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A 1ª edição do Recife Blues & Jazz Festival aquece a Praça do Arsenal, nos dias 19 e 20 de outubro, com apresentações de artistas nacionais e internacionais. O festival homenageia dois ídolos do país: Cazuza e Dominguinhos e ambos terão suas músicas tocadas em ritmo de Blues. O projeto é coordenado por Tito Lívio Saraivo com a curadoria é do produtor musical Giovanni Papaleo.

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O projeto conta com os americanos Kenny Brown, Atiba Taylor e Sax Gordon, as bandas Beale Street (RJ), Igor Prado Band (SP) e as locais como a  Uptown Band, Santiago Blues Trio, e Arthur Philippe & Quintessence. A programação ainda tem a presença de George Israel (Kid Abelha), Rodrigo Santos (Barão Vermelho), a paulista Nathalie Alvim e os pernambucanos Rodrigo Morcego, Josildo Sá, Cezzinha e Spok.

No sábado (19), primeira noite do evento, a abertura acontece às 17h com participação da Santiago Blues Trio e Rodrigo Morcego. Alexandre Santiago, líder do Power Trio, é carioca, radicado no Recife e 'Guitar Man' há 15 anos na estrada do blues. Ele sobe ao palco com Atilla Argay, na bateria, e Rogério Victor, no baixo. Rodrigo Morcego, guitarrista de blues recifense, que acaba de lançar seu primeiro CD solo Café Preto Jornal Velho, promete um grande show ao lado de Santiago.

Às 18h30, quem se apresenta é o Power Trio Beale Street, banda autoral de blues carioca que nasceu no final dos anos 90, formada pelo guitarrista e vocalista Ivan Mariz, no baixo, segunda voz de Cesar Lago, e na bateria Beto Werther, que também é vocalista. A Beale Street (o nome da banda é uma homenagem à boêmia Rua em Memphis –Tennessee - onde o blues deixou de ser acústico para ser elétrico e também está presente na maior parte da literatura sobre o gênero) também faz releituras de clássicos do blues e do rock rural dos anos 60 e 70.

O americano Kenny Brown continua a noite e comanda o palco às 20h30, acompanhado pela pernambucana Uptown Band. Kenny começou a tocar guitarra aos 14 anos, e aos 18 já tinha aberto o show de Tina Turner, em Nova Orleans. Guitarrista e cantor, tem influências do jazz, do blues e do soul. A Uptown já se apresentou com artistas como André Matos (Angra), Andreas Kisser (Sepultura), Magic Slim (EUA), Mud Morgan Field (USA) filho do lendário Muddy Watters, Phil Guy (USA) irmão de Bud Guy, Deacon Jones (USA), Celso Blues Boy, Blues Etílicos, entre outros.

Para fechar a primeira noite em grande estilo, o público terá a oportunidade de assistir a performance dos roqueiros Geoge Israel (saxofonista do Kid Abelha), seu filho Frederico Israel, e Rodrigo Santos (baixista do Barão Vermelho). Juntos, eles prestarão homenagem ao blues do cantor e poeta Cazuza. Rodrigo, líder do grupo, é cantor, compositor, violonista, baixista e intérprete, conhecido também por manter carreira paralela ao Barão Vermelho e se consagrar na música brasileira com o ritmo do blues

No domingo (20), segundo e último dia do Recife Blues & Jazz Festival, a abertura será também às 17h, com a banda recifense Arthur Philipe & Quintessence. Arthur é jornalista e trabalha na área musical desde 1999. Já foi considerado por uma revista local como o “único intérprete masculino de jazz de Pernambuco”. Em 2013, fundou a banda Quintessence e com ela interpreta e recria standards do jazz norte americano, da música internacional pop e da bossa nova.

Às 18h30 começa a segunda apresentação da noite, com a presença da diva paulista Nathalie Alvin, que 17 anos conquistou seu primeiro prêmio como melhor intérprete e aos 20 de idade gravou seu primeiro álbum Rockin´Soul, fazendo releituras e versões de clássicos do rock para soul music. Acompanhando Natalie, a Uptown Band, com participação especial do americano Atiba Taylor, pianista e vocalista com estilo distinto. A terceira apresentação da noite será a do americano e saxofonista Sax Gordon, considerado um verdadeiro showman. Ele promete embalar a Praça do Arsenal com a paulista Igor Prado Band – considerada a banda de blues nacional mais bem sucedida no exterior.

