivos secundários do filme.
A esta altura, acredito que quase todo mundo já viu o filme, afinal, além de liderar as bilheterias brasileiras dos últimos finas de semana, o filme já é o oitavo maior faturamento do ano nos cinemas brasileiros, mas para quem ainda não viu ou para quem quer continuar no clima enquanto volta pro cinema ou aguarda o lançamento no circuito de home video, vale conferir o trailer novamente.
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