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O suposto abuso de crianças em mais de uma dezena de abrigos estaduais no Panamá é "um grito que clama aos céus", afirmou o arcebispo do Panamá, José Domingo Ulloa, nesta quarta-feira (17).

“Como sociedade, devemos lutar para que esse tipo de flagelo não se repita em lugar nenhum”, disse Ulloa.

“O problema é grave e não podemos ignorá-lo, muito menos olhar para outro lugar”, continuou Ulloa durante a missa da Quarta-feira de Cinzas na Basílica Menor Dom Bosco, na Cidade do Panamá.

As declarações de Ulloa vêm após uma investigação de uma subcomissão da Assembleia Nacional do Panamá.

De acordo com as investigações, desde 2017 dezenas de crianças sofreram supostos abusos sexuais, agressões físicas e verbais, abortos forçados e más condições de vida em pelo menos 14 abrigos. Entre os afetados estariam pessoas com deficiência intelectual.

Cerca de 1.000 crianças vivem no Panamá nesses centros destinados a atenção, proteção e cuidado de menores órfãos ou de famílias com alto risco social.

Os abrigos são supervisionados pela Secretaria Nacional da Criança, do Adolescente e da Família (Senniaf), órgão público descentralizado e com diretoria de diversos ministros. Alguns são administrados por várias organizações civis e religiosas.

"Nos enche de profunda tristeza saber de possíveis maus-tratos e abusos" nesses abrigos, disse Ulloa. É "inaceitável", "repreensível" e "um grito que clama ao céu e a toda a sociedade", acrescentou.

A promotoria panamenha já abriu uma investigação sobre o escândalo, que gerou protestos e chocou o país centro-americano.

“É uma situação muito grave”, lamentou o promotor-chefe do Panamá, Eduardo Ulloa, esta semana, após receber o relatório de 700 páginas com as denúncias.

“Estamos falando de pessoas que afetaram e violaram menores”, lembrou a deputada Kayra Harding.

Há dias, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) expressou "sua profunda preocupação" com as denúncias e instou as autoridades panamenhas a "realizar as investigações pertinentes o quanto antes".

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