Riscos ao PSB

Adriano Oliveira, | ter, 26/02/2013 - 11:48
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Após a reeleição do governador Eduardo Campos, construí a hipótese, a qual paulatinamente é comprovada, de que ele disputará a eleição para presidente da República em 2014. Esta hipótese está assentada em quatro possibilidades: A) possibilidade 1: Eduardo vice de Dilma Rousseff; B) Possibilidade 2: Eduardo candidato a senador ou a deputado federal; C) Possibilidade 3: Eduardo não é candidato a nada; D) Possibilidade 4: Eduardo é candidato a presidente. Mostrei em variados artigos, através da ferramenta Teoria dos Jogos, de que a melhor escolha para o governador de Pernambuco é a candidatura presidencial em 2014.

No início deste ano, apresentei outra hipótese: em razão de um cenário com variadas candidaturas, vislumbro a possibilidade de Eduardo Campos disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff. As múltiplas candidaturas interferirão no crescimento da candidatura de Dilma e fragmentarão o eleitorado, por consequência, dois a três candidatos disputarão a ida para o segundo turno.

Analise eleitoral que se preza, não deve apenas se encantar com o entusiasmo gerado pelas notícias. Diante do entusiasmo, é adequado que a análise do futuro processo eleitoral apresente os riscos que ameaçam o sucesso da candidatura de Eduardo Campos à presidente da República em 2014. Através da identificação dos riscos é possível a construção de estratégias que inibam os efeitos destes ou os evite. Diante disto, observo quatros riscos iminentes à candidatura presidencial do PSB e o seu possível sucesso. Quais sejam:

1.      Tempo de televisão: No sistema eleitoral brasileiro, o tempo da propaganda partidária é construído a partir do número de partidos presente na coligação. Sendo assim, quanto partidos apoiarão à candidatura de Eduardo Campos à presidente? Neste instante, dois partidos aparecem como principais aliados: o PPS e o PDT. P orém, o primeiro também é disputado por Aécio Neves e o segundo está na base de Dilma e lá poderá permanecer. Observo que o PSD não é uma incógnita. Os eventos recentes mostram que ele apoiará a eleição da presidenta. Diante disto, constato que o diminuto tempo de propaganda na TV é um risco (ameaça) para o possível sucesso eleitoral do PSB na disputa presidencial;

2.      Efeitos do lulismo: Lula está na memória positiva dos brasileiros. Portanto, ele é uma lembrança positiva para parte dos eleitores. Contudo, tenho a hipótese de que o lulismo não mais incentiva parte da escolha dos eleitores. Ma s se esta hipótese não for fortemente verdadeira? Se assim for, diante da disposição de Lula em participar do projeto da reeleição de Dilma, o PSB terá dificuldades em se apresentar como um partido que ajudou Lula a governar o Brasil.

3.      Gestão de Geraldo Júlio: A ancoragem eleitoral proporcionada pelo apoio do governador Eduardo Campos contribuiu para o sucesso eleitoral de Geraldo Júlio na última eleição municipal. Em razão de um gestor mal avaliado, o atual prefeito do Recife assumiu a prefeitura diante da esperança e da expectativa positiva do eleitor recifense. O governador Eduardo Campos se apresenta para o País como um gestor moderno e que se preocupa com a eficiência da máquina pública. Portanto, caso em 2014 a gestão de Geraldo Júlio não esteja fortemente bem avaliada, a oposição nos âmbitos local e nacional o questionará e este questionamento poderá ter consequências junto à credibilidade do discurso do candidato Eduardo Campos;

4.      Candidato ao governo de Pernambuco: neste instante, o PTB, ou melhor, o senador Armando Monteiro, é um ator estratégico na disputa estadual de 2014 em virtude de que ele poderá conquistar variados apoios eleitorais, dentre os quais, o do PT e o do PMDB. Se Armando Monteiro for candidato a governador com o apoio destes dois partidos, ou apenas do PT, neste caso, com o forte apoio de Dilma e de Lula, vislumbro acirrada disputa eleitoral com o candidato do PSB. E desta forte disputa, não se deve desprezar a diminuição da amplitude da vitória (ou a vitória) em Pernambuco do candidato Eduardo na disputa presidencial. Não descarto a possibilidade de Armando conquistar o apoio do PSB. Mas observo que a sua candidatura ao governo é um risco, neste instante, para o PSB.     

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