PGM: estudantes voltam ao Brasil e contam a experiência

Três anos após início do programa, alunos comentam a experiência obtida nas viagens de intercâmbio

por Danilo Galindo | ter, 04/03/2014 - 14:00
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Viajar é uma das maneiras mais fáceis de ganhar o mundo. Esse proveito, em um sentido metafórico, significa absorver das melhores formas tudo o que o contato com outras culturas pode proporcionar. No âmbito da educação, os programas de intercâmbio oferecem aos estudantes essa oportunidade de troca de experiências e é uma das alternativas mais procuradas por quem procura crescer na carreira profissional.

Entretanto, a realidade de maioria dos estudantes do Brasil impede que eles possam ser beneficiados com um intercâmbio. Pensando nisso, o governo de Pernambuco, desde 2011, oferece aos alunos da rede pública de Pernambuco a oportunidade de viajar para outros países através do Programa Ganhe o Mundo (PGM). Nos três anos em atividade, já embarcaram para cursos de língua estrangeira cerca de 2,2 mil estudantes. Em 2014, até o final de fevereiro, 465 pessoas já viajaram, de um total de 1.600 previstos até o fim do ano. Os beneficiados com o programa têm como destino países como Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Chile, Espanha e Uruguai.

A estudante Karla Godoy, 17 anos, foi uma das pessoas que viajaram através do Programa. Em 2012, ela embarcou para Washington, Estados Unidos, para um curso de inglês de seis meses. De volta ao Brasil há mais de um ano, Karla descreve a experiência da viagem como inesquecível. “O Ganhe o Mundo foi o que realmente me fez decidir o que queria, foi um divisor de águas. No intercâmbio você se desenvolve em todos os aspectos que pode como humano, como pessoa. Foi maravilhoso”, comenta.

Karla se formou no ano de 2013 na Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães (Etepam), em design de interiores, e foi aprovada no vestibular para o curso de ciências políticas da Universidade Federal de Pernambuco. A escolha pela graduação veio a partir da experiência da viagem. “Eu gostei muito de ter contato com outras culturas, com outras pessoas, então eu pensei em fazer algo que me desse essa oportunidade. Antes do intercâmbio eu não sabia o que fazer”, diz.

Recentemente, a estudante teve um artigo aprovado na 25ª Conferência Internacional de Ensino e Aprendizagem Universitária, que acontece em março na Flórida, Estados Unidos. O artigo é sobre a Life Up, célula empreendedora desenvolvida por alunos da Etepam que, no ano de 2014, foi campeã da Imagine Cup, torneio mundial de computação promovido anualmente pela Microsoft. O time da escola foi o primeiro colocado na categoria Cidadania Mundial com o jogo Can Game, desenvolvido para auxiliar no aprendizado de crianças autistas.

A mãe de Karla, Marcia Godoy, 41 anos, afirma que a oportunidade oferecida pelo PGM é muito importante. Márcia, que trabalha como técnica de enfermagem, viu a segunda filha viajar e a apoiou em todos os momentos. “Tive muito medo, como mãe, mas eu sempre achei que ela deveria crescer. Eu não poderia dar essa oportunidade a ela, então seria bobagem minha não deixá-la ir. Eu sempre falei que elas podem ir para todo lugar que quiserem, mas não tinha condições de arcar com uma viagem. Quando surgiu a oportunidade eu disse para ela ir”, comenta. “Eu gostaria que outras pessoas pudessem ter essa oportunidade, que minhas outras duas filhas também viajassem. Com certeza a vida de Karla vai ser melhor que a minha, pelas oportunidades que ela teve e eu não tive. Então se outras mães puderem ir em busca disso, com certeza os filhos vão crescer e se tornarem pessoas muito inteligentes”, finaliza.

A experiência posta em prática

Um grupo de 50 ex-intercambistas do Programa, participará da Brazil National Tourism Mart (BNTM 2014), que acontece entre os dias 27 e 30 de março na Arena Pernambuco. Eles vão trabalhar como voluntários de informações bilíngues. Em 2013, nove estudantes do interior do estado que também participaram do PGM trabalharam como agentes bilíngues no Festival Nação Cultural.

Karla também participou de um do Pernambuco no Clima, trabalhando como intérprete bilíngue. No evento, os estudantes que participaram do Ganhe o Mundo tiveram a missão de recepcionar e repassar informações nas línguas inglesa e espanhola aos convidados que participaram da conferência.

Os estudantes também foram chamados para participar de programas na Copa das Confederações. Karla contou que foi chamada para trabalhar como voluntária na Copa do Mundo 2014, mas ainda não sabe se vai participar.

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