Trump comanda Casa Branca como 'chefe da máfia'
Afirmação foi feira pelo ex-diretor do FBI James Comey em seu livro de memórias
| sex, 13/04/2018 - 07:14
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é um mentiroso inveterado que submete seu pessoal a um código de lealdade que o faz parecer um "chefe da máfia", afirma o ex-diretor do FBI James Comey em seu livro de memórias.
Trechos do esperado livro "A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership" (Uma lealdade maior: verdade, mentiras e liderança) vazaram nesta quinta-feira (12) para a imprensa americana, dias antes de seu lançamento, na terça-feira.
As reuniões com Trump "me faziam lembrar da minha carreira anterior como procurador contra a máfia", escreve Comey, que foi demitido por Trump em maio de 2017.
"O círculo silencioso de consentimento. O chefe no completo controle. Os juramentos de lealdade. Os Estados Unidos contra o resto do mundo. Mentir sobre tudo, coisas grandes e pequenas, a serviço de um código de lealdade que coloca a organização acima da moralidade e da verdade".
Segundo Comey, citado pelo jornal The Washington Post, o presidente vive "em um casulo de realidade alternativa", para o qual tenta atrair outras pessoas. "O presidente não tem ética e está desconectado da verdade e dos valores institucionais", escreve Comey, de acordo com The New York Times.
"Sua liderança é transacional, impulsionada pelo ego e sobre lealdade pessoal". Segundo The New York Post, o livro revela ainda que Trump tinha obsessão sobre a suposta existência de um vídeo no qual prostitutas russas urinam em uma cama de hotel em Moscou em 2013 onde ele estaria.
O vídeo, citado por um ex-agente britânico durante contatos com adversários do então candidato republicano, foi considerado crível pela Inteligência americana, mas sua autenticidade acabou finalmente questionada.
De acordo com Comey, o presidente pediu que investigasse "o que chamou de golden shower (chuva dourada)", e estava determinado a provar a sua mulher, Melania, que o tal vídeo não existia. "Me explicou porque (o vídeo) não poderia ser verdadeiro e que queria a investigação para provar que era uma mentira".