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Candidato favorito à presidência da Argentina na eleição que ocorre em primeiro turno neste domingo, Alberto Fernández usou sua conta no Twitter para parabenizar o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. Além do texto, Fernández postou uma foto fazendo um "L", cercado por correligionários que também repetiam o gesto.

"Também hoje faz anos meu amigo Lula, um homem extraordinário que está injustamente preso há um ano e meio", afirmou Fernández em espanhol. "Parabéns pra você, querido Lula", escreveu o candidato em português, no dia em que o brasileiro completa 74 anos. "Espero vê-lo em breve", complementou, voltando à sua língua materna. A mensagem ainda vem acompanhada da hashtag "LulaLivre".

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Mais cedo, Fernández divulgou uma foto do momento em que depositava seu voto, agradecendo o apoio do eleitorado. "Agora é tempo de que trabalhemos todos para construir a Argentina que sonhamos. Uma Argentina para todos. Uma Argentina de pé", afirmou. Em outra mensagem, ele lembrou que há exatos nove anos morria o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), de quem foi chefe de gabinete. "Sinto muita saudade de você, amigo. Eternos agradecimentos", escreveu. A candidata à vice-presidência na chapa de Alberto Fernández é Cristina Kirchner, ex-presidente (2007-2015) e viúva de Néstor.

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Neste domingo, dia 27, haverá eleições tanto na Argentina quanto no Uruguai. Hoje (24) é o último dia de campanha eleitoral em ambos países. As sondagens mostram uma vitória em primeiro turno da chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner na Argentina. As eleições no Uruguai devem ir para o segundo turno.

Nas eleições primárias, em agosto deste ano, os argentinos votaram majoritamente pela volta do kirchnerismo. As primárias, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) funcionam como uma sondagem e serviram para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais.

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A chapa peronista-kirchnerista composta por Alberto Fernández e Cristina Kirchner, que atualmente é senadora, recebeu 47% dos votos. Mauricio Macri, o atual presidente do país, recebeu 32%. Caso esses valores se repitam nas eleições de domingo, Fernández e Kirchner levam a disputa em primeiro turno.

Na Argentina, é necessário 45% dos votos ou 40% e dez pontos de vantagem em relação ao segundo colocado. Um eventual segundo turno será realizado no dia 24 de novembro e o novo governo assumirá dia 10 de dezembro.

Cerca de 34 milhões de argentinos deverão votar para presidente, senadores, deputados e governadores.

No Uruguai, as pesquisas apontam para um segundo turno. Para vencer em primeiro turno, o candidato tem que receber 50% dos votos mais um. O candidato com mais intenções de voto é Daniel Martínez, com cerca de 33%. Martínez é do partido de esquerda Frente Amplio, há 15 anos no poder.

Em segundo lugar nas pesquisas aparece Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, de direita, com 25% das intenções de voto.

Em terceiro lugar, praticamente empatados, aparecem Ernesto Talvi, do Partido Colorado, e Manini Ríos, do Partido Cabildo Abierto, ambos com cerca de 11%.

Os uruguaios irão votar para presidente, senadores e deputados. Cerca de 2,7 milhões de uruguaios estão habilitados para votar. Caso haja segundo turno, a votação será no dia 24 de novembro, assim como na Argentina. A posse será no dia 1º de março do ano que vem.

 

O resultado das prévias nas eleições da Argentina, nas quais o presidente Mauricio Macri foi derrotado, provocou um complexo impasse para o candidato peronista Alberto Fernández, líder nas pesquisas. "Se Fernández diz que não há nenhuma continuidade, que tudo é ruptura, começa a gerar um nível de instabilidade que vai esperá-lo no fim do caminho", analisou o historiador e jornalista Carlos Pagni, considerado na Argentina um analista de linha conservadora, em uma palestra na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele traçou suas expectativas para a Argentina e o continente.

Para a América Latina, o que um eventual governo de centro-esquerda na Argentina, com Alberto Fernández, representa?

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Fernández tentará alinhar-se provavelmente com o México e algum outro governo de centro-esquerda para constituir uma versão progressista que não seja ligada ao PT, ao (presidente da Venezuela, Nicolás) Maduro. Ele vai explorar esse caminho à medida que suas necessidades de financiamento permitam. Na Espanha, ele é (Pedro) Sánchez (primeiro-ministro espanhol, socialista) e não Podemos. E na América Latina não é bolivariano. Se aproxima de López Obrador e de outros partidos progressistas, como (o de Tabaré Vazquez, presidente do) Uruguai. Ele já disse isso.

Qual é o principal problema econômico da Argentina?

Quando Fernández diz "vamos impulsionar o crescimento pela via consumo", sendo que 90% das coisas que se consomem na Argentina são compradas em dólares, não sei de onde ele vai tirar (mais) dólares. Este é o problema central para a economia argentina: seu problema de balança comercial e, no fundo, a deficiência da conta corrente. Macri nunca entendeu isso, e não sei se Fernández entendeu. Os diagnósticos de Macri e de Fernández são muito parecidos.

O que os diferencia?

