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A presidente Dilma Rousseff foi vaiada duas vezes na cerimônia de abertura da Copa das Confederações neste sábado (15), no estádio Mané Garrincha, em Brasília. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também alvo da manifestação, chegou a reclamar do público pelo microfone, pedindo "fair play". Para aliados da petista, houve erro da assessoria em expô-la diante de um público de classe média alta. Na oposição, o entendimento é de que o descontentamento com a presidente é crescente.

A vaia, alta e ouvida em todo o estádio, começou no momento em que os nomes de Blatter e Dilma foram anunciados para dar início ao torneio. O presidente da Fifa iniciou sua fala, em português, afirmando que havia ali uma reunião para uma "verdadeira festa do futebol no país pentacampeão". Agradeceu as autoridades brasileiras e citou Dilma, momento em que o público vaiou novamente. Blatter, então, reclamou do comportamento: "Amigos do futebol brasileiro, onde está o respeito e o fair play?".

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Dilma ficou com o semblante fechado ao lado do presidente da Fifa e apenas cumpriu o protocolo, sem discursar. "Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações Fifa 2013", disse, visivelmente constrangida. Do outro lado dela estava também o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local, José Maria Marin, com quem Dilma evitou manter qualquer contato público até então.

Aliados da presidente acreditam que a vaia se deveu às características do público. "Vaia de playboy não vale", disse o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) por meio do Twitter. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a situação deveria ter sido evitada pela assessoria de Dilma. "Faltou avaliação política. Era um evento com ingresso caro, com classe média alta, classe A, não é essa a turma da Dilma e do Lula", afirmou Lindbergh. Presente no estádio, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) minimizou o fato. "Político no estádio é sempre vaiado, porque o povo ali quer ver futebol", disse. Os petistas lembram ainda que na abertura dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio de Janeiro, o então presidente Lula foi vaiado, mas isso não impediu a eleição de sua sucessora.

Na oposição, a manifestação do público foi "comemorada". "Essa vaia é um sentimento do País. A gente vê nas ruas que a situação é diferente de três anos atrás. Ali estava a classe média, mas as outras classes também estão sofrendo os efeitos da má administração do PT", afirmou Nilson Leitão (PSDB-MT), líder da minoria na Câmara. "A presidente conseguiu uma antipatia suprapartidária. Os fatores vão se acumulando, como a inflação, e isso pode levá-la a uma derrota", disse o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO).

Festa e protesto

A vaia para a presidente aconteceu depois de o público ter demonstrado empolgação com o evento, distribuindo aplausos para voluntários e até para o hino japonês. A cerimônia de abertura da competição, dirigida pelo carnavalesco Paulo Barros, procurou vender a principal festa popular do País. Voluntários realizaram mosaicos no gramado, houve espaço para homenagem às oito seleções participantes e a conclusão com bonecos similares aos do Carnaval de Olinda disputando uma partida de futebol sob um campo formado em mosaico.

Do lado de fora, porém, o público que acessou o estádio presenciou um protesto reprimido com força pela Polícia Militar do Distrito Federal, estado governado pelo petista Agnelo Queiroz. Os manifestantes foram dispersados com bombas de efeito moral e disparos de bala de borracha. A PM usou também gás lacrimogêneo. Ao todo, 3 mil homens participaram da segurança do jogo.

O primeiro confronto ocorreu quando um grupo tentou acessar a área onde o protesto estava concentrado, em frente ao estádio. Houve tumulto e a PM soltou bombas de gás lacrimogêneo. Um jovem foi ferido na perna. Até as 15h30 já haviam sido presos 17 adultos e apreendidos 10 menores, de acordo com o advogado dos manifestantes, Gilson dos Santos.

Depois dessa ação, uma parte dos manifestantes voltou a se reunir em frente ao estádio. A PM deu ordem de dispersar e agiu novamente, desta vez com vários disparos de bala de borracha e com bombas de efeito moral. Os manifestantes reclamam que os recursos gastos na construção dos estádios deveriam ser revertidos para áreas como saúde e educação. A organização surgiu a partir de redes sociais e houve ainda demonstrações de apoio ao movimento em São Paulo e em outras capitais do País pela redução da tarifa de ônibus. A manifestação em Brasília teve início com cerca de 350 pessoas, mas outras foram chegando durante as mais de cinco horas de protesto.

Volker Kauder, líder parlamentar do bloco conservador da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, insistiu que não há espaço para concessões à Grécia no cumprimento das condições do programa de resgate do país e afirmou que vê pouca chance de que a coalizão governista alemã apoie um terceiro pacote de socorro.

O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, viajará à Alemanha e a França na próxima semana, enquanto a Europa aguarda um relatório em setembro dos inspetores de dívida sobre o progresso grego na implementação das reformas e medidas de austeridade exigidas em troca de dois grandes pacotes de socorro.

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Sinais do não cumprimento dessas medidas aumentaram a impaciência com a Grécia na Alemanha e em outras nações prósperas e a especulação de uma possível saída do país da zona do euro. Há pouco entusiasmo entre os países credores em garantir à Grécia mais tempo ou outras concessões.

"Os gregos precisam implementar o que eles prometeram", afirmou Kauder à revista Der Spiegel. "Não há mais espaço, tanto no calendário ou na própria questão, porque isso seria novamente uma violação dos acordos. É exatamente isso que levou a esta crise."

Perguntado se ele poderia imaginar um terceiro pacote de socorro para a Grécia, Kauder respondeu que as autoridades terão de esperar pelo relatório dos inspetores internacionais de dívida, "mas eu vejo pouca chance no (governo) de coalizão para um terceiro pacote de resgate".

Segundo Kauder, uma falência da Grécia seria cara para Alemanha, "mas os acordos precisam ser cumpridos".

"Não pode haver sempre novos programas ou condições reduzidas", afirmou, segundo a revista. "Os gregos devem, em algum momento, responder a pergunta: será que devemos fazer ainda mais esforço, ou vamos deixar o euro?"

Os membros do Governo alemão também mostraram pouca vontade para novas concessões. O ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou no sábado: "Eu sempre disse que nós podemos ajudar os gregos, mas não podemos jogar dinheiro em um poço sem fundo". As informações são da Associated Press.

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