Confira a programação

Sábado (19)

17h às 18h - Santiago Blues Trio & Rodrigo Morcego

18h30 às 20h – Beale Street (RJ)

20h30 às 22h – Kenny Brown (USA) & Uptown Band

22h30 às 24h – George Israel (RJ), saxofonista do Kid Abelha, & Rodrigo Santos (RJ), guitarrista do Barão Vermelho, tocando o blues de Cazuza.

Domingo (20)

17h às 18h – Arthur Philipe & Quintessence

18h30 às 20h – Atiba Taylor (USA), Nathalie Alvin (SP) & Uptown Band

20h30 às 22h – Sax Gordon (USA) & Igor Prado Band (SP)

22h30 às 24h – Cezzinha, Josildo Sá & Spok, tocando Dominguinhos em ritmo de blues

O blues conquistou o público recifense. O ritmo tem hoje espaço em muitos bares, restaurantes e pubs da capital pernambucana, e os apreciadores dispõem de opções em todos os dias da semana para passar a noite embalados pela cadência típica do estilo. Casas como o Burburinho, Bazza e Casa da Moeda, além de restaurantes, abrigam shows de blueseiros, que formam uma das cenas mais ativas na cidade.

O Blues sempre esteve profundamente ligado à cultura afro-americana, especialmente do sul dos Estados Unidos, em estados como Alabama, Mississipi, Louisiana e Geórgia. Os escravos das plantações de algodão usavam o canto, nas chamadas worksongs, para embalar suas intermináveis e sofridas jornadas de trabalho. Essas cantigas são uma das origens do blues, um modo mais pessoal e melancólico de expressar seus sofrimentos, angústias e tristezas.

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O estilo exerce grande influência na música popular ocidental a partir do século 20, definindo e influenciando o surgimento de estilos musicais como jazz, rhythm and blues, rock and roll e a música country, além do rocksteady e da soul music e de influenciar a música pop convencional e até a música clássica moderna. Paul Olivier, pesquisador e uma das maiores autoridades sobre o blues, escreve em The story of the Blues: "O blues é um estado de espírito e a música que dá voz a ele. O blues é o lamento dos oprimidos, o grito de independência, a paixão dos lascivos, a raiva dos frustrados e a gargalhada do fatalista.” 

No Recife, a atual cena blueseira começou tímida há três anos e meio, com o Recife Blues Sessions, realizado toda segunda-feira na Estação da Moeda. Em seguida, o evento se mudou para o Caravella's, e depois para o Burburinho, todos localizados no Bairro do Recife. O movimento começou com a banda Bluestamontes, uma banda com ‘tendência a jam sessions’. "No começo não foi fácil, começou devagar, a gente foi conquistando. Fomos pioneiros desta nova cena, não do blues no Recife. O repertório é improvisado, por ser uma jam session, o barato é esse. Daqui surgem muitas ideias, outros eventos", explica Rico de Moraes, vocalista da Bluestamontes e produtor da Recife Blues Sessions. O blog Recife Blues, hoje inativo, também teve importância na divulgação dos shows e jam sessions. 

O repertório é bem diversificado na grande maioria das casas e passeia pela tradição blueseira: BB king, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, Howlin' Wolf, Buddy Guy, Etta James, Robert Johnson, Fred King, Jonhy Winter, Robben Ford, Celso Blues Boy, Nuno Mindelis e outros mestres são lembrados e tocados. A engenheira de qualidade Fernanda Fontenelle é uma frequentadora das casas que tocam blues no Recife. "Eu cresci escutando blues, rock, faz parte da minha história. É uma música que mexe com a alma. É uma música não só boa de escutar, mas também de sentir", confessa Fernanda.

Alexandre Santiago, um dos pioneiros do blues no Recife, já possui quinze anos de estrada. Lançou em 99 o primeiro CD de blues feito por uma banda pernambucana, a Morango Jungle. "O blues é uma música fácil das pessoas curtirem, envolve muito. Com três acordes você faz muitas variações, além de ter a gaita também. O blues consegue atingir as pessoas como uma coisa lógica, mas também de sentimento", explica Alexandre.

