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A 11ª Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto) não está agradando no quesito venda. Os estandes da Feira Literária, montados no Colégio São Bento, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, estão recebendo poucos compradores e é visível o aspecto vazio dos dois espaços montados para a comercialização de obras literárias.
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Os cordelistas Abraão Batista e Hamuráabi Batista, pai e filho, vieram do Ceará comercializar seus títulos na Festa, mas não obtiveram muito sucesso. “São quatro dias de evento e eu vendi cerca de 1% do que trouxe”, contou Hamuáabi, que explicou vender menos de 100 dos cerca de cinco mil cordéis trazidos. Ele disse que crê que o fracasso na comercialização se deve pelo fato de que “quem tem dinheiro não gosta de ler e quem tem gosto pela leitura não tem dinheiro”. Seu pai, Abraão, já disse que a falta de investimento na Fliporto também influencia para as baixas vendas. “A briga e o jogo político entre as companhias de livros fez com que os investimentos não existissem da mesma forma que antes”, contou Abraão, que também relembrou os primeiros eventos. “Antes, os eventos literários de Pernambuco eram os melhores. Agora, são os piores”, finalizou.
O representante da editora Savoy, Éder Moraes, também reclamou das baixas vendas. “Não dá nem para cobrir o investimento”, disse. O estande de R$ 12 mil vai ser pago com dinheiro da editora de outras vendas, menos da Fliporto. “Até agora, vendemos R$ 500 por dia. Não dá pra tirar o que pagamos com o local, além de transporte, alimentação e hospedagem e pedágio, já que viemos de São Paulo”, explicou.
Embora esteja com loja mais movimentada que as demais citadas, o representante da editora Desafio, José Carlos Lima, também não está totalmente satisfeito com o evento. “Houve pouca divulgação e não tem muita gente, o público é pouco. E se não tem público, não tem venda”, disse. Mesmo diante das poucas vendas, José Carlos está esperançoso. “Espero que para o último dia haja mais movimentação. É isso o que estou prevendo que vai acontecer”, finalizou.
Maioria dos visitantes da Fliporto aprova o novo espaço
Da Praça do Carmo para o Colégio São Bento. Essa foi a mudança de local que a Fliporto fez dos anos anteriores para este ano. Apesar de ir de um lugar público para um privado, a maioria dos visitantes com quem a reportagem do Portal LeiaJá conversou, aprovou a mudança por ser mais seguro.
A administradora Patrícia Rabelo aprovou o novo local como sendo um espaço mais seguro e confortável. “Eu prefiro aqui do que no antigo espaço. Principalmente pela segurança. Além disso, aqui tem sombra e é mais confortável”, comentou.
Os amigos Pablo Weslley Silva, 14, e Elder Henrique Bezerra, 16, também preferiram o ambiente “confortável e climatizado” para as compras. “Somente pelo cheiro do ar condicionado no calor de Pernambuco já me satisfez aqui”, brincou Pablo. “Além disso, aqui dentro é mais seguro em tempos de grande violência”, completou Elder.
Apesar de a grande maioria aprovar a saída da Fliporto da Praça do Carmo para o Colégio São Bento, nem todos foram agradados pela mudança. A educadora social Patrícia Matos achou uma perda cultural. “Ao ar livre tínhamos os artistas que faziam manifestações culturais, os estandes mais livres. Aqui, restringe o público e o espaço. Na praça era mais livre. Portanto, acho uma grande perda porque torna tudo muito comercial”, posicionou-se.
Diversidade de títulos e preços é grande
As opções de preços e modelos de livros são diferenciadas e podem seduzir diversos bolsos e gostos. A reportagem do Portal LeiaJá encontrou livros a partir de R$ 5. Os títulos também são bastante variados e vão de histórias infantis a livros de ensino superior. Além dos tradicionais livros, os compradores também podem conferir um estande que vende ampla diversidade de vinis e CDs.