O ex-gerente-geral de Implementação de Empreendimentos da Refinaria Abreu e Lima (Renest), Glauco Colepicolo Legati, será ouvido na próxima quarta-feira (26) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as irregularidades na Petrobras. Colepicolo integrava até a última semana o grupo de gestores da Renest, localizada em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR), mas foi afastado após investigações conduzidas pela própria estatal sobre o envolvimento de funcionários em irregularidades nos projetos das áreas de Engenharia e Abastecimento.
Em nota publicada no último dia 19, a Petrobras informou que promove mudanças no quadro gerencial como resultado das comissões internas de apuração que apontaram o não cumprimento de procedimentos normativos internos. Também de acordo com a nota, não houve demissões porque não há, por enquanto, evidências de “dolo, má-fé ou recebimento de benefícios por parte desses empregados”. A Petrobras não divulgou o nome dos servidores.
A CPMI investiga denúncias de superfaturamento nas obras de Abreu e Lima. Ao depor à CPI da Petrobras no Senado, em 16 de julho, o ex-gerente negou a existência de erro de projeto ou superfaturamento na obra. Um dos motivos do afastamento da equipe de chefia da estatal foi por ele ter feito parte da equipe de trabalho do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mediador do esquema de propina realizado entre a empresa e o doleiro Alberto Youssef.
De acordo com ele, a unidade tinha na época 88,5% de execução física e a operação seria iniciada no fim deste ano, com capacidade para processar mais de 200 mil barris diários. Investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a refinaria teve, em 2005, o seu custo estimado pela Petrobras em US$ 2,5 bilhões. Mas, segundo a própria estatal, até sua conclusão deve sair por quase US$ 20 bilhões.
Além de Glauco, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, também será ouvida pelo colegiado. Ela deverá tratar da segurança nas plataformas de petróleo. Magda também já depôs à CPI da Petrobras no Senado e disse que o índice de acidentes graves em plataformas de petróleo no Brasil está abaixo da média mundial. Para ela, o que existe em termos de gestão de segurança no Brasil é o que há de mais moderno no mundo.