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O passeio de moto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na manhã do domingo (23), no Rio de Janeiro, repercutiu negativamente na mídia internacional. Poucas horas após a aglomeração causada pelo presidente, que estava acompanhado do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o jornal britânico The Guardian publicou nota sobre o ato, o chamando de “obsceno” e afirmando desrespeito às mais de 450 mil mortes por Covid-19 no Brasil.

O trajeto foi de cerca de 60 quilômetros, entre a Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e o Aterro do Flamengo, na Zona Sul. Bolsonaro e a multidão de motociclistas, vindos do país inteiro, se cumprimentaram fisicamente e não usaram máscaras.

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“O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, liderou uma coluna barulhenta de entusiastas de motocicletas pelas ruas do Rio em uma tentativa de reenergizar seu movimento de extrema direita em declínio, enquanto a ira pública cresce sobre sua forma de lidar com o surto de Covid no país”, escreveu o veículo europeu.

Na publicação do The Guardian, também se chama atenção para um pequeno grupo de opositores, representantes da comunidade LGBTQ+, que passaram no local repudiando a ação.

“A multidão parecia uma tentativa de retomar a iniciativa política depois de algumas semanas sombrias para o populista de direita. A posição política de Bolsonaro foi duramente atingida desde que seu principal rival, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, voltou à cena política em março com a restauração de seus direitos políticos”, continuou o jornal.

O catariano Aljazeera também voltou a mencionar o presidente brasileiro, em virtude da nova aglomeração promovida pelo chefe do Executivo, apesar do índice de letalidade do coronavírus no país. “Mais de 448.000 pessoas morreram devido ao coronavírus, o segundo maior número de mortes no mundo depois dos Estados Unidos, mas Bolsonaro continua rejeitando a necessidade de medidas de saúde pública para combater o vírus”, relatou a reportagem.

E continua: "O líder de extrema direita permanece desafiador em face da pressão contínua sobre a forma como seu governo está lidando com a pandemia Covid-19. O presidente foi amplamente criticado por evitar medidas relacionadas ao coronavírus, como bloqueios, que especialistas em saúde pública dizem que podem ajudar a conter a disseminação do vírus no Brasil, que foi duramente atingido pela pandemia”.

O argentino Clarín também repercutiu as cenas de Jair Bolsonaro aglomerando pelas ruas da capital fluminense, e ponderou que, "apesar do coronavírus", o presidente "liderou" uma marcha com motociclistas do Brasil inteiro sem respeitar medidas restritivas ou protocolos de proteção.

Chamando de "presidente de extrema direita", o Clarín destacou ainda as falas do presidente brasileiro contra os governadores e prefeitos, e disse que desde abril Bolsonaro "busca mobilizar sua base de fãs mais extremistas em um momento em que sua popularidade está no ponto mais baixo desde que chegou ao poder em 2019". A recente popularidade de Lula nas pesquisas de intenção de voto para 2022 também foi mencionada.

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