Macri acredita que os países melhoram quando há comércio internacional e, na abertura comercial, qualquer custo é pouco para o benefício que traz. Fernández, a cada vez que fala de integração comercial, integração com a Europa e abertura comercial nas relações com o Brasil, é sempre de uma perspectiva muito preventiva. Fernández está ligado a setores protecionistas. O empresariado argentino festeja a derrota de Macri por causa da abertura que ele vinha ameaçando fazer. Macri fechou um acordo com a União Europeia, e depois disse que vinha costurando acordo com Brasil e EUA. Boa parte do setor industrial, que precisa de proteção, vê isso como uma ameaça enorme. Estão felizes com Fernández.

As declarações do presidente Jair Bolsonaro tiveram influência no clima político na Argentina?

Bolsonaro - em um momento em que Macri, por razões econômicas, não podia dizer "Fernández é Venezuela" - achou que dizer isso, ele mesmo, ajudava. É como se o papel de fazer a caracterização hiper negativa da chapa Fernández-Cristina fosse terceirizado para Bolsonaro e a outros dirigentes internacionais.

Como uma eleição de Fernández se refletiria no acordo entre Mercosul e União Europeia?

Precisamos ver o que se passa na Europa em relação ao acordo Mercosul-UE. Já temos problemas na Áustria, na França, na Irlanda. Mas suponhamos que os europeus aprovem o acordo com o Mercosul. Eu acredito que o Brasil está disposto e pode fazê-lo legalmente e institucionalmente. Então implementamos no Brasil e não implementamos na Argentina. Fernández está cercado de empresários que precisam de muita proteção. Creio que ele tem ideias mais liberais do que pode confessar. Mas se os que te sustentam e, mais do que isso, se os que te financiaram são prejudicados por essa ideia, é muito difícil colocá-la em prática. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato à presidência da Argentina Alberto Fernández disse nessa quinta-feira (4), após visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), que o recém-anunciado acordo de integração entre Mercosul e União Europeia será revisto, pois foi anunciado precipitadamente em razão da corrida eleitoral e porque agravará os problemas enfrentados pela indústria argentina.

"A verdade é que logo depois a França está rechaçando, e se a segunda economia da Europa rechaça, em que consiste esse acordo? E o que mais me preocupa é que o acordo condena a Argentina a um processo de desindustrialização muito grande. Precisamos levantar as indústrias para devolver o emprego à Argentina e a maior obsessão que tenho é que não haja um só argentino sem trabalho", disse Fernández.

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Segundo ele, o anúncio do acordo teve um objetivo eleitoral de Maurício Macri, atual presidente, que busca a reeleição. "A impressão que tenho é que ele foi anunciado precipitadamente, para que Macri possa aparecer com os louros em sua campanha eleitoral."

Fernández encabeça a chapa que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice. Cristina, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, tornou-se senadora e responde a processos de corrupção. Um ex-crítico de Cristina, Fernández disse que agora eles estão "unidos para defender o país".

O candidato disse que seu encontro com Lula, que cumpre pena de quase 9 anos de prisão, girou em torno de diversos assuntos - menos futebol. "Foi uma conversa de amigos", disse. "Esse governo está criando uma mácula muito forte para o Brasil. Acredito na inocência dele e ele tem todo o direito de estar em liberdade e de se defender."

"É uma mácula ao estado de direito. Fico preocupado com o fato de que isso ocorra neste continente. Como sou um homem comprometido com o estado de direito, vou estar ao lado de Lula o tempo necessário, até que a Justiça entenda que há de se respeitar as garantias de todos cidadãos e também a de Lula", afirmou.

A respeito das declarações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, de que uma vitória de sua chapa poderia transformar a Argentina em uma nova Venezuela, Fernández se recusou a comentar. "Não é sério. Realmente, não vou contestar o que diz o presidente Bolsonaro."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O candidato a presidente da Argentina, Alberto Fernández, visitará o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal em Curitiba na quinta-feira,4, informou o Instituto Lula. A visita deve ocorrer no começo da tarde. A informação foi publicada pelo jornal O Globo e confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Fernández foi chefe de gabinete de Néstor e Cristina Kirchner entre 2003 e 2008, quando Lula era presidente do Brasil. Ele disputará as eleições de outubro contra o presidente Maurício Macri, com Cristina como sua candidata a vice.

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Julgada na Justiça argentina por corrupção, Cristina anunciou há dois meses que abdicaria da cabeça da chapa em favor de Fernández, que, segundo ela, teria um perfil mais de consenso em união "adequado ao que a Argentina precisa para o momento em que vive.

Ainda bastante popular no país vizinho, a ex-presidente terá o desafio de transferir seus votos para Fernández, que nunca disputou uma eleição majoritária - em um movimento similar ao que Lula tentou com Dilma Rousseff, com sucesso, e Fernando Haddad, nas últimas eleições.

Lula foi impedido de disputar as eleições de 2018 no Brasil por ter sido condenado em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP) O ex-presidente está preso em Curitiba e Haddad concorreu em seu lugar.

Atualmente senadora, a ex-presidente detém foro privilegiado e só pode ser presa com autorização do Congresso. Ela é suspeita de beneficiar empresários próximos ao kircherismo na concessão de obras pública e se diz inocente, vítima de uma perseguição da mídia e da Justiça argentina.

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