 

O músico tocou um bom tempo em jam sessions realizadas em pubs de Nova York e retornou ao Recife em 2009, quando começou a tocar com Rico de Moraes, que teve a ideia de montar um projeto de jam session. "O que deu impulso pra esse momento que está acontecendo no Recife foram as jam sessions. É o segredo desse cenário, a cereja do bolo. Acontecia como era em Nova York. Antigamente, cada um tocava sua música, ninguém dava canja no show do outro, era uma coisa muito individualista", comenta Santiago. Segundo o blueseiro, as pessoas compraram a ideia, perceberam que era uma coisa legal. Daí surgiu uma grande ‘brodagem’ entre os blueseiros do Recife, proporcionando o surgimento de outras bandas e muitas pessoas querendo tocar blues em outros locais: "O blues tá que nem pipoca", afirma.

O casal Patrícia Piacentini e Carlos Câmara, amantes do blues, se divertem com o ritmo. "Eu morei 15 anos nos EUA. Você procura escutar a mesma música com que você se identifica. O blues é uma maneira de me encontrar, de me identificar. Eu gosto de ouvir, da música mesmo”, comenta Patrícia. O analista de redes Anderson Barros raramente falta a uma segunda-feira do blues no Burburinho. "O blues é um ritmo pra quem gosta de música boa. No blues, a gente encontra linhas melódicas de contrabaixo e solos legais de guitarra, além de bons cantores, pra cantar blues tem que ter boa voz”, contou Anderson, que também vem por ser “Um ponto de encontro de amigos com o mesmo gosto musical".

Outra iniciativa que contribuiu para o estabelecimento deste circuito no Recife foram os eventos do projeto Oi Blues By Night, idealizado por Giovanni Papaleo, fundador e baterista da banda Uptowband. "O blues é o pai de toda música pop. É simples, mas não é fácil, e merece seu espaço por Recife ser uma metrópole. A cena aqui é tão forte quanto em outros Estados do Brasil, em relação aos músicos locais. Recife hoje faz parte do roteiro internacional de blues e está de parabéns", opina Giovanni.

Completa o pesquisador Paul Olivier: "O blues (...) é também uma música social: o blues pode ser diversão, pode ser música para dançar e para beber, a música de uma classe dentro de um grupo segregado. (...) O blues é a canção casual do guitarrista na varanda do quintal, a música do pianista no bar, o sucesso do rhythm and blues tocado na jukebox. É o duelo obsceno de violeiros na feira ambulante, o show no palco de um inferninho nos arredores da cidade, o espetáculo de uma trupe itinerante, o último número de uma estrela dos discos. O blues é todas estas coisas e todas estas pessoas, a criação de artistas famosos com muitas gravações e a inspiração de um homem conhecido apenas por sua comunidade, talvez conhecido apenas por si mesmo".

Confira o roteiro blueseiro do Recife:

Segundas

Recife Blues Sessions

22h

Burburinho bar e comedoria (Rua Tomazina, 106 - Bairro do Recife)

R$ 10

(81) 3224 5854

Terças

Motorciclano

21h

Casa da Moeda (Rua da Moeda, 150 - Bairro do Recife)

Gratuito

(81) 3224 6803

Quartas

Handmande Blues

21h

Bazza (Rua Sebastião Alves, 273 - Parnamirim)

R$ 10

(81) 3048 3126

Santiago Blues Power Trio

21h

Fiteiro Bar (Rua Capitão Rebelinho, 520 - Boa Viagem)

(81) 3035 6643

Quintas

4Blues

21h

Nez Bistrô (Praça de Casa Forte, 314 - Casa Forte)

R$ 20

(81) 3441 7873

Yolanda! "Pianíssimo"

21h

Rocket 48 (Rua Carneiro Vilela, 250 - SL 07 Espinheiro)

R$ 5

(81) 3204 4849

Sextas

Santiago Blues Trio

21h

Tapa de Cuadril (Av. Conselheiro Aguiar, 1089.

R$ 12

(81) 3326 0250

Sábados

Santiago Blues Trio

21h

Tapa de Cuadril (Av. Conselheiro Aguiar, 1089.

R$ 12

(81) 3326 0250

Domingos

4Blues

20h

Canela Gastrobar (Rua Caio Pereira, 100 - Rosarinho)

R$ 15

(81) 3241 5604

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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